Espiritualidade
HOMÓLOGO
Vou fugindo de minhas memórias, sacudidas por pensamentos retrógados e alienados por lembranças tristes e vazias, na maioria das vezes, com recordações sem carecer de base.
Me encontro em ti, nos teus cacoetes, nas tuas instabilidades de atenção, nas tuas incongruências e também nas tuas ilações. Por isso sempre me encontro perdido em minha volubilidade.
Me sinto refem das tuas obstinações, das tuas premissas. Num silogismo perfeito, te vejo alva, com magnitude de um astro e com labirintos iguais a de um jardim com passagens e veredas.
Talvez um frente a frente numa inédita conjugação para refazer a apropriação do mundo encantado, descoberto, quando nos olhamos olhos nos olhos, num diálogo crucial como estabelece a noite com a madrugada, num tardio e novo olhar. Nada disto me surpreende. O que me admira é a facilidade que vamos tendo em conversar com nós próprios, num raro escape à ditadura horária a que teus dias obedecem.
Procuro reduzir ao máximo as marcas da tua presença. A memória torna-se, assim, alvo de todas as cobiças. Talvez valha a pena estar atento, porque dizem-me que há memórias que nunca desaparecem, servem de vestes às bruxas que ocupam o reino dos trovões e da escuridão alada.
Expliquem-me como se constroi um sonho sem sermos levados por esse sonho, por entre paisagens reais numa aventura clandestina na linguagem de um poema tardiamente oferecido?
Expliquem-me como se extrapõe vontades incólumes, banhadas num oceano de concupiscência e de ímpeto ?
Deviamos ser todos obrigados a regressar ao primeiro amor...a primeira paixão, seduzindo os nossos dias num enovelamento de preposições e retorno a um passado próximo, cheio de esperança e de ilusões.
Na verdade o que espero de ti, é encontra-la muito mais dona de tuas deslocações, de tuas atitudes e de teu conjunto de reflexões não sistemáticas sobre tuas experiências como ser social.
Quero te ver graforréica, numa escrita sem freio, trocando ódio por paixão e paz por desejo. Te quero modificada, sem explicitas tatuagens de comportamento e sem taxionomia.
Na verdade não te quero, mas te quero, e entre espaços diminutos em meu parênquima central, espero ver-te sobre um manto rubro, espalhando lubricidade e contentamento numa volúpia intensa, trocando palavras por sussurros e sonho por realidade !
para ti
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