Espiritualidade
A Obsessão e as Doenças Mentais -01
Obsessão e as Doenças Mentais (01)
Por.: Dr. Jorge Andrea dos Santos
Neste campo do psiquismo, os pensamentos são elaborados e devidamente estruturados, a fim de serem reflexionados e adaptados para o mundo físico das células nervosas ou zona consciente.
Por outro lado, não podemos deixar de notar no psiquismo a condição de centro emissor e receptor de energias específicas, propiciando ligações dos campos mentais com os nossos afins. O psiquismo humano está sujeito a interações cada vez mais intensas, quando o bloco afetivo está presente de forma preponderante. Nestes casos, as permutas mentais se tornam constantes e ativas por questões de sintonia e mais apurada afinidade.
Desse modo, compreendemos as influências psíquicas a que estamos subordinados, que se intensificam quando o elemento emocional e afetivo se encontra ativado não só no campo do amor, mas também no desamor ligado ao ódio. Tanto os que amam como os que odeiam desencadeiam imensos pacotes energéticos psíquicos que vão atingir os seus afins em sintonia consciente ou inconsciente.
Estes campos psicológicos, em suas devidas manifestações, necessitam da acolhida e do respectivo entrosamento. Como nossa vida mental será o resultado de muitas etapas (reencarnações), as ligações apresentam profundas relações não só com os fatores e experiências presentes, mas também com as fontes e registros de todo o nosso passado. Isto faz com que as ligações mentais sejam bastante complexas, com estruturações de difícil decifração e cujo conjunto de emissão e recepção ou ação e reação de toda natureza (positiva, gerada pelo bem e pela ordem, ou negativa, desencadeada pelo mal e pelo desejo de vingança e ódio) apresente projeções das mais variadas em estados harmônicos. Os estados de desarmonia que se refletem na organização mental mostram variações de toda ordem, cujo grau de intensidade estará relacionado principalmente com os lastros distônicos do passado. A acolhida mental dessas reações se fazem comumente entre encarnados e desencarnados com naturais oscilações, cuja sintomatologia decorrente deverá fazer parte de um capítulo pouco abordado ou mesmo desconhecido da psiquiatria, as decantadas obsessões espirituais.
Classificação das Obsessões
A doutrina espírita tem cuidado com zelo do tema das obsessões, apresentando uma classificação didática que torna compreensível o processo da influência espiritual do desencarnado no psiquismo do encarnado. Assim, as obsessões foram abordadas em três patamares: simples, fascinação e subjugação.
A Obsessão simples é observada quando há pouca interferência nas correntes mentais do atingido, consciente ou inconscientemente, mas sem domínio do receptor. Muitas vezes, o próprio atingido reconhece a influência negativa, procura se prevenir, possui condições de luta e expulsa a idéia parasitária que deseja acolhida.
A Obsessão-fascinação é um processo mais intenso e mais grave, no qual as correntes emissoras destoantes se assentam na mente receptora, fazendo parte da estrutura dos pensamentos. O indivíduo fica como que totalmente envolvido pelas sugestões e passa a não distinguir mais o certo do errado.
Apesar da presença de raciocínio e de diversas elaborações mentais em parâmetros fisiológicos, o indivíduo passa a conviver com uma idéia que lhe foi injetada, achando-a certa, justa e perfeita, ainda que seja um absurdo. É como se a pessoa perdesse sua avaliação crítica em determinadas mensurações psicológicas.
Já a obsessão-subjugação traduz um bloqueio intenso da vontade, as resoluções do psiquismo estarão subordinadas ao jugo das correntes emissoras do obsessor, que passa a comandar, subjugando o obsediado de modo integral. É neste grupo, principalmente, que se desenvolvem os conhecidos quadros mentais patológicos, nos quais, muitas vezes, a análise se torna de difícil avaliação. Nestes casos, as associações entre obsessão espiritual e doença mental se imbricam de tal modo que os sintomas mentais se tornam definitivos pelas constantes demarcações do processo obsessivo.
É lógico se compreender que os diversos quadros obsessivos são variados e estão de acordo com cada ser, levando-se em consideração o arcabouço psicológico, a intensidade das reações, a conduta pessoal, atitudes diversas e as ligações com o passado, tudo a responder pelas conhecidas reações cármicas. Muitas vezes, certas obsessões aparecem de modo fugaz e logo são afastadas pelas atitudes nobres e corretas do indivíduo que, com este proceder, neutraliza as investidas. Outras vezes, mostram-se mais duradouras, mas se apagam à medida que o atingido vai se ligando ao bem e aos modelos mentais mais ajustados.
Existe um fator ao qual não podemos deixar de nos referir, que é a sensibilidade mediúnica, pois ela permite ligações mais intensas pelas aberturas dos campos mentais. Allan Kardec afirmou de forma oportuna: ?Não foram os médiuns nem os espíritas que criaram os espíritos. Ao contrário, foram os espíritos que fizeram com que haja espíritas e médiuns.
Não sendo os espíritos mais do que as almas dos homens, é claro que há espíritos desde quando há homens e, por conseguinte, desde todos os tempos eles exercem influência salutar ou perniciosa sobre a humanidade. A faculdade mediúnica não lhes é mais do que um meio de se manifestarem.
Em falta dessa faculdade, fazem-na por mil outras maneiras mais ou menos ocultas. Seria, pois, um erro crer que só por meio das comunicações escritas ou verbais exercem os espíritos sua influência. Esta é de todos os instantes e mesmo os que não se ocupam com os espíritos ou até não crêem neles estão expostos a sofrê-la, como os outros e mesmo mais do que os outros, porque não têm com que a contrabalançarem?.
Diante de tais manifestações e fatos do psiquismo, não podemos deixar de compreender a importância desses eventos nos campos psicológicos da humanidade. Necessitamos de sondagens, observações e avaliações ajustadas dentro dos modelos científicos em vigor, pois os fatos estão presentes em toda a parte, exigindo catalogação.
Artigo.: A Obsessão e as Doenças Mentais (01)
Por.: Dr. Jorge Andrea dos Santos
ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA CRISTÃ DE ESPIRITISMO, EDIÇÃO 16.
Cedido pela Associação Médico-Espírita do Brasil.
O Hospital Espiritual do Mundo agradece os irmãos DA REVISTA CRISTÃ DE ESPIRITISMO pelo artigo que engrandeceu este espaço de aprendizagem e encontros Sagrados.
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