AS LEIS DA PERCEPÇÃO
Espiritualidade

AS LEIS DA PERCEPÇÃO


Segundo a lei da Percepção, para a interpretar a informação dos estímulos captados pela visão, o homem serve-se de algumas estratégias, como a:
-Tendência à estrutura – de acordo com esta estratégia, o indivíduo é levado, de uma forma natural, a organizar ou a estruturar os diferentes elementos que aparecem no seu campo de estimulações. Essa estrutura pode ser feita de 2 maneiras:
-Pelas semelhanças, ou seja, quando os elementos visuais que têm cor, forma ou textura semelhantes, são vistos como pertencentes de uma mesma categoria, de uma mesma estrutura.
-Pelas proximidades, ou seja, quando mais próximo, maior a possibilidade de agruparmos os objetos.

-Segregação Figura-Fundo – segundo esta estratégia, o indivíduo vai percepcionar figuras definidas e salientes que se inscrevem em fundos indefinidos e reentrantes.

Pregnância ou Boa Forma - (Também conhecido por lei da continuidade) – traduz-se como a qualidade que determina a facilidade com que percepcionamos as formas como as figuras inscritas num fundo. Quando apresentam figuras ou objetos incompletos a tendência é percepcionar como completos. O indivíduo percepciona, de uma forma mais fácil, as figuras de boas formas, ou seja, simples, regulares, simétricos e equilibrados.

Constância perceptiva – esta estratégia é particularmente importante, porque graças a ela o mundo apresenta-se com uma relativa estabilidade. Desta forma, pode-se descrever como a capacidade de percepcionar um objeto com os seus atributos básicos, independentes da variedade sensorial com que ele se apresenta. Em relação à visão, convém salientar, a constância de tamanho, de forma e de cor.

De tamanho – vem descrever o fato do tamanho percebido de um objecto ser o mesmo, esteja ele próximo ou afastado. Um dos fatores que possuem um notável papel de resistência à mudança perceptual de tamanho é a familiaridade com os objetos.

De forma – já a forma, refere-se ao facto de percebemos a forma do objecto, independentemente do ângulo a partir do qual vemos.

Da cor – o individuo tende a ignorar o nível de iluminação, que incide sobre os objetos percepcionados.

Percepção da profundidade e da distância

Indicadores Fisiológicos
- Acomodação do cristalino
- Convergência binocular
- Disparidade retiniana

Indicadores Ambientais
- Contraste luz-sombra
- Perspectiva
- Tamanho relativo
- Nitidez


A percepção da profundidade e da distância vem responder a um complicado problema perceptivo, ou seja, como percebemos o mundo em 3 dimensões se a imagem daquilo que vemos, e que se forma na retina, possui apenas duas dimensões? Só é possível mediante a um conjunto de variáveis inatas ligadas ao organismo (indicadores fisiológicos) e de variáveis apreendidas no contacto com o meio (Indicadores ambientais).

Indicadores fisiológicos – são variáveis ligadas ao organismo que estão divididas em 3 partes:
Acomodação do cristalino, vai obrigar o cristalino (Espécie de lente natural que possuímos para focar os objectos) a contrair-se sempre que os objectos se encontrem a uma curta distancia dos olhos, ou a distender-se se esses se encontrem afastados.

Convergência Binocular é quando a posição relativa das linhas de visão alterasse sempre que olhamos para um objecto situado a distâncias diferentes. Termos dois olhos proporciona-nos um indício de profundidade muito importante, pois cada olho recebe uma imagem diferente do mesmo objecto. Assim, quando um objecto se encontra a mais de 15 metros, as linhas visuais são paralelas, por outro lado, se se encontra numa distância inferior, tornam-se concorrentes. A mobilidade ocular é de responsabilidade dos músculos oculares (Neles se produzem impulsos nervosos de que, provavelmente, não temos consiencia, mas que são fundamentais para a avaliação da profundidade dos objetos).

Disparidade retiniana – os nossos olhos se situam acerca de 6 cm de distância um do outro, recebendo cada um, uma imagem, um pouco diferente de um mesmo objecto, ou seja, as imagens não são perfeitamente coincidentes. As duas imagens oculares, sendo diferentes fundem-se no cérebro, dando-nos uma visão estereoscópica do objeto. Na percepção auditiva verifica-se algo semelhante, são as imagens sonoras fornecidas por um ouvido que, ao fundirem-se no cérebro, nos revelam a origem do som.

