Para a teoria comportamental a psicopatia e a sociopatia são denominadas como transtorno de personalidade anti-social (TPA). Sendo esta denominação a mais usada nos textos científicos. O conceito atual de psicopatia refere-se a um transtorno caracterizado por atos anti-sociais contínuos (sem ser sinônimo de criminalidade) e principalmente por uma inabilidade de seguir normas sociais em muitos aspectos do desenvolvimento da adolescência e da vida adulta. Os portadores deste transtorno não apresentam quaisquer sinais de anormalidade mental (alucinações, delírios, ansiedade excessiva, etc.) o que torna o reconhecimento desta condição muito difícil. Há um verdadeiro círculo vicioso na formação de novos psicopatas. Uma pessoa agredida e tratada com violência desde cedo na vida e mais tarde desenvolvendo o TPA será um agressor violento de seus filhos e reproduzirá o inferno no qual viveu a sua infância. Os aspectos essenciais do estudo do TPA (psicopatia ou sociopatia) são: um transtorno de natureza crônica que se inicia como transtorno de conduta em torno de 15 anos e consolida-se como TPA aos 18 anos. Atinge mais homens do que mulheres, tendo componentes genéticos, familiares, neurológicos e sociais. O número de seus portadores vem aumentando muito na sociedade atual. Os portadores de TPA têm uma inteligência média e alguns são muito inteligentes. Usam principalmente os recursos verbais e são muito convincentes nas suas argumentações. Podem apresentar alterações no lobo frontal (a parte do cérebro que controla o relacionamento com as pessoas) e nos circuitos que controlam as emoções. Estas alterações fazem com que sejam agressivos, irritadiços, estabeleçam relações muito perturbadas, possuam ausência de empatia, ausência de remorso e culpa, apresentem promiscuidade sexual, impulsividade, irresponsabilidade, incapacidade de se responsabilizar por suas ações, mintam e manipulem com facilidade, apresentando um desembaraço e certo charme superficial em suas conquistas. Muitos cometem crimes violentos (a maioria não) e são conhecidos os casos de matadores em série, terroristas e líderes do crime organizado. Nos últimos cinco anos, o psiquiatra Renato Oliveira realizou ressonância magnética em 279 pessoas com distúrbios neuropsiquiátricos. Através da ressonância magnética funcional, foi possível concluir que o cérebro de alguns indivíduos responde de forma diferente de uma pessoa normal quando levado a fazer julgamentos morais, que envolvem emoções sociais, como arrependimento, culpa e compaixão. Diferentes das emoções primárias, como o medo, que dividimos com os animais, as emoções sociais são mais sofisticadas, exclusivas dos humanos - têm a ver com nossa interação com os outros. Os resultados preliminares do estudo sugerem que os psicopatas têm muito pouca pena ou culpa, dois alicerces da capacidade de cooperação humana. Mas sentem desprezo e desejo de vingança. 'As imagens mostram que há pouca atividade nas estruturas cerebrais ligadas às emoções morais e às primárias e um aumento da atividade nos circuitos cognitivos. Ou seja: os psicopatas comunitários, assim como os clássicos, funcionam com muita razão e pouca emoção', traduz Oliveira. MAPEAMENTO DAS EMOÇÕES Indivíduos normais e psicopatas comunitários foram submetidos ao teste Bateria de Emoções Morais (BEM) enquanto eram colhidas imagens de seu cérebro por meio de ressonância magnética funcional Quando uma pessoa normal (à esq.) faz julgamentos morais, ativam-se as áreas pré-frontais (laranja e roxo), responsáveis pelos aspectos cognitivos - frios e racionais - do julgamento. Também são ativados o hipotálamo (azul), relacionado às emoções básicas, como raiva e medo, e o lobo temporal anterior (vermelho), ligado às emoções morais, tipicamente humanas. Resultados preliminares mostram que, no cérebro do psicopata (à dir.), diminui sensivelmente a ativação das áreas relacionadas tanto às emoções primárias (azul) quanto às morais (vermelho) e aumenta a atividade nas áreas pré-frontais (laranja e roxo), ligadas aos circuitos cognitivos, de razão pura Contudo, não existe um tratamento terapêutico especifico para os portadores de TPA, pois a terapia comportamental ou analise experimental do comportamento, envolve a descrição das contingências que o mantêm e a modificação dos padrões comportamentais requerendo a alteração dessas contingências, substituindo-as por outras mais adequadas. O papel do terapeuta consiste então, em identificar as contingências atuais em operação na vida do cliente, reconhecendo sua funcionalidade à luz da historia de condicionamento do individuo, surgindo possíveis mudanças na configuração das contingências atuais e estabelecendo contingências que possam controlar os comportamentos do cliente, com o objetivo de alcançar mudanças no seu repertorio comportamental na direção desejada pelo cliente e pelo terapeuta. O cliente tanto pode ter seu comportamento controlado por regras (descrições de contingências feitas pelo terapeuta), como por conseqüências naturais produzidas pelo seu comportamento em ambientes naturais. Espera-se que o cliente, com o seu desenvolvimento no processo terapêutico, venha a ser capaz de descrever as contingências que controlam seu comportamento e de vir a rearranjar essas contingências, de modo a diminuir o controle aversivo a que vem respondendo e passar a ter seu repertorio comportamental mais sob controle de reforçadores positivos. Sendo assim, o portador de TPA seria incapaz de participar e de atingir os objetivos da terapia comportamental. Psicopata e sociopata Fenomenologia Humanista na visão de Carl Rogers Rogers defendia a idéia de que o homem tem um potencial para o crescimento, assim cada indivíduo cresce conforme suas necessidades. No caso do psicopata um ser que busca a realização dos seus desejos independente da forma a chegar a esse objetivo potencializa suas características (frieza, ausência de empatia, ausência de culpa, inteligência, charme etc). Rogers usou uma abordagem fenomenológica na tentativa de entender como o homem percebe a realidade, ou seja, colocava situações diferentes para pessoas diferentes e cada qual colocava sua visão perante aquela situação, o psicopata percebe a realidade de maneira a beneficiá-lo, não consegue colocar-se no lugar do outro, a percepção da realidade é isenta de sentimentos. Esse autor defende a idéia que o homem tem suas experiências internas (sensações, pensamentos, sentimentos, percepções, lembranças etc) e para que consiga avaliar essas experiências tem de avaliar-se subjetivamente e tentar compreender as experiências dos outros. Aqui temos um ponto importante, uma pessoa com transtorno de personalidade sabe avaliar suas experiências, mas com alguns aspectos diferentes como não sabendo o que é sentir ódio, amor, raiva e não se coloca no lugar do outro, só age conforme o que for melhor para si. O outro é um objeto que nunca habita o mundo interno do psicopata. O psicopata só o percebe quando este objeto tem alguma importância na realização de seus desejos. No método terapêutico, Rogers trabalha com o self (como o indivíduo é) e com o self ideal (como o indivíduo acha que deve ser). O cliente com transtorno de personalidade não vai perceber diferença entre seu self e o ideal, pois é um cliente que não aprende com o erro, sempre vai cometer os mesmos erros, portanto se percebesse que o self não é o ideal nem pra ele nem para a sociedade aprenderia com o erro, mas não tem essa visão de si. Com essa linha de raciocínio, os homens tendem a se atualizar, melhorar. Para analisar os comportamentos, Rogers não fragmentava o homem e sim o analisava como um todo. A terapia segundo Rogers baseia-se muito como o cliente está se sentindo, pois ele tem a liberdade para fazer escolhas. Concluindo o psicopata escolhe realizar todos os seus desejos nem que para isso mate, manipule, minta etc, mas se questionado sobre o sentimento dele perante a situação vivenciada, falará racionalmente e não emocionalmente porque não sabe o que é sentir emoções e nem tem consciência de que fez algo errado. Depoimento do “maníaco do parque” para a polícia, publicado na revista Veja: "Eu tenho um lado ruim dentro de mim. É uma coisa feia, perversa, que eu não consigo controlar" Depoimento do promotor para a revista Veja sobre o “maníaco do parque” no seu interrogatório: "O interrogando achava até interessante como conseguia ludibriar suas vítimas, pois usava praticamente um jogo de seduções, colocava para elas um mundo de fantasias, sendo que, para tanto, ouvia atentamente o que a pretensa vítima falava de sua vida, e rapidamente conseguia concluir qual a conversa mais agradável que a dominaria". Psicopatia e sociopatia Na teoria Psicanalítica A chamada “Síndrome da Adolescência Normal” está cheia de características, de personalidade e/ou conduta, que aos olhos dos adultos, podem parecer como anormalidade. Sua análise permite, às vezes, com dificuldade, reconhecer o que é próprio desta idade evolutiva (o normal) e o que evidentemente transpõe os limites dessa evolução para entrar no campo da psicopatologia, da real e verdadeira doença, que vai desde uma perturbação emocional, até uma severa e bem estruturada psicopatologia. Sob um enfoque transcultural da adolescência, observam-se coincidências baseadas no psicobiológico e no social que muitas vezes, moldam a estrutura ao mesmo tempo em que é configurada e mudada pelo interjogo indivíduo/sociedade. Na adolescência tais mutações adquirem conotações dramáticas devido à sua intensidade e rapidez de ação. Uma observação que fizemos, é como são intensos e às vezes, como são fugazes os quadros clínicos da psicopatologia adolescente”. Os problemas do adolescente são basicamente os mesmos. É importante assinalar que, atualmente, em muitos países, o indivíduo tem a oportunidade de enfrentar-se com suas aspirações, desejos e apetites. As situações sócio-econômicas nas quais vive o/a adolescente, estimulado e exigido por um lado, e privado e restringido por outro, fazem com que quando a situação conflitiva torna-se intolerável, o/a adolescente, recorra ao delito, à violência, à agressão franca, para obter através do que tecnicamente poderia se chamar, de um “acting-out” psicopático, a satisfação de seus impulsos imediatos, agora já fora de controle. Aqui já assinala-se a patologia que significa a “psicopatia” e que não é um simples e normal mecanismo de defesa. É conveniente lembrar que a violência de nossa sociedade, representa uma forma de psicopatologia - individual e social - resultante de uma falta de possibilidades de intercâmbio de critérios e ações, aparentemente lógica e inevitável em certas ocasiões. Este fato acaba numa atividade não-adaptativa e auto-destrutiva. Existem séries de ações sociais violentas que geram reações de violência masoquistas, produzindo desestruturações. Blackburn (1998) desenvolveu uma interessante tipologia para os subtipos de psicopatas, inclusive considerando o aspecto Anti-social como se tratasse de um dos sintomas possíveis de estar presente em certos casos. Inicialmente ele fez uma distinção entre dois tipos de psicopatas e ambos compartilhando um alto grau de impulsividade: um Tipo Primário, caracterizado por uma adequada socialização e uma total falta de perturbações emocionais, e um Tipo Secundário, caracterizado pelo isolamento social e traços neuróticos. Apesar de todas as variações tipológicas dos mais diversos autores, todos parecem estar de acordo nas características nucleares do conceito; impulsividade e falta de sentimentos de culpa ou arrependimento. Mais tarde os 2 subtipos de Blackburn (Primário e Secundário) foram aprimorados em 4 subtipos mas, para nosso trabalho, apenas esses dois tipos iniciais são relevantes : 1 - Os Psicopatas Primários, caracterizados por traços impulsivos, agressivos, hostis, extrovertidos, confiantes em si mesmos e baixos teores de ansiedade. Neste grupo se encontram, predominantemente, as pessoas narcisistas, histriônicas, e anti-sociais. Sua figura pode muito bem se identificar com personalidades do mundo político. 