Neurofisiologia da Mediunidade - 01
Espiritualidade

Neurofisiologia da Mediunidade - 01


Neurofisiologia da Mediunidade (01)
Por.: Dr. Nubor Orlando Facure

Com base nesses achados, têm surgido novas interpretações para os quadros mentais das demências, das psicoses e até dos distúrbios do comportamento.

Atualmente, a medicina admite que a atividade mental é resultante, em termos neurológicos, de um ?concerto? de um grupo de áreas cerebrais que interagem mutuamente constituindo um ?sistema funcional complexo?.

Com o conhecimento espírita aprendemos, porém, que os processos mentais são expressões da atividade espiritual com repercussões na estrutura física cerebral. A participação do cérebro é meramente instrumental.

Sabemos também que a ação do espírito sobre o cérebro, ao integrar elementos de classes diferentes (mente e matéria), implica a existência de um terceiro elemento, transdutor desse processo, que transmite e transfere as ?idéias? geradas pelo espírito em fluxo de pensamento expresso pelo cérebro.

Esse elemento intermediário que imprime ao corpo físico as diretrizes definidas pelo espírito, constitui nosso corpo espiritual ou perispírito.

Após a morte, o espírito permanece com seu corpo espiritual, o qual permite sua integração no ambiente espiritual onde vive. É por esse corpo semi-material, de que dispõe também os espíritos desencarnados, que se tornam possíveis as chamadas comunicações mediúnicas.

Para Allan Kardec, no Livro dos Médiuns, em diversas citações os espíritos esclareceram, mais de uma vez, que todos os fenômenos mediúnicos de efeito inteligente se processam através do cérebro do médium.

No estágio atual do conhecimento que nos fornece a neurologia, seria oportuno indagarmos se é possível uma maior compreensão do fenômeno mediúnico, procurando-se identificar no cérebro as áreas e as funções que estariam envolvidas nesses processos.

Os espíritos desencarnados devem, de alguma maneira, co-participarem das funções cerebrais dos médiuns seguindo regras compatíveis com os recursos da fisiologia cere­bral.

Podemos correlacionar, pelo menos hipoteticamente, quais as funções cerebrais já conhecidas, que podem se prestar para a exteriorização da comunicação mediúnica.

Córtex Cerebral

No córtex cerebral origina-se a atividade motora, voluntária e consciente. Nele são codificadas também todas as percepções sensitivas que chegam ao cérebro e são organizadas as funções cognitivas complexas.

A  atividade  cerebral,  para  se  expressar conscientemente, estabelece uma interação entre o córtex cere­bral, o tálamo e a substância reticular ponto-mesencefálica. É nessa substância reticular do tronco cerebral e do diencéfalo que se situa a sede de nossa consciência. Uma lesão nessa área provoca o estado de coma.

A partir da substância reticular, integrando o tálamo e o córtex cerebral, projetam-se estímulos neuronais que ativam ou inibem atividade cerebral como um todo, levando a um maior ou menor estado de atenção, alerta ou sonolência.

Pelo exposto, podemos compreender que fenômenos como a psicografia, a vidência, a audiência e a fala mediúnica, devem implicar uma participação do córtex do médium já que aqui se situam áreas para a escrita, a visão, a audição e a fala.

Se o espírito comunicante e o médium não disciplinarem seu intercâmbio para promoverem um bloqueio no sistema reticular ativador ascendente, as mensagens serão sempre conscientes e o médium, além de acrescentar sua participação intelectual na comunicação, poderá pôr em dúvida a autenticidade da participação espiritual do fenômeno.

Por outro lado, nenhuma mensagem poderá ser totalmente inconsciente, visto que em todas há participação do córtex do médium e, se por acaso este não se recordar dos eventos que se sucederam durante a comunicação, o esquecimento deve ser atribuído à ocorrência de uma simples amnésia.

Considera-se, portanto, que o processo mediúnico transcorre sempre em parceria, com assimilação das idéias do espírito comunicante e a participação cognitiva do médium. Sendo comum uma amnésia que ocorre logo após a rotura da ligação fluídica (interação de campos de força), entre o médium e a entidade espiritual.