Indicadores ambientais

Contraste luz-sombra – constitui um notável indício para a percepção da tridimensionalidade, ou seja, as partes salientes são mais claras que as reentrantes, em função da iluminação recebida, dando a noção de possuir 3 dimensões.

Perspectiva - quando percebemos duas linhas paralelas que se afastam, na realidade , vai nos dar uma ilusão de profundidade.

Tamanho relativo – a profundidade pode também ser representada, variando o tamanho dos objetos pintados. A profundidade é-nos sugerida pela grandeza dos objectos, ou seja, objetos com maiores dimensões são percepcionados como menores quando estão mais afastados de nós.

Nitidez – indica que quantos mais próximo de nós se encontram os objetos melhor os percepcionamos em termos de pormenores nítidos. Ao contrário, tudo aquilo que vemos à distancia.

Distúrbios Perceptivos

Ilusões
Cegueira, surdez e anestesia
Agnosias
- Visual
- Auditiva
- Espacial
- Em relação as cores
- Em relação aos objectos
Alucinações

Na organização dos estímulos que o sujeito percepciona pode chegar a atribui-lhes significados inadequados da realidade. Tal discrepância entre o real e a percepção da realidade, pode ser mais ou menos acentuada, permitindo que em certos casos falemos de falsas percepções ou de distúrbios perceptivos, como:

Ilusões – segundo a psicologia da gestalt, este fenómeno diz que um elemento percebido num contexto é diferente ou é integrado noutro contexto. Não percepcionamos elementos isolados mas sim integrados numa estrutura. Uma ilusão bastante frequente é a chamada ilusão do movimento, ou seja, é quando percepcionamos seres que se movem, quando na realidade o que vemos é uma sucessão de quadros fixos, projetados com intervalos regulares, dando a ilusão de movimento. As ilusões não são mais que alterações perceptivas que não constituem qualquer motivo de preocupação e a sua ocorrência não depende nem implica da deterioração dos órgãos sensoriais ou do sistema nervoso em geral, mas sim dos estímulos.

Cegueira, surdez e anestesia – são lesões nos órgãos receptores e nos nervos sensitivos e caracteriza-se por uma incapacidade de captação correta das estimulações, ou até, em casos extremos, pela privação total da sensibilidade visual, auditiva, tátil ou qualquer outra.

Agnosias – caracteriza-se por lesões a nível cerebral, ou seja, quando alguma área cerebral é afectada, o indivíduo perde total ou parcialmente as capacidades perceptivas da zona afetada. Assim, as agnosias visuais devem-se a lesões das áreas dos lobos ocipitais, quando a lesão se verifica nos lobos parietais estamos na presença de uma agnosia auditiva. A agnosia espacial caracteriza-se pelo não reconhecimento dos objectos e pela incapacidade de se orientar (Ex: descobrir itinerários ou os descrever). Quando o indivíduo é incapaz de designar formas dos objectos podemos dizer que o indivíduo tem uma agnosia em relação aos objectos. Mas quando o indivíduo se sente impossibilitado de associar cores a objetos ou de lhes reconhecer qualquer significado, este apresenta uma agnosia em relação às cores.

Alucinações – são definidas como “percepções sem objeto”, na medida em que o indivíduo que as experimenta passa por uma experiência psicológica que o leva a comportar-se como se os estímulos externos existissem de facto. Tudo que pode ser percebido pelos 5 sentidos (audição, visão, tacto, olfato e gustação) pode também ser alucinados.

E como afirma Cáudia Leal:

As alucinações são extremamente complexas e não localizáveis, que pode ser causada por disfunções do sistema nervosos em geral, bem como a nível de órgãos receptores, dos nervos e dos centros cerebrais, de uma forma mais específica. O uso de bebidas alcoólicas, produtos químicos ou substâncias psicoldislécticas, também estão na origem de alucinações. As alucinações mais faladas são as psicóticas, típicas dos esquizofrenicos, que se manifesta por indivíduos são percebidos por eles em conjunto com estímulos auditivos reais.



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