Espiritualidade
Separação - sofrer com elegância
Sofrer não significa se maltratar”, define a doutora em psicologia pela Unicamp e psicoterapeuta individual e de casais Ana Gabriela Andriani ao falar sobre a fase inicial de sofrimento que a separação causa.
E se engana quem pensa que quem decide se separar sofre menos. Ana Gabriela explica: um dos desafios da separação é fazer com que ambos voltem a pensar como uma pessoa apenas. “É natural que você se misture com a outra pessoa sem saber onde um começa e o outro termina. Sua história fica misturada com a dela. Não importa quem tomou a decisão do rompimento, normalmente ambos passarão por dificuldades de adaptação”. Para ajudar nessa jornada de voltar a ser você mesma especialistas analisaram algumas atitudes que podem facilitar e outras que só vão atrapalhar você neste momento. Veja o certo e errado do primeiro mês após uma separação.
Cuidar da aparênciaCerto. É quase uma unanimidade entre as recém separadas: novo corte de cabelo, voltar a se maquiar e comprar algumas roupas novas. Mas mudar a aparência não significa apenas buscar uma melhora na autoestima. “Muitas mulheres passam a procurar o feminino que estava adormecido. Acaba também sendo um reencontro com ela mesma, um recomeço”, diz Miriam Barros, psicóloga clínica e psicoterapeuta de casal e família. Entretanto, Ana Gabriela Andriani lembra que cortar o cabelo não é tudo. “É muito bom se preocupar com a aparência, mas dependendo do estrago que a separação tenha feito na autoestima é necessário cuidar do psicológico também. Terapia pode ajudar bastante.”
Dormir bem para descansar e ter menos tempo de remoer os problemasCerto. “Muitas pessoas não conseguem dormir direito porque têm um pensamento quase obsessivo relembrando tudo que aconteceu. Para ter boas noites de sono temos que fazer coisas que gastem energia durante o dia”, ensina Miriam. Segunda ela, exercícios físicos, principalmente ao ar livre, são fundamentais para oxigenar a mente e desviar a atenção do problema.
Procurar um advogado e deixar as discussões com eleCerto. No primeiro mês após a separação o ideal é ter tempo de cuidar de si mesma e deixar as brigas, que às vezes são inevitáveis, a cargo de alguém sem tanto envolvimento emocional. O ideal, principalmente em separações mais complicadas, é que cada um tenha seu próprio advogado. “A palavra já diz: separação. Não é mais o momento de fazer coisas juntos”, afirma a psicóloga Miriam Barros.
Conversar com as crianças sobre a separaçãoCerto. “As crianças precisam ser comunicadas assim que a separação é decidida. E isso deve ser feito pelo casal, não apenas por um dos dois. É muito importante que os pais esclareçam que a separação é do casal e não dos filhos”, ressalta Ana Gabriela.
Fazer escândalosErrado. “Quem faz isso, além de se expor, pode ser vista como a ‘louca’. É mais ou menos como dar ferramenta para todos pensarem: ‘ainda bem que ele se livrou disso’. Antes de fazer qualquer coisa, pense duas vezes”, diz Miriam. Ana Gabriela concorda: “É imprudente, uma exposição desnecessária. Momentaneamente a raiva pode até passar, mas depois vai se sentir pior ainda.”
Pedir ajuda aos amigos para driblar momentos de solidãoCerto. Amigos e família serão importantes durante todo o processo de recuperação após a separação. Entretanto, não são todas as pessoas que conseguem sair logo depois do rompimento. “Voltar a ser solteiro e experimentar a vida novamente dessa forma faz bem. Normalmente causa um estranhamento no início, mas reaprender a viver como se fosse solteiro é essencial”, diz Miriam.
Procurar saber como anda a vida do exErrado. Facebook, Orkut, amigos em comum, filhos. Tudo se torna fonte para saber como anda a vida do ex. Fuja dessa armadilha. Procure tocar seu dia a dia sem se preocupar com alguém que não deve mais fazer parte da sua rotina. “Vai parecer que a vida do outro está maravilhosa e a sua não. O que nem sempre é verdade. Além do mais, acabou. Vai ser feliz. Sei que é difícil, mas você tem que tentar”, ensina Miriam Barros.
Um beijo,
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