É do conhecimento dos pesquisadores do fenômeno mediúnico que a clarividência, a telepatia e a capacidade de desenhar objetos fora do alcance da visão do médium, ocorrem com características muito semelhantes á organização de noção geométrica e espacial que, ultimamente, tem-se intensificado na fisiologia normal do hemisfério cerebral direito.

Quando ocorrem lesões no hemisfério cerebral direito as falhas nos desenhos são muito características. Os objetos são esquematizados com negligência de detalhes, ficando as figuras incompletas. Um óculos, por exemplo, é desenhado sem uma das hastes e uma casa pode ser rabiscada sem um dos seus lados ou sem o telhado.

Os médiuns que captam as informações à distância ou registram visões imateriais, também costumam descrever suas percepções com falta de detalhes ou amputações das imagens de maneira muito semelhante à negligência observada nas síndromes do hemisfério direito.

É possível que esses médiuns registrem as imagens utilizando as áreas corticais específicas para funções visuais e gnósticas (de reconhecimento) do hemisfério direito do cérebro. O grau de distorção ou de falta de detalhes mais precisos deve depender do maior ou menor grau de desenvolvimento mediúnico.

Glânglios da Base

As estruturas nucleares constituídas por aglomerados de neurônios situadas na profundidade da substância branca cerebral são denominadas de gânglios ou núcleos da base. Eles são responsáveis por uma série de funções motoras automáticas e involuntárias, fazendo parte do chamado sistema extrapiramidal.

Os gânglios da base controlam o tônus muscular, a postura corporal e uma série enorme de movimentos gestuais que complementam nossa movimentação voluntária.

Após o nascimento, a gesticulação de uma criança é visivelmente reflexa e automatizada. Progressivamente vão surgindo os movimentos intencionais (voluntários), projetados a partir do córtex piramidal (área motora principal).

No processo de aprendizado, a criança vai repetindo gestos para pegar os objetos, para se levantar, para engatinhar e andar até que, progressivamente, esses movimentos vão se sucedendo com maior facilidade, passando a se realizarem automaticamente.

A mímica, a mastigação, a marcha, são automatismos aprendidos no decorrer do desenvolvimento da criança.

Posteriormente, uma série de automatismos mais complexos vão se desenvolvendo, como, por exemplo, quando aprendemos a dirigir um automóvel, a tocar piano ou a nadar.

Depois de uma certa idade, é possível de se ver facilmente que, qualquer movimento voluntário que realizamos conscientemente, é enriquecido com uma constelação de gestos automáticos e involuntários que dão um colorido característico, individual e identificador do nosso modo de ser.

Esses nossos pequenos gestos estão, frequentemente, muito bem fixados na imagem que nossos amigos fazem de nós. Por isto dissemos acima que eles servem também para nos identificar.

Convém ficar claro essa noção de que nossos movimentos podem ser voluntários e involuntários. No primeiro caso, quando são conscientes e intencionais, como, por exemplo, quando estendemos a mão para pegar um lápis. No segundo caso, quando o movimento é semi-consciente, automático, muito menos cansativo que o primeiro. Os movimentos automáticos podem ser mais simples como mastigar e deglutir ou mais complexos como, por exemplo, para dirigir automóvel, nadar ou tocar um instrumento musical.

A execução de um ato automobilístico mobiliza os gânglios da base e as áreas motoras complementares do lobo frontal. Mesmo os mais complexos como, por exemplo, tocar uma partitura bem decorada ao piano, nos permite perceber que ficam livres funções do cérebro, particularmente nossa consciência e todas as demais capacidades cognitivas do cérebro. Assim, mesmo tocando ao piano ou dirigindo um automóvel podemos manter livremente uma conversação.

Considerando o fenômeno mediúnico da psicografia e da fala mediúnica, podemos observar corriqueiramente que os médiuns ao discursarem ou psicografarem um texto sob influência do espírito comunicante, o fazem revelando gestos, posturas e expressões mais ou menos comuns a todos eles.

Artigo.: Neurofisiologia da Mediunidade (01)
Por.: Dr. Nubor Orlando Facure
Artigo Publicado na Revista Cristã de Espiritismo, Edição 01.

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