2 - Os Psicopatas Secundários, normalmente hostis, impulsivos, agressivos, socialmente ansiosos e isolados, mal-humorados e com baixa auto-estima. Aqui se encontram anti-sociais, evitativos, esquizóides, dependentes e paranóides. Podem ser identificados como líderes excêntricos de seitas, cultos e associações mais excêntricas ainda. Entre esses 2 subtipos, as pessoas pertencentes ao grupo dos Psicopatas Secundários, seriam as mais desviadas socialmente e também em outros aspectos. Nessas pessoas é onde mais se encontram as anormalidades no Eletroencefalograma, as quais têm sido descritas precocemente. Os Psicopatas Primários, por sua vez, têm mais excitação cortical e autonômica, e maior tendência a buscar sensações. Entre esses grupos existem também diferenças quanto à agressividade e criminalidade. Os Psicopatas Primários ainda teriam convicções mais firmes para efetuar crimes violentos, enquanto que os Psicopatas Secundários para os roubos. Psicopatas Secundários seriam mais dominantes, tanto em situações ameaçantes como aflitivas e mostram mais fúria diante da ameaça, tanto física como verbal. Os Psicopatas Primários e Psicopatas Secundários podem corresponder à brilhante classificação de Millon ao Psicopata Carente de Princípios . Esses dois subtipos compartilham alguns traços em comum, mas os Secundários têm muito mais ansiedade social e traços de personalidade esquizóides, evitativos e passivo-agressivos. É muito provável que a maioria ingresse no critério mais amplo de borderlines da personalidade Com relação ao potencial de conflitos interpessoais da personalidade do psicopata é interessante considerar dois modelos: o grau de poder ou controle exercido sobre as demais e o grau de afinidade. Sobre o poder está em apreço a dominância ou a submissão aos demais e, em relação à afinidade, entra em cena a hostilidade ou o cuidado. A expressiva maioria dos psicopatas estabelece uma interação social do tipo hostilidade e dominância, ficando a submissão e cuidado por conta dos não psicopatas. Para o exercício da dominância e hostilidade, o psicopata costuma culpar a outros, mentir com freqüência, buscar continuadamente atenção e ameaçar a outros com violência. O contrário dessa postura seria a amabilidade social, representada pelas condutas coercitivas e dóceis. Entretanto, para complicar ainda mais essa questão dos traços, devemos considerar o desempenho sócio-teatral dos psicopatas, através do qual manifestam atitudes que não fazem parte de suas características genuínas, mas, sobretudo, de suas simulações sociais. É assim que a Psicopatia pode aparecer estreitamente vinculada com a amabilidade. Neste modelo o Psicopata Primário tende a ser coercitivo e, apesar disso, também dominante e sociável (gregário). Já os Psicopatas Secundários, além de poderem ser também coercitivos, costumam ser mais isolados e aparentemente submissos. Mas ambos os tipos exibem estilos interpessoais que os coloca na possibilidade de ter conflitos com terceiros. De qualquer forma, satisfazendo os critérios usados para definir os Transtornos de Personalidade, de modo geral, os psicopatas tendem a manifestar comportamentos rígidos e inflexíveis. Millon (1998) desenvolveu também uma subtipologia dos psicopatas, por sinal, de interesse clínico maior que a subtipologia de Blackburm. A idéia de Millon foi dirimir as contradições entre numerosas visões que se têm sobre o psicopata. Mesmo considerando diversos subtipos de psicopatas, Millon deixa claro que existem elementos comuns a todos os grupos: um marcado egocentrismo e um profundo desprezo pelos sentimentos e necessidades alheias. Com finalidade exclusivamente didática, foi modificada, condensada e sistematizada a subtipologia de Millon da seguinte forma:
1 - O Psicopata Carente de Princípios: Este tipo de psicopata se apresenta freqüentemente associado às personalidades narcisistas e histéricas. Podem até conseguir manter-se com êxito nos limites do legal. Estes psicopatas exibem com arrogância um forte sentimento de autovalorização, indiferença para com o bem estar dos outros e um estilo social continuamente fraudulento. Existe neles sempre a expectativa de explorar os demais (esse traço pode corresponder ao estilo dominante dos Psicopatas Primário e Secundário de Blackburn). Há neles uma consciência social bastante deficiente e se faz notória uma grande inclinação para a violação das regras, sem se importarem com os direitos alheios. A irresponsabilidade social se percebe através de fantasias expansivas e de grosseiras, contumazes e persistentes mentiras. Falta, nesses Psicopatas Carentes de Princípios, o Superego. Essa falta é responsável pelos seus relacionamentos inescrupulosos, amorais, desleais e exploradores. Podem estar presentes entre sociedades de artistas e de charlatões, muitos dos quais são vingativos e desdenhosos com suas vítimas. O psicopata sem princípios mostra sempre um desejo de correr riscos, sem experimentar temor de enfrentar ameaças ou ações punitivas. São buscadores de novas sensações. Suas tendências maliciosas resultam em freqüentes dificuldades pessoais e familiares, assim como complicações legais. Estes psicopatas narcisistas funcionam como se não tivessem outro objetivo na vida, senão explorar os demais para obter benefícios pessoais. Eles são completamente carentes de sentimentos de culpa e de consciência social. Normalmente sua relação com os demais dura tempo suficiente em que acredita ter algo a ganhar. Os Psicopatas Carentes de Princípios exibem uma total indiferença pela verdade, e se são descobertos ou desmascarados, podem continuar demonstrando total indiferença. Uma de suas maiores habilidades é a facilidade que têm em influenciar pessoas, ora adotando um ar de inocência, ora de vítima, de líder, enfim, assumindo um papel social mais indicado para a circunstância. Podem enganar a outros com encanto e eloqüência. Quando castigados por seus erros, ao invés de corrigirem-se, podem avaliar a situação e melhorar suas técnicas em continuar a conduta exploradora. Carentes de qualquer sentimento de lealdade, juntamente com uma extrema competência em desempenhar papéis, os psicopatas normalmente ocultam suas intenções debaixo de uma aparência de amabilidade e cortesia.
2 - O Psicopata Malévolo: As características que Millon atribui aos subtipos Malévolo, Tirânico e Maléfico, foram reunidas por razões didáticas e por considerar que todos três comumente se manifestam numa mesma pessoa. Os Psicopatas Malévolos são particularmente vingativos e hostis. Seus impulsos são descarregados num desafio maligno e destrutivo da vida social convencional. Eles têm algo de paranóico na medida em que desconfiam exageradamente dos outros e, antecipando traições e castigos, exercem uma crueldade fria e um intenso desejo de vingança. Além desses psicopatas repudiarem emoções ternas, há neles uma profunda suspeita de que os bons sentimentos dos demais são sempre destinados a enganá-los. Adotam uma atitude de ressentimento e de propensão a buscar revanche em tudo, tendendo a dirigir a todos seus impulsos vingativos. Alguns traços desses psicopatas se parecem com os sádicos e/ou paranóides, com características beligerantes, mordazes, rancorosos, viciosos, malignos, frios, brutais, truculentos e vingativos, fazendo, dessa forma, com que muitos deles se revelem assassinos e assassinos seriais. Quando os Psicopatas Malévolos enfrentam à lei e sofrem sanções judiciais, ao invés de se corrigirem, aumentam ainda mais seu desejo de vingança. Quando se situam em alguma posição de poder, eles atuam brutalmente para confirmar sua imagem de força. Irritados pelo freqüente repúdio social que despertam, esses Psicopatas Malévolos estão continuamente experimentando uma necessidade de retribuição agressiva, a qual pode, eventualmente, expressar-se abertamente em atentados coletivos ou atitudes anti-sociais (a luta sociedade versus eu). De qualquer forma, nunca demonstram o mínimo sentimento de culpa ou arrependimento por seus atos violentos. Ao invés disso, mostram uma arrogante depreciação pelos direitos dos outros. É curioso o fato de esses psicopatas serem capazes de dar uma explicação racional aos conceitos éticos, capazes de conhecerem a diferença entre o que é certo e errado, mas, não obstante, são incapazes de experimentar tais sentimentos. A noção ética faz com que o Psicopata Malévolo defina melhor os limites de seus próprios interesses e não perca o controle de suas ações. Esse tipo de psicopata se encontra entre os mais ameaçadores e cruéis. Ele é invariavelmente destrutivo, sem misericórdia e desumano. A noção de certo-errado faz com que esses psicopatas sejam oportunistas e dissimulem suas atitudes ao sabor das circunstâncias, ou seja, diante da autoridade jamais atuam sociopaticamente. Portanto, eles são seletivos na eleição de suas vítimas, identificando sujeitos mais vulneráveis a sua sociopatia ou que mais provavelmente se submetam aos seus caprichos. Mais que qualquer outro bandido, este psicopata desfruta prazer em proporcionar sofrimento e ver seus efeitos danosos em suas vítimas.
