Alzheimer: Sob o Ponto de Vista Espiritualista -02
Espiritualidade

Alzheimer: Sob o Ponto de Vista Espiritualista -02


Alzheimer: Doença Silenciosa
Sinais de Alerta: Alterações de Memória e Personalidade
Por.: Jaqueline Falcão

Alterações de memória e de personalidade, dificuldade em se comunicar ou executar simples tarefas, como pentear os cabelos ou vestir uma camisa com botões, são sintomas que ajudam a identificar o problema que atinge os idosos. 

Estima-se que cerca de 18 milhões de pessoas em todo o mundo sejam portadoras da doença de Alzheimer. No Brasil esse número pode chegar a 1,2 milhão - 10% com idade acima dos 65 anos. 

De acordo com pesquisa da Alzheimer's Disease Internacional (ADI), a cada sete segundos é diagnosticado um novo caso. 

A doença, degenerativa, acomete o sistema nervoso central e atinge regiões responsáveis por memória e por outras funções cognitivas. Não há cura. O paciente morre entre oito e doze anos.

Alzheimer é silenciosa. Para médicos, o grande foco atualmente é o diagnóstico precoce. 'Hoje em dia a busca pelo diagnóstico precoce é a condição mais importante quando se tem o que fazer pelo paciente. 

A doença não tem cura, mas temos alguns medicamentos que ajudam o paciente. Quanto mais precoce, maior a chance de o remédio ter ação 'para este paciente', explica o neurologista Renato Anghinah, do grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento do Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo. 

Personalidade: Os principais sintomas, que devem servir de alerta para o paciente e familiares, são as alterações de memória e de personalidade, dificuldade em se comunicar ou executar simples tarefas, como pentear os cabelos e vestir uma calça ou camisa com botões. 

O principal fator de risco é a idade. Quanto mais a pessoa viver, maior o risco de desenvolver o problema. Até os 60 anos, a incidência é de 1,5 pessoa a cada 2000. Dos anos 60 aos 70 anos, sobe de uma a cada 50 pessoas. Entre 70 e 80 anos, a chance de ter este mal sobe para uma a cada dez pessoas. E dos 80 aos 85 anos, fica maior: uma em quatro pessoas. 

O neurologista do HC alerta que no últimos anos o comprometimento cognitivo leve poderia ser uma fase pré-clínica da doença. Ele explica que não chega a ser um quadro de demência do doente e também não significa que vai se transformar em doença de Alzheimer. 'Mas esta pessoa terá uma taxa quatro vezes maior de evoluir para a doença. E não há indicação de tratar paciente com medicação, o que precisa ser observado. Se apresentar os sinais de Alzheimer, podemos iniciar o tratamento precocemente', diz Anghinah. 

O diagnóstico da doença é clínico, ou seja, feito dentro de consultório e não com exames em aparelhos. Segundo o neurologista do HC, as queixas de memória - um dos sinais da doença - não são o suficientes para confirmar um quadro de Alzheimer. 'Muitas vezes, o problema da memória pode estar relacionado à sobrecarga emocional, estresse no trabalho, falta de sono e medicamentos', compara Anghinah. 

É por esta razão que o diagnóstico acontece, na maioria das vezes, quando a doença chegou à fase moderada. Neste estágio, além da falta de memória, o doente não consegue executar tarefas simples como montar um o sanduíche, esquece onde guardou alguns objetos e perde a noção para se vestir - chega a inverter a ordem de pôr as peças de roupa, como colocar a peça de baixo por cima da calça. 

Para a neurologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Paulo Bertolucci, o diagnóstico tardio ocorre por culpa tanto da população quanto dos profissionais. 'Os médicos precisam de mais preparo já que o diagnóstico é clínico. Se fizessem um teste rápido de memória no paciente faria muita diferença. Já a população tem uma parcela de culpa por ainda acreditar que a falta de memória se trata de apenas um processo normal de envelhecimento', avalia Bertolucci. A morte do paciente ocorre quando todo o cérebro é atingido pela doença. 

Doença de Alzheimer - Entenda cada fase da doença. 
Fase inicial - começa a afetar a memória. A pessoa lembra de coisas do passado, mas não se recorda do que ocorreu de manhã. À noite, por exemplo, não consegue lembrar o que almoçou. Assim, torna-se uma pessoa repetitiva. 

Fase moderada - Nesta fase, já começa a ter prejuízos para conseguir se alimentar, executar tarefas simples (montar sanduíches com frios), dificuldades em manter a higiene. A pessoa perde noção para se vestir e não consegue enfiar a mão na manga da camisa, por exemplo. Pode trocar o dia pela noite. Perambula pela casa. 
Fase avançada - O esquecimento está cada vez mais intenso. Nesta fase já precisa de alimentação assistida porque não consegue mais comer sozinha. Também não consegue tomar banho, nem se vestir sozinho e não mantém sua higiene pessoal.

Começa a usar fraldas por não conseguir controlar seus instintos. Não fala mais. Tem gente que não dorme nem de dia e nem à noite.

Fase terminal - O paciente está na cama. Só geme e fica na postura fetal. 

Sugestões
- A partir dos 60 anos, queixas de memória não podem ser desprezadas. É bom consultar o médico para checar.  

- Nem toda queixa de memória, por outro lado, significa Doença de Alzheimer.
Se uma em quatro pessoas tem a doença a partir dos 80 anos, lembre-se que três não a terão.  

Remédios retardam evolução  
Os medicamentos inibidores ajudam, por um período de seis meses a 18 meses, a retardar a progressão da doença. 'Têm efeitos por algum tempo. Depois, a resposta é perdida. É algo provisório', afirma Paulo Bertolucci, neurologista da Unifesp. 

'Galantamina, rivastigmina e donepzil recebem indicação para a fase inicial da doença. O paciente fica estável por até um ano e meio, mas os neurônios continuam morrendo. Claro que a progressão da doença é mais lenta do que se a pessoa estivesse sem remédio. Há dois anos, a memantina é associada a um dos inibidores a partir da fase moderada da doença', descreve o neurologista do Hospital das Clínicas, Renato Anghinah. 

No Brasil, o laboratório farmacêutico Janssem- Cilag, lançou o Reminyl ( galantamina ), um medicamento de ação prolongada para o tratamento da doença de Alzheimer em estágios leve e moderado. O medicamento tem somente uma dosagem diária, com ação prolongada.  

Efeitos 
Estudos clínico com Reminyl envolvendo 971 pacientes mostrou que os portadores tiveram melhoras significativas. Entre os benefícios apresentados pelo medicamento podem se destacar: retardo dos sintomas neuropsiquiátricos, manutenção da capacidade funcional e diária em até um ano, menos efeitos colaterais. 

Artigo.: Alzheimer: Doença Silenciosa
Sinais de Alerta: Alterações de Memória e Personalidade
Por.: Jaqueline Falcão (Para o Diário de S. Paulo)
Fonte.: SITE JORNAL DOS ESPÍRITOS

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