Espiritualidade
PSICOLOGIA COMPORTAMENTAL
A literatura a respeito da Análise Comportamental é pouco lida e raramente compreendida no Brasil, embora no resto do mundo esta abordagem encontre-se em pleno crescimento.
A Análise Comportamental procura conhecer e compreender o ser humano e, através deste conhecimento, tomar consciência das problemáticas psicológicas que os indivíduos vivenciam. Como afirma a autora e Psicóloga Clínica, Denise Torós.
O maior e mais persistente dos erros parece ser o de considerar a Análise Comportamental e suas teorias (aprendizagem, motivação, personalidade, cognição e outras) como uma ciência que explica o comportamento humano apenas como um conjunto de respostas a estímulos, considerando o homem como um autômato ou boneco, ignorando a consciência e os estados mentais.
Isto definitivamente não é verdadeiro. A Análise Comportamental não propõe um tratamento sintomatológico ou mecanicista, uma vez que esta abordagem baseia-se no modelo bio-sócio-psicológico, que elimina o conceito tradicional de "doença subjacente" e mesmo o conceito de sintomas através do qual esta "doença" se manifestaria. Ela propõe isto sim, um tratamento das queixas apresentadas (solidão, stress, depressão, insegurança, etc.) e dos mecanismos psicológicos funcionalmente envolvidos com o desenvolvimento e manutenção das problemáticas apresentadas.
Para a abordagem Comportamental as Teorias de Aprendizagem são de fundamental importância, na medida em que, vários fatos demonstram que tanto os sentimentos quanto os pensamentos e comportamentos humanos são aprendidos. Citando um destes fatos, a título de exemplo, veja-se o ocorrido na França, na virada deste século:
Uma criança que havia sido abandonada à própria sorte, foi encontrada viva, em uma floresta próxima a um pequeno vilarejo. Esta criança, por algum "milagre" sobreviveu, porém não como um homem, apesar de ser fisicamente um ser humano, mas como um animal. Caminhava com os quatro membros, vivia em um buraco no chão, não tinha nenhuma linguagem, não conhecia nenhum relacionamento, não se preocupava com ninguém, nem com nada, a não ser com a própria sobrevivência.
O que este caso demonstra é o fato de que, se o homem cresce como um animal agirá e reagirá como um animal, pois o homem "aprende" a ser humano. E deste modo, como ele aprende a ser humano, também aprende a sentir, amar, pensar e raciocinar como um ser humano o que, em outras palavras, significa afirmar que o meio é fundamental ao seu desenvolvimento. E, como o "filhote do homem", é o animal mais facilmente domesticável, pelo fato de na sua "primeira infância", ser totalmente dependente dos adultos que o "criam" e do meio em que vive, não sendo capaz de sobreviver por si só (salvo raras excessos, como o exemplo acima), tais fatos o tornam fortemente vulnerável e desta forma, muito suscetível às mensagens alheias.
As Teorias Comportamentais não deveriam ser vistas como inimigas da liberdade humana, muito ao contrário, pois se não é possível impedirmos que o ambiente "determine" o desenvolvimento de nossas emoções, motivações, pensamentos e comportamentos, por outro lado, é essencial à emancipação do homem em relação à estas "estruturas" (família, escola, igreja, sociedade, etc.) que ele adquira consciência de como se desenvolvem essas ações (destas estruturas) determinantes do seu comportamento, caracterizando a própria experiência de "ser", ou seja, possibilitando-lhe que assuma a direção do próprio destino, a partir de seu auto-conhecimento.
A Análise Comportamental entende que o núcleo de toda neurose é a ansiedade. O medo, eis o grande inimigo do homem. A insegurança dele consequente conduz a total vulnerabilidade, fazendo com que o homem viva de forma contrária ao seu instinto de sobrevivência, falhando em obter aquilo que deseja e levando-o a fazer o que não quer.
As consequências disto são: a solidão, a depressão, as fobias, os distúrbios psicossomáticos, as disfunções sexuais e outras, que levam à infelicidade.