3 - O Psicopata Dissimulado: seu comportamento se caracteriza por um forte disfarce de amizade e sociabilidade. Apesar dessa agradável aparência, ele oculta falta de confiabilidade, tendências impulsivas e profundo ressentimento e mau humor para com os membros de sua família e pessoas próximas. Na realidade, poderíamos comparar o Psicopata Dissimulado como uma mistura bastante piorada dos transtornos Borderline e Histérico da Personalidade. Isso significa que ele pleiteia um estilo de vida socialmente teatral, com persistente busca de atenção e excitação, permeada por um comportamento muito sedutor. Por essas características Millon já considerava o Psicopata Dissimulado como uma variante da Personalidade Histriônica, continuamente tentando satisfazer sua forte necessidade de atenção e aprovação. Essas características não estão presentes no Psicopata Carente de Princípios ou no Malévolo, os quais centram em si mesmo sua preocupação e são indiferentes às atitudes e reações dos outros. Esse subtipo dissimulado costuma exibir entusiasmo de curta duração pelas coisas da vida, comportamentos imaturos de contínua busca de sensações. Seguindo as características básicas e comuns a todos os psicopatas, o dissimulado também tende a conspirar, mentir, a ter um enfoque astuto para com a vida social, a ser calculista, insincero e falso. Muito provavelmente ele não admite a existência de qualquer dificuldade pessoal ou familiar, e exibe um engenhoso sistema de negações. As dificuldades interpessoais são racionalizadas e a culpa é sempre projetada sobre terceiros. A contundente falsidade é a característica principal deste subtipo. O Psicopata Dissimulado age com premeditação e falsidade em todas suas relações, fazendo tudo o que for necessário para obter exatamente o que quer dos outros. Por outro lado, diferentemente do Psicopata Carente de Princípios ou do Psicopata Malévolo, parece desfrutar prazerosamente do jogo da sedução, obtendo excitação nas conquistas. Mesmo aparentando intenções de proteger certas pessoas, o Psicopata Dissimulado é frio, calculista e falso, caracterizando mais ainda um estilo fortemente manipulador. Essa característica pode ser conseqüência da convicção íntima de que ninguém poderá amá-lo ou protegê-lo, a menos que consiga manipular a todos. Apesar de reconhecer que está manipulando seu entorno social, tenta convencer aos outros de que suas intenções são boas e que suas atitudes são, no mínimo, bem intencionadas. Quando as pessoas com esse tipo de psicopatia são pressionadas ou confrontadas, sentem-se muito encabuladas e suas reações oscilam entre a explosão agressiva e vingança calculista. A característica afabilidade dos Psicopatas Dissimulados é superficial e extremamente precária, estando sempre predispostos a depreciarem imediatamente a qualquer um que represente alguma ameaça à sua hegemonia, chegando mesmo a perderem o controle e explodirem em cólera.
4 - O Psicopata Ambicioso: persegue avidamente seus engrandecimentos. Os Psicopatas Ambiciosos sentem que a vida não lhes tem dado tudo o que merecem que têm sido privados de seus direitos ao amor, ao apoio, ou às gratificações materiais. Normalmente acham que os outros têm recebido mais que eles, e que nunca tiveram oportunidades de uma vida boa. Portanto, estão motivados por um desejo de retribuição, de compensar-se pelo que tem sido despojado pelo destino. Através de atos de roubo ou destruição, se compensam a si mesmos pelo vazio de suas vidas, sem importar-lhes as violações que cometam à ordem social. Seus atos são racionalizados através da idéia de que nada fazem senão restaurar um equilíbrio alterado. Para os Psicopatas Ambiciosos que estão somente ressentidos, mas que ainda têm controle minimamente crítico de seus atos, pequenas transgressões e algumas aquisições são suficientes para aplacar essas motivações. Mas para aqueles que têm estas características psicopáticas mais desenvolvidas, somente a usurpação de bens e coisas alheias podem satisfazê-los. O prazer psicopático nos ambiciosos está baseado mais em tomar do que em ter. Como a fome que os animais experimentam em relação à presa, os Psicopatas Ambiciosos têm um enorme impulso para a rapinagem, e tratam os demais como se fossem peões num tabuleiro de xadrez de poder. Além de terem pouca consideração pelos efeitos de sua conduta, sentindo pouca ou nenhuma culpa pelos efeitos de suas ações, como os demais psicopatas, os ambiciosos nunca chegam a sentir que tem adquirido o bastante para compensar suas privações. Independentemente de suas conquistas, permanecem sempre ciumentos e invejosos, agressivos e ambiciosos, exibindo todas as vezes que podem posses e consumo ostentoso. A maioria deles é totalmente centrada em si mesma, contribuindo isso para sua comum atitude libertina e em busca de sensações. Esses psicopatas nunca experimentam um estado de completa satisfação, sentindo-se não realizados, vazios, desolados, independentemente do êxito que possam ter obtido. Insaciáveis, estão sempre convencidos de que serão despojados de seus direitos e desejos. Ainda que o subtipo ambicioso seja parecido, em alguns aspectos, ao Psicopata Carente de Princípios, ele exerce uma exploração mais ativa e sua motivação central é manifestada através da inveja e apropriação indevida das posses alheias. O Psicopata Ambicioso experimenta não só um sentimento profundo de vazio, senão também uma avidez poderosa de amor e reconhecimento que, segundo ele, não lhe ofereceram na infância. 4 - O Psicopata Explosivo: diferencia-se das outras variantes pela emergência súbita e imprevista de hostilidade. Estes psicopatas são caracterizados por fúria incontrolável e ataque a outros, furor este freqüentemente descarregado sobre membros da própria família. A explosão agressiva se precipita abruptamente, sem dar tempo de prevenir ou conter. Sentindo-se frustrados e ameaçados, estes Psicopatas Explosivos respondem de uma maneira volátil, daninha e mórbida, fascinando aos demais pela brusca forma com que os surpreende. Desgostosos e frustrados na vida, estas pessoas perdem o controle e buscam vingança pelos alegados maus tratos a que foram precocemente submetidos. Em contraste com outros psicopatas, esses não se movem de maneira sutil e afável. Pelo contrário, seus ataques explodem incontrolavelmente, quase sempre, sem nenhuma provocação aparente. Esta qualidade de beligerância súbita, tanto quanto sua fúria desenfreada distingue estes psicopatas dos outros subtipos. Muitos são hipersensíveis aos sentimentos de traição, a ponto de fantasiarem deslealdades o tempo todo. Sociopatia As características dos sociopatas englobam, principalmente, o desprezo pelas obrigações sociais e a falta de consideração com os sentimentos dos outros. Eles possuem um egocentrismo exageradamente patológico, emoções superficiais, teatrais e falsas, pouco ou nenhum controle da impulsividade, baixa tolerância à frustração, baixo limiar para a descarga de agressão; irresponsabilidade, falta de empatia com outros seres humanos, ausência de sentimentos de remorso e de culpa em relação ao seu comportamento. Essas pessoas geralmente são cínicas, incapazes de manter uma relação leal e duradoura, manipuladoras e incapazes de amar. Eles mentem exageradamente sem constrangimento ou vergonha, subestimam a insensatez das mentiras, roubam, abusam, trapaceiam, manipulam dolosamente seus familiares e parentes, colocam em risco a vida de outras pessoas e, decididamente, nunca são capazes de se corrigirem. Esse conjunto de caracteres faz com que os sociopatas sejam incapazes de aprender com a punição ou incapazes de modificar suas atitudes. Quando os sociopatas descobrem que seu teatro já está descoberto, eles são capazes de darem a falsa impressão de arrependimento, falseiam que mudarão "daqui para frente", mas nunca serão capazes de suprimir sua índole maldosa. Não obstante eles são artistas na capacidade de disfarçar de forma inteligente suas características de personalidade. Na vida social, o sociopata costuma ter um charme convincente e simpático para as outras pessoas e, não raramente, ele tem uma inteligência normal ou acima da média.
Natália Conceição Joaquim Tharissa Martins de Oliveira
Transtorno de personalidade antissocial O Transtorno de Personalidade Anti-social, vulgarmente chamado de Psicopatia ou Sociopatia, é um transtorno de personalidade descrito no DSM-IV-TR, caracterizado pelo comportamento impulsivo do indivíduo afetado, desprezo por normas sociais, e indiferença aos direitos e sentimentos dos outros. Na Classificação Internacional de Doenças, este transtorno é chamado de Transtorno de Personalidade Dissocial (Código: F60.2). Na população em geral, as taxas dos transtornos de personalidade podem variar de 0,5% a 3%, subindo para 45-66% entre presidiários.
Características
A psicopatia é caracterizado principalmente pela completa ausência de empatia com outros seres vivos, resultando em descaso com o bem-estar do outro e sérios prejuízos aos que convivem com eles. Esse desvio de caráter costuma ir se estruturando desde a infância. Por isso, na maioria das vezes, alguns dos seus sintomas podem ser observados nesta fase e/ou na adolescência, por meio de comportamentos agressivos que, durante estes períodos, são denominados de transtornos de conduta. A maioria dessas pessoas tem uma família desestruturada ou tiveram uma infância difícil, e quando atingem o fim da adolescência ou início da fase adulta, repetem os comportamentos violentos, sem empatia, interesseiros e egoístas que presenciaram na infância. Conforme se torna adulto o transtorno tende a se cronificar e causar cada vez mais prejuízos na vida do próprio indivíduo e especialmente de quem convive com ele.
Na psicanálise tal comportamento é característico das estruturas ligadas as modalidade de perversão, que diferem das neuroses e das psicoses. Indivíduos com este diagnóstico são usualmente chamados de sociopatas e psicopatas segundo definição do próprio CID 10 Revisão:
Transtorno de personalidade caracterizado por um desprezo das obrigações sociais, falta de empatia para com os outros. Há um desvio considerável entre o comportamento e as normas sociais estabelecidas. O comportamento não é facilmente modificado pelas experiências adversas, inclusive pelas punições. Existe uma baixa tolerância à frustração e um baixo limiar de descarga da agressividade, inclusive da violência. Existe uma tendência a culpar os outros ou a fornecer racionalizações plausíveis para explicar um comportamento que leva o sujeito a entrar em conflito com a sociedade. Egocentrismo patológico, incapacidade de sentir amor ou afeição, vida sexual impessoal ou pobremente integrada e incapacidade de seguir algum plano de vida também fazem parte de suas características.
Diagnóstico
Critérios diagnósticos pelo DSM-IV-TR (Código: 301.7):
A. Um padrão pervasivo de desrespeito e violação aos direitos dos outros, que ocorre desde a adolescência, como indicado por pelo menos três dos seguintes critérios:
1.Fracasso em conformar-se às normas sociais com relação a comportamentos legais, indicado pela execução repetida de atos que constituem motivo de detenção (crimes); 2.Impulsividade predominante ou incapacidade em fazer planos para o futuro; 3.Irritabilidade e agressividade, indicadas por constantes lutas corporais ou agressões físicas violentas; 4.Desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia; 5.Irresponsabilidade consistente, indicada por um repetido fracasso em manter um comportamento laboral consistente ou honrar obrigações financeiras; 6.Ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter ferido, maltratado ou roubado outra pessoa; 7.Tendência para enganar, indicada por mentir repetidamente, usar nomes falsos ou ludibriar os outros para obter vantagens pessoais ou prazer; 8.Incapacidade de conviver com animais domésticos e agressões a qualquer animal; 9.Dissociabilidade familiar, marcada pelo desrespeito materno e paterno e ridicularização de tudo o que diz respeito ao ambiente familar de terceiros. B. Existem evidências de Transtorno de Conduta com início antes dos 15 anos de idade.
