Espiritualidade
MENDIGOS
Você já reparou nos mendigos que perambulam pelas ruas?
Você reparou que nem sempre eles abordam as pessoas ?
Você notou como a rua é sua aliada e o tempo seu inimigo ?
Alguém já se perguntou de onde eles vieram e para onde vão?
O que eram, o que seriam e o que são ?
O que amam, respeitam, temem e se identificam ?
E o que perturba o seu coração ?
Uma vez perguntei a uma médium por que algumas pessoas nascem mendigas e sem nenhuma condição social . Então , ela me disse que a maioria dos mendigos foi rica em outras reencarnações , não aproveitaram a oportunidade e tiveram que nascer indigentes como castigo .
Outro fato curioso é o poder mediúnico que alguns mendigos têm e que nenhuma seita conseguiu explicar . Dizem, que muitos são reencarnações de espíritos resignados, que querem provar para os céus, sua coragem e perseverança. Outros, são penitentes, por querem mais que podiam e hoje tem que aprender a ter menos do que podem. Na vida tridimensional, sabemos que também existe aquela grande parcela que passaram por um imensurável distúrbio psicológico, neurológico, que recebeu um grande choque contrário a sua interpretação, uma grande decepção, uma perda ou um jeito de fugir do seu verdadeiro “eu”, se contentando em ser o outro, como na Síndrome de Caim.
Na quase totalidade eram Profissionais, Trabalhadores, Filósofos, Profetas ( mas que não estavam na mesma freqüência do planeta, quando enviados ), Poliglotas, Poetas, Cantores, Músicos e Matemáticos. Dizem que muitos são Anjos Reveladores, Anjos Sentinelas, Anjos Espiões, Anjos Zeladores, Anjos Caídos e Anjos da Morte. Mas a única certeza que as pessoas tem ( analisando muitos relatos de pessoas com diferentes: credo religioso, grau de instrução e posição social ): que seus espíritos foram enviados de algum lugar ( sagrado ou proscrito ) para uma missão ou resgate de vidas passadas.
As crianças e os adolescentes os chamam de “Dingos”, e muitos os conhecem também por Esmolés ou Indigentes. Alguns mais elegantes e sensíveis ( Intelectuais e Religiosos ) que entendem e auxiliam e outros não tão simpatizantes da causa e que tentam maquiar ou ignorar o problema, chamam de “Moradores de Rua” ( Isso prova mais uma vez, que a diferença entre o remédio e o veneno, é a dosagem, e a concepção pode ser literalmente, a mesma ).
Boa parte deles, certamente, são escritores que criaram um "blog" para mostrar seu trabalho e não deu certo. Outro grupo de mendigos é formado por ex-guardas de trânsito, obviamente. Sem falar naquela parcela considerável de mendigos que eram políticos que tentavam fazer um trabalho sério. Muitos também eram, Cortadores de cana, Tradutores, Aposentados, Camelôs, Sacoleiros, Ambulantes, Vendedores de livro, Doleiros, Pescadores, Professores ( em função do salário, quando se transformam em mendigos, ninguém nota ), Agricultores, Artistas e Trabalhadores de Circo, Bailarinos, Prostitutas, Relojoeiros, Alfaiates, Afiadores, Sem-Teto e Sem-Terra.
Não sei se alguns de vocês já tiveram essa experiência, de ter convivido com alguém, na sua infância ou juventude, que era um cara completamente normal (se é que isso é possível!) e que hoje você encontra comendo lixo e falando sozinho (parecendo alguns casamentos em que a mulher cozinha mal e não há diálogo) e também não são muito comuns, Mendigos que foram Sovinas, Agiotas ou Mercenários.
Ex-Combatentes, têm aos milhares, principalmente em países de terceiro e quarto mundos, que mal conseguem sobreviver com as causas e consequências da derrota de sua Nação ).
Encontramos aqueles, que tem um pequeno distúrbio Mental, mas que são inofensivos, adoram os animas ( geralmente possuem um ou dois cães e reparte o pouco que tem com eles ).
Muitos que são Amputados ( fisicamente e moralmente ), doentes Mentais, doentes terminais, doentes de Amor, Cegos, Surdos-Mudos, traídos, traidores, sínicos, sonsos, corajosos, tristes, perdidos, desiludidos e com uma determinação incomum mediante aos Conceitos da Ciência.
Muitos que vivem em cidades pequenas, são acolhidos como talismãs, como figura folclórica, ponto de referência e até como atração turística. E quase sempre são alimentados com sobras de comida e vestimentas, de residências e estabelecimentos comerciais. Muitos usam o atendimento social para comer, dormir, banhar e até se vestir. Em países com consciência, muitos até tiram algum proveito da situação. A opção passa a ser interpretada pelos estudiosos e políticos, como fosse uma contribuição ao estudo e pesquisa do ostracismo e do anonimato e também da falta de diretrizes ( ou excesso delas ).
Muitos acham que ser Mendigo, é um ato de covardia, de fuga, de ausência. Mas pergunto, não é preciso ter muita coragem para encarar o frio, a fome, a sede, a dor, a tristeza, a solidão e a
agonia ? Não tem que ter muita, mas muita coragem para ter diariamente, crises severas de auto-piedade, auto-desprezo, auto-frustração, de incapacidade aliada a auto-compaixão e também ao suicídio ( moral e físico ), lento, impiedoso, indigerível e magoante ?
Só conseguimos analisar o problema externamente, bem na superfície, entendendo apenas como fatos, sendo: Científicos, Políticos e Sociais. Com a Ciência pesquisando e estudando como: Psicologia, Antropologia, Sociologia e Psiquiatria. E com o coração, fazendo donativos e tentando não julgar o problema e a situação.
Mas nunca o problema pode ser analisado pela experiência no âmago, na essência, na realidade e na verdade ( Pois só quem realmente o vive, é que conhece a Teoria na Prática ).
Só conhecemos um pouco de sofrimento, dor e outros sentimentos símiles, por esse motivo, conseguimos perceber apenas um pouquinho do problema, analisando o fato genericamente, como um todo. Mas que na grande verdade, entendemos a questão ( suas causas, efeitos e consequências ), mas não conseguimos compreender o motivo e o “porque” que isso acontece !!!
E para encerrar, uma frase de
Roberto Malvezzi:
“Talvez seja mais seguro e mais cômodo fazer a segurança do Papa afastando os mendigos de seu convívio. Eles importunam. Talvez seja mais fácil que apenas os banhados, perfumados e bem vestidos se aproximem de Bento XVI.
Enfim, pode ser mais fácil para a segurança e menos incômodo para os bem vestidos que os mendigos estejam longe do evento. Mas seria infinitamente mais cristão que eles estivessem presentes”.Dedico esse texto, ao Grande Antropólogo, Pesquisador e Pensador do Século XX, que provocou os primeiros passos de uma revolução na maneira de como pensar a humanidade dos Indios Brasileiros, Claude Lévi-Strauss.
Giulio Romeo
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