O homem começa, desde a infância, a aprender que "aprender" é sinônimo de esquecer de si mesmo e absorver os valores do ambiente em que vive, internalizando desejos e necessidades que não lhe são próprios, como por exemplo, a de ser amado por todos. Isto o leva a viver um processo interior de medo de ser abandonado, rejeitado, ridicularizado, de magoar ou ser magoado pelos outros e, o comportamento, que seria a expressão dos valores interiores, não mais o representa.
Durante todo este longo processo de "aprendizagem" o homem vai perdendo o contato com o seu "eu real", buscando sempre um "eu ideal". Vai seguindo a vida acompanhado de um sentimento de incapacidade e incoerência, daí, o conflito, caracterizando a falta de "Assertividade", ou seja, o não exercício de ser o que se é, numa clara ausência de auto-estima. Assertividade pode ser entendida como a coerência entre o agir e o sentir.
É importante enfatizar que as crianças são bem mais assertivas. Elas dizem que "gostam de você", com a mesma naturalidade que dizem "não gosto de você". É a sociedade com seus conceitos e regras arbitrárias que reprime esta naturalidade, gerando medo, culpa e raiva.
A sociedade nos dita regras de "certo e errado" e avalia as pessoas em escalas de "melhor e pior". Assim, "adultos são melhores que crianças", "patrões melhores que empregados", "homens melhores que mulheres", "brancos melhores que negros", "professores melhores que alunos", "vencedores melhores que perdedores" e assim por diante, valorizando muito mais o "fazer o que esperam ou o que não esperam de mim". Introjetam-se, então, cobranças e expectativas, desenvolvendo no indivíduo, a tal busca do "eu ideal", que terminam por saber o "que não são capazes", não tendo, entretanto, a exata consciência, do "que são capazes", desvalorizando o que há de realmente importante nele: a ternura, o encantamento, a sensibilidade, a alegria, o romantismo, a poesia, o amor e muito mais.
Para a Análise Comportamental, desenvolver a percepção de si é a chave do problema. Trata-se de mudar o processo não assertivo, de modo que o indivíduo exerça todo seu potencial de reflexão e questionamento sobre suas atitudes e emoções. Recomeçar, transformar os conceitos de "certo e errado". Certo e errado para quem? Só o indivíduo pode ser o juiz final para determinar o que é certo ou errado para ele, de modo que descubra do que é capaz, gostando mais de si mesmo.
O objetivo deste processo terapêutico é, portanto, possibilitar que, a partir do desenvolvimento desta auto-estima, de um maior respeito próprio, novos sentimentos possam ser expressados e percebidos por si e pelo outro, logrando um tratamento diferente por parte do "mundo", que não o da ameaça ou imposição unilateral de seus "conceitos e regras de comportamento".
loading...
-
O Pensamento: A Vibração Mais Subtil
Bom dia a todos, preparados para um dia cheio de bons pensamentos? Contida na rude vibração do corpo físico, encontra-se a vibração mais sutil da corrente cósmica, a energia vital; e, inundando tanto o corpo como a própria energia...
-
A Evolução Da Ciência Impede A Espiritualidade?
A sociedade tem evoluído muito aos longo dos anos. Hoje temos imensas tecnologias e as ciências crescem para dar resposta às nossas necessidades. Mas será que a ciência exclui a espiritualidade? Bem, a resposta é muito provavelmente sim, mas ainda...
-
Psicologia Da ReligiÃo
Uma sinópse explicativa e conclusiva sobre o assunto com referências biográficas Uma das perguntas mais antigas e debatidas na religião é a relação entre a revelação, a experiência religiosa, ou as práticas religiosas, e a consciência, ou...
-
Pensamento SistÊmico
O pensamento sistêmico é uma nova forma de abordagem que compreende o desenvolvimento humano sobre a perspectiva da complexidade, para percebê-lo, a abordagem sistêmica lança seu olhar não somente para o indivíduo isoladamente, considera também...
-
Inveja
Dicionário Aurélio: Desgosto ou pesar pelo bem ou felicidade de outrem - Desejo violento de possuir o bem alheio - Objeto de inveja. Vejamos se o Aurélio está certo... Inveja é um dos sentimentos que pode causar as maiores dores no ser humano. Geralmente,...
Espiritualidade