C. A ocorrência do comportamento antissocial não se dá exclusivamente durante o curso de Esquizofrenia ou Episódio Maníaco.
Importante notar que o termo antissocial, na psiquiatria, não significa (como rotineiramente costuma ser entendido) um tipo de inibição social, timidez ou o facto de ser introvertido/reservado, mas sim, atitudes contrárias às regras da sociedade. No caso de timidez patológica os diagnósticos usados na psiquiatria contemporânea podem ser, entre outros, de transtorno de personalidade esquiva, fobia social ou transtornos de ansiedade.
As características dos sociopatas englobam, principalmente, o desprezo pelas obrigações sociais, leis e a falta de consideração com os sentimentos dos outros. Eles possuem um egocentrismo exageradamente patológico, emoções superficiais, teatrais e falsas, pobre ou nenhum controle da impulsividade, baixa tolerância para frustração, baixo limiar para descarga de agressão física, irresponsabilidade, falta de empatia com outros seres humanos e animais, ausência de sentimentos de remorso e de culpa em relação ao seu comportamento. Essas pessoas geralmente são cínicas, manipuladoras, e incapazes de manter uma relação leal e duradoura.
Estudos forenses caracterizam o indivíduo como leptossômico, com calvice precoce, visão aguçada, audição perfeita, e inteligência acima da média.
Eles mentem exageradamente sem constrangimento ou vergonha, subestimam a insensatez das mentiras, roubam, abusam, trapaceiam, manipulam dolosamente seus familiares e parentes, colocam em risco a vida de outras pessoas e não sentem pena de suas vítimas. Maltratam animais sem piedade, mesmo que desnecessariamente. Esse conjunto de características faz com que os sociopatas dificilmente consigam aprender com a punição e modifiquem suas atitudes.
Teste de psicopatia de Hare (PCL-R)Para diagnosticar uma pessoa com psicopatia, Robert Hare desenvolveu um famoso teste psicológico, válido somente quando aplicado por um psicólogo ou psiquiatra. Seus critérios diagnósticos abrangem os recursos afetivos, interpessoais e comportamentais. Cada item é avaliado em uma nota de zero (ausente ou leve), um (moderada) ou dois (grave). A soma total determina o grau de psicopatia de uma pessoa.
Fator 1
Narcisismo agressivo 1.Sedutora / Charme superficial 2.Grandioso senso de auto-estima 3.Mentira patológica 4.Esperteza / Manipulação 5.Falta de remorso ou culpa 6.Superficialidade emocional 7.Insensibilidade / Falta de empatia 8.Falha em aceitar a responsabilidade por ações próprias 9.Agressão a animais 10.Calvice precoce
Fator 2
Estilo de vida socialmente desviantes 1.Necessidade por estimulação / tendência ao tédio 2.Estilo de vida parasitárias 3.Falta de metas de longo prazo realistas (incapacidade de enxergar as consequencias das ações no futuro) 4.Impulsividade 5.Irresponsabilidade
Fator 3
Estilo de comportamentos irresponsáveis 1.Controle comportamental pobre* 2.Versatilidade criminal* 3.Delinquência juvenil* 4.Problemas comportamentais precoces* 5.Revogação da liberdade condicional* Traços não correlacionadas com ambos fatores 1.Várias relações conjugais de curta duração 2.Promiscuidade Uma nota elevada no Fator 2 está associado com reação agressiva, ansiedade, elevado risco de suicídio, criminalidade e violência por impulsividade. Uma nota elevada no Fator 1 por outro lado indica uma melhor habilidade em conviver socialmente, baixa ansiedade, baixa empatia, baixa tolerância a frustrações e baixa ideação suicida, além de estar associado a sucesso e bem estar.
Indivíduos com Fator 1 positivo já foi considerado como adaptativo em um ambiente altamente competitivo, por obter resultados tanto para o indivíduo quanto paras as corporações, porém muitas vezes eles causam dano a longo prazo, tanto para seus colegas de trabalho quanto para a organização como um todo, devido ao seu comportamento manipulativo, enganoso, abusivo e, muitas vezes fraudulento. Além disso, essas pessoas geralmente causam extremo sofrimento a seus parceiros amorosos, a seus filhos e animais domésticos.
Causas
Fatores ambientais e psicológicos como condições econômicas precárias, família desestruturada e histórico de violência podem superar fatores genéticos na formação dos psicopatas atuais. Existe grande número de psicopatas entre as populações carcerárias. Estes indivíduos vivenciaram, geralmente, situações de desamparo, desprezo e desafeto por suas famílias. Vivências repletas de maus tratos, humilhações, abusos e mais uma série de fatores que, somados, podem levar o indivíduo a uma dessensibilização, emocionalmente superficial e a repetir a violência sofrida em suas relações sociais.
Vários estudos mostram a associação entre lesões pré-frontais e comportamentos impulsivos, agressividade e inadequação social. Um indivíduo saudável apresentando comportamentos dentro dos padrões normais após sofrer um acidente em que o córtex é atingido, pode passar a apresentar comportamentos antissociais, ou seja, uma sociopatia adquirida. Estes dados confirmam o fato de que possa existir um componente cerebral envolvido no comportamento dos psicopatas.
A diminuição da massa cinzenta na área pré-frontal, analisada por neuroimagem, demonstra que uma diminuição do volume do hipocampo posterior e um aumento da matéria branca do corpo caloso contribuem para o aparecimento de comportamentos mais agressivos.
Comorbidades
Portadores de transtornos de personalidade são mais susceptíveis a apresentarem outros transtornos psiquiátricos. Estima-se que 80% das pessoas com transtornos de personalidade sofram de outros problemas de saúde mental, como hiperatividade, depressão maior, transtornos de ansiedade e abuso de drogas.
Existe também uma correlação entre o transtorno de personalidade antissocial com outros transtornos de personalidade de desvios sociais, como transtorno de personalidade histriônica, o transtorno de personalidade narcisista e o transtorno de personalidade limítrofe.
Tratamento
Psicoterapia comportamental ajuda a reduzir as chances de reincidência em crimes ao levar o paciente a refletir sobre as punições a comportamentos inadequados. As formas mais comuns de medicamentos utilizados em pacientes de transtornos de personalidade são os neurolépticos, antidepressivos, lítio, benzodiazepínicos, anticonvulsivantes e psicoestimulantes. Porém tratamentos medicamentosos revelaram ser ineficazes no tratamento de psicopatia, porém poucos estudos foram realizados adequadamente. Mesmo com poucos testes, sais de lítio são usados frequentemente no tratamento de pacientes psicopatas, pois podem levar a uma redução nos comportamentos impulsivos, explosivos e na instabilidade emocional. Seus principais efeitos colaterais são sedação, tremores e problemas motores.
Há indicativos de que a terapia cognitivo-comportamental possa ser um método eficaz no tratamento de transtornos de personalidade antissocial. A American Psychiatric Association considera a terapia analítico-comportamental como o tratamento de regulacão afetiva mais eficaz e empiricamente suportado para transtornos de personalidade.
Psicoterapias com pacientes com personalidade violenta em liberdade condicional reduziram os índices de reincidência para 20 e 33% comparado com 40 a 52% dos grupos controles. Os autores concluem que a personalidade dos pacientes não mudou, porém eles aprenderam a controlar melhor seus impulsos e pensarem mais nas consequências de seus atos
----------------------
Sociopatia Um indivíduo em cada vinte cinco pessoas é sociopata. Isso significa que , estatisticamente falando, você interage com sociopatas o tempo todo. A maioria deles não são homicidas, nem "Serial Killers", mas apresentam um potencial danoso enorme para o equilíbrio social. Recentemente ficamos chocados com um crime que ocorreu no meio futebolístico. Em entrevista, o principal suspeito declarou, a uma revista de circulação nacional, a seguinte frase " Eu tenho a consciência tranquila." A sociedade se baseia em regras de boa convivência, respeito aos direitos coletivos, preservação das normas, comportamento responsável, cumprimento de obrigações pessoais e familiares. Esses indivíduos sociopatas descumprem esse código de conduta repetidamente e não sentem culpa por fazê-lo. Os sociopatas são desprovidos de consciência. A consciência só pode ser tranquila neste caso citado se for inexistente. Pessoas normais sentem culpa ( até de coisas pelas quais não são responsáveis). Os sociopatas não sentem culpa, sabem o que estão fazendo( por isso, são imputáveis pelos crimes) , predam o mundo, buscando sempre os seus benefícios em detrimento dos outros, "eliminando", em maior ou menor grau, qualquer obstáculo. As pessoas desavisadas acreditam que todos são essencialmente confiáveis. Por não investigarem acuradamente o comportamento dos outros, caem em armadilhas perigosas. São exploradas, iludidas, torturadas, logradas, sugadas, assassinadas, esquartejadas, pagando um preço alto.
As condições que nos levam a pensar em sociopatia incluem: envolvimento repetitivo com delitos, mentiras, uso e abuso de substâncias entorpecentes, "vida boêmia e irresponsável", "autovitimização", desmotivação para o trabalho( o que se confunde com depressão), envolvimento com amizades ligadas à contravenção. Cabe a todos ficarem atentos para não caírem na armadilha nefasta da sociopatia que domina os nossos tempos. "Quando os bons se omitem, uma minoria peçonhenta triunfa." Eu recomendo que vocês comprem essa revista de circulação nacional e leiam a reportagem.Não poderia haver uma melhor descrição do cotidiano comportamental de um sociopata, nem mesmo em livros de psicopatologia psiquiátrica. Os sociopatas falam sem o menor sinal de emoção. Quando perguntado sobre a vítima, o suspeito resignou-se a dizer que "ainda ia rir muito disso tudo"( divulgado na televisão, mas não na revista).Vamos aos pontos altos , em trechos selecionados da revista. ..." Era uma orgia só", "uma p...", " rezo para que a E apareça."( bonzinho), " Vou brigar pela guarda"( pai amoroso, snif, snif, quase me emociono), "Ela disse que tinha gente atrás dela"( distorção da história, aproveitando para jogar a culpa em alguém)... Quando entrou em contradição( mentiras demais), simplesmente emendou a história... " É que quando...", ou preferiu não responder ..." Não sei dizer o dia". " Quem tem que provar o que está dizendo é quem está me acusando"...( isso mesmo, ou você se entregaria, sabichão?). Não podemos minimizar a origem desses "craques". O fato de serem bem-sucedidos no futebol não vai modificá-los na sua essência. Vai apenas intensificar os traços sociopáticos. Como diz o velho ditado, " um tolo e muito dinheiro fazem uma grande bagunça". E a bagunça alimentada por dinheiro, fama, orgias, ostentação, exibicionismo, vai crescer até chegar ao crime. Outros craques oriundos de favelas tomadas por traficantes já protagonizaram comportamentos sociopáticos. Nas palavras de um outro atacante, cujos "amigos " são traficantes, " Não vou deixar as minhas raizes."( isso mesmo, não vai, está nos seus genes, na sua essência mental). Quando são flagrados, inventam histórias absurdas, sempre na tentativa de passarem por vítimas ou bonzinhos. Não é dinheiro para o tráfico, é para "cestas básicas".( snif, snif, quase me emociono). E assim seguem, porque são sociopatas. E sociopatas são irrecuperáveis. Lugar de sociopata é trancafiado numa cadeia, longe da convivência humana. Só assim estaremos seguros. http://neuronios-saudemental.blogspot.com.br/2010/07/sociopatia.html
---------------------
SOCIOPATIA – A DOENÇA DA MALDADE
Maria do Carmo M. de Barros Torres
Atitudes impulsivas e incontroláveis; Frieza, Insensibilidade com relação às outras pessoas; Ausência de valores morais; Desobediência persistente; Crueldade com animais; Destruição de propriedades; Comportamento desafiador; Agressividade; Desrespeito às normas e regras; Mentiras; Mudanças súbitas de temperamento; Furtos; Teatralidade, Manipulação Social, Fugas de Casa quando criança, Cabula aulas… Estamos falando aqui da sociopatia, popularmente conhecida como a doença da maldade. A sociopatia é um Transtorno de Conduta, onde o portador não aprende com a punição, pois tem déficit na capacidade de sentir emoções. Para se diagnosticar a sociopatia é preciso observar sintomas que envolvem padrão de comportamento repetitivo e persistente manifestado pela presença de no mínimo três dos critérios nos últimos 12 meses, ou de um critério que se apresente nos últimos 06 meses. Desde pequenos, os sociopatas manifestam tendências e comportamentos que são altamente indicativos de como serão quando adultos. Sua atitude ao reconhecer que seu comportamento não é aceito pela sociedade, é escondê-lo, sem contudo exterminá-lo. Não existe cura nem tratamento para a sociopatia. Todos os especialistas são unânimes em reconhecer que é praticamente impossível tratar um sociopata, pois ele não tem ansiedade, é totalmente imune à punição e sua moral ética é totalmente distorcida. Os sociopatas violentos precisam ser trancafiados para o resto da vida no manicômio judiciário, para que a sociedade seja preservada de seus atos. Mas, há aqueles que apresentam determinado conjunto de sintomas e não são sociopatas. São pessoas que apresentam outros desajustes ou dificuldades de relacionamento. Todo cuidado se faz necessário. É preciso um diagnóstico criterioso realizado por profissional capacitado, evitando-se com isto rotulações prematuras e distorcidas. http://projetoariadne.wordpress.com/2009/08/20/sociopatia-a-doenca-da-maldade/ -----------------------------
Esquizofrenia & Sociopatia
Imagine-se com aquela sensação de medo que surge quando paramos no sinal de madrugada, nas ruas do violento e lindo Rio de Janeiro. Agora siga imaginando-se com essa sensação durante todos os minutos do seu dia. Imagine-se com aquela vergonha que sentimos quando somos flagrados, por exemplo, com o dente sujo naquela importante leitura de texto logo após o almoço. Agora siga imaginando-se com essa sensação a todo momento, com a certeza de que as pessoas o observam, podem ver tudo o que você faz e monitoram todos os seus atos. Imagine-se ouvindo alguém chamar o seu nome, olhando em volta e não vendo ninguém como acontece conosco de vez em quando. Siga imaginado que você continuará ouvindo vozes, todo dia, hora e minuto e que você não sabe de onde elas vêm. Este recorte é de um texto onde a psiquiatra Patrícia Schmid explica aos atores globais, da novela Caminho das Índias, o que é ser um Esquizofrênico. O texto completo está postado no Blog de Bruno Gagliasso. Mesmo ao final da novela - que não pude acompanhar pessoalmente, mas acompanhei pelo relato dos meus alunos semanalmente nas turmas de pós-graduação - ainda é grande a quantidade de pessoas que confundem a Esquizofrenia com a Psicopatia, padrão também conhecido como Sociopatia ou Transtorno da Personalidade Dissocial, segundo o DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americada). Esquizofrenia A Esquizofrenia é um transtorno Psicótico, onde a pessoa sofre, sem controle, de quadros de delírios e alucinações, com discurso e/ou comportamento desorganizado, amplo prejuízo no teste da realidade, e na tomada de decisões. O ator Bruro Gagliasso interpreta um personagem Esquizofrênico. O relato inicial bem ilustra a vida de um Esquizofrênico, que não entanto não tem relação direta com a Psicopatia. Sociopatia Na Psicopatia, ou mais acertadamente Sociopatia segundo o DSM-IV - embora alguns autores ainda tentem justificar diferenciação entre os dois termos, esta diferenciação é mais de conceituação psicodinâmica do que psicopatológica - as pessoas desrespeitam os desejos, direitos ou sentimentos alheios, e freqüentemente enganam ou manipulam os outros a fim de obter vantagens pessoais ou prazer. Podem mentir repetidamente, usar nomes falsos, ludibriar ou fingir. Suas decisões são tomadas ao sabor do momento, de maneira impensada e sem considerar as conseqüências para si mesmo ou para outros; tendem a ser consistente e extremamente irresponsáveis, e demonstram pouco remorso pelas conseqüências de seus atos. A Atriz Letícia Sabatela interpreta uma personagem Sociopatia. Claro que trata-se de uma explicação pobre, mas julgo que para os curiosos sobre o assunto ajuda a elucidar a diferença, que foi meu modesto objetivo para esta postagem. Àqueles que desejem se aprofundar no assunto, existem várias obras mais especializadas que podem ser consultadas, tanto da Medicina Psiquiátrica quanto da Psicologia. Roberte Metring http://blog.psicologoroberte.com.br/2009/09/esquizofrenia-sociopatia.html
---------------------
TPA I – Psicopatia – Sociopatia – Transtorno de Personalidade Anti-Social
PSICOPATIA Acorrei, espíritos que velais sobre os pensamentos mortais! Tirai-me o sexo e, dos pés à cabeça, enchei-me até transbordar da mais implacável crueldade! Fazei que meu sangue fique mais espesso; fechai em mim todo acesso, todo caminho à piedade, para que nenhum escrúpulo compatível com a natureza possa turvar meu propósito feroz, nem possa interpor-se entre ele e a execução! Vinde a meus seios e convertei meu leite em fel, vós gênios do crime, do lugar de onde presidis, sob substâncias invisíveis, a hora de fazer o mal! Vem noite tenebrosa, envolve-te com a sombria fumaça do inferno para que meu punhal agudo não veja a ferida que ele vai fazer e para que o céu, espiando-me através da cobertura das trevas não possa gritar-me: “pára! pára!”
Lady Macbeth, nos momentos que antecedem ao assassinato do rei Duncan, que dorme em seu castelo como hóspede. A tragédia de Macbeth. William Shakespeare. A citação que abre esta publicação, proveniente de uma peça teatral, mostra de uma forma vigorosa e dramática aspectos profundos do tema que trataremos agora. Compreender melhor o funcionamento dos psicopatas é uma tarefa de importância vital para a humanidade. O número de portadores deste transtorno cresce vertiginosamente e eles se infiltram em todos os âmbitos do tecido social, do direito à medicina, da polícia ao mundo dos negócios e principalmente na política. O resultado é a condição de total insegurança que vivemos nas ruas, no transito e dentro de nossas casas. A ação de psicopatas dentro de grandes empresas quebram a confiança de acionistas e investidores que não acreditam nos dados fornecidos pelas empresas e em seus auditores. O acionar dos psicopatas no mundo da política tornou o mundo mais empobrecido e sem perspectivas para bilhões de seres humanos. É do contingente dos portadores deste transtorno que saem os autores dos piores crimes contra a humanidade embora um grande número deles não cheguem a cometer crimes violentos. Os psicopatas são seres atormentados e que fazem sofrer outros seres humanos muito mais do que eles próprios sofrem, por razões que ficarão mais claras neste estudo. São seres muito destrutivos em suas relações com o ambiente, com eles próprios e principalmente com as pessoas com quem se relacionam. A sua conduta predatória os transforma no maior inimigo do ser humano. É muito importante delimitar o conceito de psicopatia para que não se torne um rótulo aplicado indiscriminadamente, como já ocorreu com opositores de regimes totalitários e com seres humanos levados à delinqüência como última possibilidade de sobrevivência.
- Conceito de psicopatia e seu desenvolvimento histórico Nos estudos médicos sobre este transtorno são usados como sinônimo de psicopatia as denominações de sociopatia e transtorno de personalidade anti-social ( TPA ). Esta última denominação é a mais usada nos textos científicos. O conceito atual de psicopatia refere-se a um transtorno caracterizado por atos anti-sociais contínuos ( sem ser sinônimo de criminalidade ) e principalmente por uma inabilidade de seguir normas sociais em muitos aspectos do desenvolvimento da adolescência e da vida adulta. Os portadores deste transtorno não apresentam quaisquer sinais de anormalidade mental (alucinações, delírios, ansiedade excessiva, etc.) o que torna o reconhecimento desta condição muito difícil. Até chegarmos ao conceito atual foi necessário o trabalho de inúmeros pesquisadores. Pinel, a partir da observação de que existiam indivíduos que se comportavam de modo irracional ou inapropriado, publicou um trabalho em 1806 sobre esta forma de ´´ loucura ” e usou a denominação manie sans delire ( insanidade sem delírio). Um médico inglês , Prichard (1835) introduziu o conceito de insanidade moral. Depois estudiosos alemães introduziram a noção de ´´ inferioridade constitucional ” dos psicopatas. Nas décadas de 30 e 40 os clínicos, com uma orientação psicodinâmica, estudaram o transtorno e ressaltaram a dimensão social do transtorno devido à perspectiva cultural que dominava à época. Nesta etapa nasceu a denominação sociopata. A nossa época contribuiu com os exames de imagem e funcionais do sistema nervoso, altamente sofisticados e chegamos ao conceito atual, mais neutro, de transtorno de personalidade anti-social ( TPA ) - Quais os critérios que os médicos seguem para diagnosticar o TPA? Grande parte da comunidade científica adota os critérios do Manual Estatístico e Diagnóstico da Associação Psiquiátrica Americana que afirma:
Critérios diagnósticos para o transtorno de personalidade antisocial. A – Existe um padrão de desrespeito e violação dos direitos dos outros, ocorrendo desde a idade de 15 anos, como indicado por três ( ou mais ) dos seguintes: 1) falhas em adaptar-se às normas sociais que regem os comportamentos legais, indicadas pela repetição de atos que são motivos para prisão. 2) propensão para enganar, indicada por mentiras repetitivas, uso de codinomes e manipulação dos outros para benefício ou prazer pessoal. 3) impulsividade ou falha em planejar o futuro. 4) irritabilidade e agressividade, indicado por brigas e agressões repetitivas. 5) desrespeito negligente pela própria segurança ou dos outros. 6) irresponsabilidade, indicada por falhas repetitivas em sustentar um trabalho consistente ou honrar obrigações ( financeiras ou morais ). 7) falta de remorso, indicado pela indiferença ou racionalização ao ter maltratado alguém ou roubado alguma coisa. B – O indivíduo tem pelo menos 18 anos de idade. C – Há evidências de transtornos de conduta com início antes dos 15 anos de idade. D – A ocorrência do comportamento anti-social não é exclusiva do curso da esquizofrenia ou de um episódio maníaco.
- Com critérios tão claros é fácil fazer o diagnóstico de TPA durante a consulta médica? Não é nada fácil uma vez que o portador de TPA é um mentiroso contumaz. Não existe profissional de saúde mental que não tenha sido enganado por um psicopata. Em geral têm uma boa apresentação, falam bem e são muito convincentes. - O que pode ajudar a diminuir a enganação? O profissional que dispõe de informações provenientes de familiares, de amigos, de registros hospitalares ou fornecidos por autoridades pode confrontar o paciente com suas mentiras, às vezes abrindo as portas para o início de uma relação terapêutica com um mínimo de sinceridade e às vezes deixando o paciente furioso e nada propenso a voltar ao médico. - Podemos então dizer que os psicopatas criam situações clínicas difíceis? Não existe outro grupo de transtornos mentais que seja tão interessante e tão frustrante para os clínicos. O enigma de pessoas tão hábeis para algumas coisas e tão incapazes para outras levanta questões de uma complexidade fantástica, mas a falta de continuidade nos contatos ( como veremos na parte dedicada ao tratamento ) limita muito as possibilidades de compreensão e estudo desta condição. Todos os portadores de TPA tentam ocultar do médico os seus problemas com os relacionamentos, com a dificuldade de trabalhar e com a lei? Não. É impossível generalizar ao falar de TPA. Cada um tem a sua peculiaridade e recursos diferentes, traduzindo a noção de um grupo heterogêneo de transtornos. Alguns falam abertamente de seus comportamentos delinquentes e de sua dificuldade de viver. Quando abrem o seu mundo interior à inspecção ( o que ocorre muito raramente ) podemos ver uma mente estéril, dominada pelo tédio e ausência de valores e objetivos de vida. Nestas circustâncias podemos compreender, diante deste vazio, a busca desesperada de estímulos e sensações, ainda que com o risco da própria vida e mais comumente da vida dos outros. - Qual é a causa do TPA? Não existe uma causa única que determine o TPA. É um transtorno multideterminado o que significa que é o resultado de uma somatória de fatores. - Quais são estes fatores? Fatores genéticos ( os parentes em 1º grau do portador tem 5 vezes mais possibilidades de desenvolver o transtorno que pessoas da população em geral). Fatores próprios da mente de cada indivíduo; cada pessoa tem uma conformação própria que é resultado da interação de fatores inatos com as experiências e relações de cuidados ( físicos e afetivos ) no início da vida. Há internalizações dos vínculos primários, o que ocorre de forma diferente em cada indivíduo, determinando que cada pessoa tenha uma arquitetura interior diferente. Fatores de ordem neurológica, que mostram alterações já bem estudadas do sistema nervoso. Fatores de ordem social também participam. Vivemos uma época que aspira liberdade e distância de imposições autoritárias e isto influencia o desenvolvimento dos psicopatas. Os psicopatas interpretam a falta de normas que temos no mundo atual como licença para violentar os direitos dos outros e não como espaço para a cidadania. - A vida familiar também influencia na TPA? Sim. Exerce uma grande influência na formação de uma mente perturbada. Grande parte dos portadores de TPA vem de famílias muito perturbadas em que os pais, com frequência também são portadores de TPA. Muitos dos portadores foram vítimas de violência física e abusos sexuais dentro de suas próprias casas. Por outro lado, o surgimento de um filho com as perturbações de comportamento que mais tarde se cristalizarão com TPA, tem um efeito devastador sobre a família e pais que, em outras circunstâncias poderiam ser até razoáveis, perdem o controle do processo educativo e chegam a ficar descontrolados na tentativa de realizar a educação de um filho impossível de ser educado. - Podemos concluir que há um verdadeiro círculo vicioso na formação de novos psicopatas? Sim. Uma pessoa agredida e tratada com violência desde cedo na vida e mais tarde desenvolvendo o TPA será um agressor violento de seus filhos e reproduzirá o inferno no qual viveu a sua infância . Em geral eles têm muitos filhos porque constituem relações de casamentos muito precoces e muito perturbados, com muitas traições, mentiras, brigas violentas e rupturas das ligações que não são profundas. Ao quebrar-se o vínculo precario o portador de TPA em geral abandona os filhos e inicia outra vez com outra pessoa o mesmo ciclo. Como não tem sentimentos de compaixão com nenhum ser humano não há problemas de culpa pelo abandono dos filhos. A falta de sentimento de responsabilidade por seus atos faz com que eles acreditem que os filhos que eles trouxeram ao mundo são de responsabilidade da sociedade, da qual eles não se sentem partes. - Seria então um meio de prevenir o aumento de portadores de TPA evitar que estas pessoas tivessem tantos filhos? Sabemos que mesmo crianças que são criadas em lares estáveis, com boas relações afetivas podem vir a desenvolver o TPA. As que se originam de famílias enlouquecidas têm poucas chances de escaparem. Orientar os portadores de TPA para evitarem a gravidez, oferecer-lhe suporte nas épocas de maior crise, quando estão saindo de casa e tentando encontrar um lugar no mundo com uma mente inadequada, é um fator de prevenção. Estas medidas de prevenção encontram oposição em setores hipócritas da sociedade e de algumas religiões que acham que todos devem se reproduzir, em qualquer circunstância, ainda que os filhos gerados não venham a conhecer nada além do inferno da loucura, miséria e doença. - É grande o número de portadores de TPA na nossa sociedade? É praticamente impossível determinar na população em geral o número de indivíduos portadores de TPA. É grande a diferença de um para outro e eles se disfarçam e mentem muito. Em populações específicas, que ficam confinados estes estudos se tornaram realizáveis e são da ordem de 20% dos internados em hospitais psiquiátricos e 70% da população carcerária. Na população em geral o número estimado é de 2 a 3%, sendo a proporção homens mulheres 3: 1. Em resumo, não temos dados satisfatórios neste setor e não sabemos nem mesmo qual a proporção de portadores de TPA que chegam ao serviços médicos. - Quando os portadores de TPA são punidos por desobedecer leis e violentar os direitos dos outros eles passam por modificações? Eles não se beneficiam de punições e castigos e hoje se considera verdadeira a antiga afirmação de que portadores de TPA não aprendem com a experiência. O comportamento anti-social é repetitivo com ou sem punições. - Os modernos métodos de investigação neurológico ajudam a esclarecer porque os portadores de TPA não aprendem com a experiência, mesmo a maioria tendo uma inteligência próxima da normal? Os exames que se utilizam da tecnologia mais avançada como ressonância nuclear magnética, tomografias computadorizadas, tomografias computadorizadas com emissão de positrons e mapeamento topográfico cerebral entre outros, mostram uma elevada ocorrência de alterações no lobo frontal do cérebro ( a parte do nosso cérebro que controla as condutas de relacionamentos com os nossos semelhantes ) e anormalidades em áreas de controle das emoções ( daí a irritabilidade e às vezes ataques de fúria ). O cérebro dos portadores de TPA funciona de uma maneira lentificada com pobre estimulação interna ( daí a busca de situações que criem emoções fortes, mesmo perigosas ) e são cérebros considerados como pouco amadurecidos ( dificuldade de aprendizagem, mesmo com punições ). Um provável amadurecimento cerebral explicaria porque muitos portadores de TPA estabilizam e até diminuem a sua perturbação em sua 3º ou 4º década de vida , ocorrência que é denominada de ´´ desgaste ”. - Como é a vida profissional de um portador de TPA? Os que chegam a constituir uma certa carreira profissional e tem muito entrecortado por demissões, problemas com superiores, problemas com condutas ilegais e de convivência com colegas. Não chegam a postos mais elevados e constantemente têm problemas financeiros, reforçando o lado parasitário e predador deste transtorno. Outros nem isto conseguem e sobrevivem de tráfico de drogas, prostituição, roubos e sequestros. É o que conseguem com uma mente nada sofisticada e nenhum entendimento do mundo afetivo das pessoas que têm os sentimentos normais. Aqueles que têm uma mente mais sofisticada chegam a ter sucesso momentâneo em profissões liberais, nas atividades empresariais e sobretudo na política. Mas é só questão de tempo para a queda. Não é possível enganar a todos o tempo todo. - Tendo noção do que é um psicopata como podemos nos proteger de sua ação predatória? Como um todo social tivemos nas últimas eleições uma experiência de rejeitar nas urnas predadores e enganadores notórios, mostrando que o conhecimento das práticas destes indivíduos traz a rejeição e a consequente proteção. No nível individual devemos ter mais observação e conhecimento das pessoas que nos cercam ( os psicopatas sempre fazem referência à ingenuidade das vítimas de seus golpes ). Só a prevenção funciona, uma vez caimos em um golpe não há como revertê-lo. Quando convivemos com pessoa que não tem nenhuma identificação com os sentimentos e valores humanos só a distância e limites pode representar a proteção. - Com tantos psicopatas gerenciando negócios e empresas como não ser vítima? O grande recurso é a informação . Uma empresa que é dirigida por um psicopata vai cometer muitas falhas que irão para os órgãos de defesa do consumidor e de imprensa. Se você lê jornais não comprará um apartamento de uma construtora que usou areia do mar em suas obras, matando, desabrigando e lesando inúmeras pessoas. A informação protege e a distância dos psicopatas e seus ´´negócios ” também. O único temor dos psicopatas é serem denunciados. Uma vez conhecida a sua maneira de agir o jogo acaba. - Porque os portadores do TPA não temem a justiça? Não a temem porque não têm as emoções normais de um ser humano. Quando envolvidos em questões legais assistem com indiferença os processos, como se não tivessem envolvidos. Quando adquirem muito dinheiro com sua atividade predatória, usam estes recursos para escapar das consequências de seus atos, além de grandes promessas de mudança e arrependimento que às vezes sensibilizam os encarregados da justiça. Quando não têm recursos financeiros e são condenados isto não tem importância. Vão para a prisão onde eles organizam facções criminosas, usam e vendem drogas, recebem entregas de alimentos e ´´ visitas íntimas ”. Eles não se sentem nada penalizados e a única coisa que eles temeriam fica muito afastada deles: o trabalho. - Há tratamento para estes transtornos? Os tratamentos para o TPA na maioria das vezes resultam em nada. O emprego do psicofármacos é limitado pelo risco de dependência e as psicoterapias dão pequeno resultado , em função de que os pacientes têm uma mente limitada que não aprende com a experiência. As mudanças que podem ocorrer são muito pequenas e ocorrem em prazos muito longos. Poucos pacientes e terapeutas conseguem esperar que isto ocorra, e há um grande desestímulo neste setor. Muitos terapeutas rejeitam os pacientes com esta condição. - Então é muito pouco o que pode ser feito em termos de tratamento? Com esta perspectiva tão limitada às vezes o tratamento consegue ajudar a um ou outro portador de TPA a deixar álcool e drogas, o que já é um beneficio. É função do terapeuta orientar os familiares que terão que conviver sempre com o portador de TPA como minimizar o efeito destrutivo desta patologia. É muito importante que os pais não neguem os problemas de conduta que um filho comece a apresentar, coloquem limites e procurem ajuda para lidar com o problema. A intervenção precoce tem mais possibilidade de ajudar a obter alguma melhora do que quando o problema já está consolidado ( após a idade de 18 anos ). - Como poderíamos resumir o tema que foi estudado nesta publicação? Os aspectos essenciais do estudo do TPA ( psicopatia ou sociopatia ) são: um transtorno de natureza crônica que inicia-se como transtorno de conduta em torno de 15 anos e consolida-se como TPA aos 18 anos. Atinge mais homens do que mulheres, tem componentes genéticos, familiares, neurológicos e sociais. O número de seus portadores aumenta muito na sociedade atual. Os portadores de TPA tem uma inteligência média e alguns são muito inteligentes. Usam muito os recursos verbais e são muito convincentes nas suas argumentações. Tem alterações no lobo frontal ( a parte do cérebro que controla o relacionamento com as pessoas ) e nos circuitos que controlam as emoções. Estas alterações fazem com que sejam agressivos, irritadiços e estabeleçam relações muito perturbadas. Muitos cometem crimes violentos ( a maioria não ) e são conhecidos os casos de matadores em série, terroristas e líderes do crime organizado. Uma parte dedica-se a atividades predatórias do ser humano, tendo a enganação como elemento essencial. As possibilidades de tratamento são limitadas pois os portadores de TPA não estabelecem vínculos firmes e duradouros e não aprendem com a experiência. Quando punidos não aprendem com a experiência, voltando a cometer crimes e violar os direitos dos outros. Não sentem culpa com os atos anti-sociais que cometem e sempre têm explicações e racionalizações. Às vezes chegam a dizer que ´´ matei por amor ”. São pessoas extremamente frias e calculistas. Colocam nos outros ( projetam ) aspectos detestáveis da sua mente e sentem uma espécie de triunfo e grandiosidade quando enganam ou agridem alguém. As medidas de prevenção não são muitas e consistem em ajudar aos portadores a não se reproduzirem com o excesso que lhes é peculiar, com medidas de apoio. A nível individual a proteção é o conhecimento e boa observação das pessoas com os quais convivemos e com quem fazemos transações comerciais. A sociedade como conjunto pode escolher melhor os políticos que vão representá-la eliminando os predadores velhacos. Dr. Osvaldo Lopes do AmaralDiretor Clínico do INEF http://saponarede.wordpress.com/psicopatia-sociopatia-transtorno-de-personalidade-anti-social/ --------------------------------------
Psiquiatria e Psicologia Sociopatas
Por que os sociopatas têm estas características? Os seus cérebros são diferentes daqueles das pessoas normais? Eles exibem alterações patológicas? Muitos estudos têm mostrado nos últimos 20 anos que assassinos e criminosos ultraviolentos têm evidências precoces de doença cerebral. Por exemplo, em um estudo, 20 de 31 assassinos confessos e sentenciados possuiam diagnósticos neurológicos específicos. Alguns dos presos tinham mais que um distúrbio, e nenhum sujeito era normal em todas as esferas. Entre os diagnósticos, estavam a esquizofrenia, depressão, epilepsia, alcoolismo, demência alcoólica, retardamento mental, paralisia cerebral, injúria cerebral, distúrbios dissociativos e outros. Mais de 64% dos criminosos pareciam ter anormalidades no lobo frontal. Quase 84% dos sujeitos tinham sido vítimas de severo abuso físico e/ou sexual. O grupo de assassinos incluiu membros de gangues, sequestradores, ladrões, assassinos seriais, um sentenciado que tinha matado seu filho pequeno, e outro que assassinara seus três irmãos. Em outro estudo realizado no Canadá em 1994, no grupo mais violento de 372 homens presos em um hospital mental de segurança máxima, 20 % tinham anormalidades focais temporais do EEG, e 41% tinham alterações patológicas da estrutura do cérebro no lobo temporal. As taxas correspondentes para o resto do grupo violento foram de 2.4 % e 6.7 %, respectivamente, sugerindo assim um papel importante para os danos neurológicos na gênese das personalidades violentas, em uma proporção de 21:1 para agressivos habituais, e de até 4:1 (quatro vezes mais que na população normal), no caso de agressivos incidentais (uma única vez). O estudo conclui: "nós propomos que, embora tais discrepâncias não sejam suficientes para confirmar a neuropatologia como uma causa univariada da agressão criminosa, também não é razoável supor que sejam meram artefatos do acaso." De acordo com os autores Nathaniel J. Pollone e James J. Hennessy, "Vários estudos em um período de mais de 40 anos sugeriram uma incidência relativamente alta de neuropatologia entre os criminosos violentos, muitas vezes acima daquele encontrado na população em geral, em taxas que excedem de 31:1 no caso de homicidas acidentais." (35 Annual Meeting of the Academy of Criminal Justice Sciences, Albuquerque, NM, 14 março, 1998). Ainda que este tenha sido sempre um assunto muito controvertido, muitos pesquisadores acham que existem fortes argumentos à favor de um substrato da doença cerebral presente em criminosos violentos; e que isto tem consequências importantes para muitas coisas, desde do ponto de vista da lei, até a perspectiva de uma prevenção efetiva e do tratamento da sociopatia. A Hipótese do Cérebro Frontal Como os indivíduos sociopatas têm alterações marcantes em relação aos outros seres humanos, é natural que se devesse investigar primeiro se a parte do cérebro que é responsável por este tipo de comportamento também teria alguma anormalidade significativa. Muitos comportamentos associados às relações sociais são controlados pela parte do cérebro chamada lobo frontal, que está localizado na parte mais anterior dos hemisférios cerebrais. Todos os primatas sociais desenvolveram bastante o cérebros frontal, e a espécie humana tem o maior desenvolvimento de todos. Auto-controle, planejamento, julgamento, o equilíbrio das necessidades do indivíduo versus a necessidade social, e muitas outras funções essenciais subjacente ao intercurso social efetivo são mediadas pelas estruturas frontais do cérebro (veja o artigo da dra. Silvia Cardoso "A Arquitetura Externa do Cérebro" na revista Cérebro & Mente para entender o que é o cérebro frontal). Há muito tempo que os neurocientistas sabem que as lesões desta parte do cérebro levam a déficits severos em todos estes comportamentos. O uso abusivo da lobotomia pré-frontal como uma ferramenta terapêutica pelos cirurgiões em muitas doenças mentais nas décadas de 40 e 50, forneceu dados mais que suficientes aos pesquisadores para implicar o cérebro frontal na gênese das personalidades antissociais (veja meu artigo sobre a história da psicocirurgia na segunda edição da Cérebro & Mente. Existem muitos exemplos de pessoas que adquiriram personalidades sociopáticas devido a lesões patológicas do cérebro, tais como tumores. Por exemplo, um estudo de caso em 1992 descreveu um paciente que desenvolveu alterações de personalidade, as quais se assemelhavam fortemente a um distúrbio de personalidade antissocial, após a remoção cirúrgica de um tumor na glândula hipófise, o qual provocou danos a uma parte do lobo frontal chamado córtex órbito frontal esquerdo. Neste caso, testes neuropsicológicos e de personalidade não revelaram qualquer déficit cognitivo ou psicopatologia. Antonio and Hanna Damasio, dois notáveis neurologistas e pesquisadores da Universidade de Iowa, investigaram na última década as bases neurológicas da psicopatologia. Eles mostraram em 1990, por exemplo, que indivíduos que tinham se submetido a danos do córtex frontal ventromedial (e que tinham personalidades normais antes do dano) desenvolveram conduta social anormal, levando a consequências pessoais negativas. Entre outras coisas, eles apresentaram tomada de decisões inadequadas e habilidades de planejamento, as quais são conhecidas por serem processadas pelo lobo frontal do cérebro. Por que o cérebro frontal parece ser tão importante na gênese de indivíduos antissociais? Uma hipótese provável é que quando não existe punição, ou quando a pessoa é incapaz de ser condicionada pelo medo, devido a uma lesão no córtex órbito-frontal, por exemplo, ou devido a baixa atividade neural nesta área, então ele desenvolve uma personalidade antissocial. Pesquisas com animais têm mostrado que o córtex órbito-frontal direito está envolvido no medo condicionado. Por exemplo, quando um rato é punido com um choque elétrico cada vez que uma luz pisca em sua gaiola, ele sente medo, por associar aquele estímulo à punição. Seres humanos normais aprendem muito cedo na vida a evitar comportamentos antissociais, porque eles são punidos por isso e também porque eles possuem circuitos cerebrais para associar o medo da punição (sentimento da emoção) à supressão do comportamento. Este parece ser um elemento chave no desenvolvimento da personalidade. Felizmente, temos agora uma maneira mais direta de visualizar a função cerebral, e que tem conduzido a uma notável explosão em nosso conhecimento sobre o funcionamento interno do cérebro do psicopata nos últimos dois ou três anos: a tomografia PET. Imagens da Violência Imagens funcionais do cérebro, tais como aquelas produzidas por PET (positron emission tomography) têm sido usadas para corroborar a existência de déficits neurológicos no lobo frontal em sociopatas. O PET obtém seções transversais do cérebro reconstruídas por computador, mostrando em cores vívidas o nível da atividade metabólica de neurônios. Isto é conseguido injetando-se moléculas de glicose marcadas radioativamente no sangue de pacientes e observando o quanto dele é incorporado em células cerebrais vivas. Quanto mais ativas são as células (quando elas estão processando informação, por exemplo), mais intensa é a imagem naquele ponto (veja meu artigo "PET: Uma Nova Janela para o Cérebro", na revista Cérebro & Mente, para entender melhor como funciona esta técnica).
Usando o PET, o pesquisador médico americano Adrian Raine e colegas estudaram assassinos, com resultados surpreendentes. Eles encontraram que 41 assassinos tinham um nível muito diminuído do funcionamento cerebral no córtex pré-frontal em relação às pessoas normais, indicando um déficit relacionado à violência. Em outras palavras, mesmo quando nenhuma alteração patológica visível era apresentada, o dano frontal era aparente, através de uma atividade anormalmente baixa do cérebro naquela área. "O dano nesta região cerebral", notou Raine, "pode resultar em impulsividade, perda do auto-controle, imaturidade, emocionalidade alterada, e incapacidade para modificar o comportamento, o que pode facilitar atos agressivos". Outras anormalidades observadas pelo estudo de PET do cérebro de assassinos incluiu um metabolismo neural reduzido no giro parietal superior, giro angular esquerdo, corpo caloso, e assimetrias anormais de atividade na amígdala, tálamo, e lobo temporal medial. É provável que estes efeitos sejam relacionados à violência e criminalidade; pois algumas destas estruturas fazemo parte do chamado sistema límbico, que processa emoções e comportamento emocional (por favor, veja "Sistema Límbico: O Centro das Emoções" na Cérebro & Mente) Um aspecto interessante da pesquisa do Dr. Raine é que ele correlacionou as imagens cerebrais de PET à história pessoal do assassino, afim de certificar-se se eles tinham sido submetidos a algum trauma psíquico, abuso físico ou sexual, abandono e pobreza, quando eles eram crianças (um ambiente deprivado para o desenvolvimento da personalidade). Entre os assassinos, 12 tinham sofrido abuso significativo ou deprivação (recebido maus tratos). Foi descoberto que assassinos vindos de lares deprivados tinham déficits muito maiores na área órbito-frontal do cérebro (14 % em média) do que pessoas normais e assassinos vindos de ambientes não deprivados. Os estudos iniciais controlados, realizados por Raine e colegas foram confirmados por uma série de investigações baseadas em PET com indivíduos sociopatas e criminosos violentos. Em um estudo em 1994, 17 pacientes com diagnóstico de distúrbio de personalidade foram submetidos ao PET. Os pesquisadores provaram que havia uma forte correlação inversa entre uma história de dificuldades de controle de agressividade durante toda a vida e o metabolismo regional no córtex frontal. Seis destes pacientes eram antissociais, o resto tinha vários distúrbios de personalidade (marginais, dependentes narcisistas). O PET foi usado novamente em 1995 para avaliar o metabolismo da glicose cerebral em oito sujeitos normais e oito pacientes psiquiátricos com história de comportamento repetitivo violento. Os autores obervaram que "sete dos pacientes mostraram amplas áreas de baixo metabolismo cerebral, particularmente no córtex pré-frontal e temporal medial quando comparado à sujeitos normais. Estas regiões têm sido implicadas como o substrato para agressão e impulsividade, e sua disfunção pode ter contribuído para pacientes com comportamento violento". Mais recentemente (1997), a tecnologia de imagens cerebrais por PET mostrou também que os psicopatas diferiram de não-psicopatas no padrão de fluxo cerebral relativo durante o processamento de palavras com coneteúdo emocional. As mudanças de personalidade adquiridas devido à injúria cerebral são também acompanhadas por uma diminuição na atividade neural na área frontal (veja figura abaixo). Evidências indiretas do papel do córtex pré-frontal no comportamento psicopático vêm de outros experimentos. No Canadá, uma equipe liderada por Dominique LaPierre comparou 30 psicopatas a 30 criminosos não-psicopatas, usando testes que avaliam a função de duas partes do córtex pré-frontal: o órbito-frontal e as áreas ventromediais frontais. Os resultados mostraram que "os psicopatas eram prejudicados em todas as tarefas órbito-frontais e ventromediais", mas não na função de outras áreas do córtex frontal. As similaridades entre psicopatas e pacientes com dano de córtex pré-frontal apareceu em várias áreas do estudo. "Os psicopatas e pacientes órbito-frontais ou ventromediais mostram uma preocupação exagerada com parceiros sexuais, atuando de uma forma promíscua e impessoal", observaram os pesquisadores."Ambos são marcantes quanto à sua falta de julgamento ético e social. Ambos negligenciam as consequências a longo prazo de suas ações, escolhendo a gratificação imediata ao invés de um planejamento cuidadoso".
Conclusões Em resumo, ainda que muitos destes resultados devam ser tomados com cuidado, todos eles convergem para uma importante descoberta: a de que os cérebros de criminosos violentos e sociopatas são na verdade alterados de maneira sutil, e que este fato pode agora ser revelado por novas técnicas sofisticadas. Uma consideração importante é que o comportamento humano é extremamente complicado e o resultado de uma interação de muitos fatores sociais, biológicos e psicológicos. "Existem muitos fatores envolvidos no crime. A função cerebral é apenas uma delas", diz o Prof. Adrian Raine. "Mas, ao entendermos a sua função cerebral, estaremos em uma melhor posição para entender as causas completas do comportamento violento". Outra desvantagem dos estudos retrospectivos (isto é, feitos após o distúrbio aparecer em indivíduos estudados), é que é difícil separar causa da consequência. Em outras palavras, será que o déficit cerebral observado é a causa da anormalidade psicológica ou apenas o seu resultado?. Além disso, os resultados são ainda preliminares e não dão credibilidade ao uso destes métodos de neuroimagem e avaliação da função para "diagnosticar" indivíduos em risco de sociopatia; deste modo eles não devem ser usados para propósitos clínicos ou forenses no presente estágio. Portanto, existe razoável evidência que os os sociopatas têm uma disfunção do cérebro frontal. Porque e quando esta disfunção aparece ainda é totalmente desconhecido, até agora. Dra. Shirley de Campos http://www.epub.org.br/ http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/11012
-----------------------
Sociopatia e revoluçãoOlavo de Carvalho Com toda a sua presunção e arrogância, a ciência social moderna não conseguiu produzir nenhuma descoberta que se aproximasse, em exatidão e força explicativa, da doutrina hindu das quatro castas, da qual a concepção marxista da luta de classes é uma imitação caricatural e remota, daí derivando a impressão de veracidade que possa exercer sobre a mente simplória do “proletariado intelectual” universitário. É impossível, a quem tenha se dado o trabalho de estudar um pouco a explicação hinduísta do processo histórico, observar a seqüência das estruturas de poder que se sucedem ao longo da história ocidental sem notar que ela repete ipsis litteris a transição do governo brâhmana para o kshatryia, deste para o váishyia e deste para o desgoverno shudra e para a confusão dos párias que prenuncia ou o fim da sociedade ou o retorno à ordem inicial. Vou aqui resumir brevemente essa doutrina, não como ela é em sua pura formulação originária, mas na adaptação que lhe dei, em cursos e conferências proferidos desde 1980, para torná-la mais flexível como instrumento explicativo de processos histórico-culturais mais recentes. Os brâhmana são a casta intelectual, voltada à busca do conhecimento espiritual e à construção de uma ordem social que reflita mais ou menos a “vontade de Deus” – as leis que determinam a estrutura inteira da realidade. Os kshatryia são os guerreiros e aristocratas, que sobrepõem à estrutura da realidade a glorificação das suas próprias tradições dinásticas e a expansão do seu poder militar. Os váishyia são os burgueses e comerciantes. Buscam em tudo o lucro e a eficácia econômica, que tomam ilusoriamente como um poder efetivo, ignorando as bases militares e espirituais da sociedade e terminando por ser rapidamente destruídos pelos shudra. Estes são os “proletários”, no sentido romano do termo. Incapazes de governar-se a si mesmos, importam somente pelo poder do número, pela extensão quantitativa da “prole”. Os brâhmana caem pela sua dificuldade de manter-se fiéis à intuição espiritual originária, esfarelada entropicamente em confrontações doutrinais de um artificialismo sufocante, cada vez mais insolúveis e violentas. A ascensão do poder aristocrático, com a formação dos modernos Estados nacionais, nasceu diretamente da necessidade de apaziguar os conflitos religiosos por meio de uma força externa, político-militar. O governo kshatryia cai porque o establishment aristocrático-militar é um poder essencialmente centralizador e expansionista, que tem de se apoiar numa burocracia crescente cujos funcionários ele próprio não pode continuar fornecendo indefinidamente e que ele colherá, portanto, entre os membros mais talentosos das duas castas inferiores, aos quais dará o adestramento necessário para o exercício de suas novas funções administrativas, judiciais, diplomáticas etc. Daí nasce a “intelectualidade” moderna, como subproduto de um sistema de ensino voltado à formação de funcionários para o Estado. Por outro lado, tão logo a burocracia se consolida como meio de ascensão social, os candidatos a ela são sempre em número maior do que os cargos disponíveis, ao mesmo tempo que o ensino, sendo ele próprio um instrumento de seleção, tem necessariamente de atingir um círculo maior de alunos do que aqueles aos quais pode garantir um cargo no funcionalismo público. A burocracia com que o Estado kshatryia controla a sociedade torna-se assim uma bomba de efeito retardado. De um lado, não é preciso dizer que a intelectualidade burocrática logo tem em suas mãos o controle efetivo do Estado, sonhando em sacudir de seus ombros o jugo de uma casta aristocrática cada vez mais ociosa e dispendiosa. De outro lado, há a multidão dos rejeitados. Suas ambições foram despertadas pelo ensino, frustradas pela seleção profissional. Eles formam o contingente daquilo que denominei “burocracia virtual” – o exército crescente daqueles indivíduos relativamente adestrados, mas sem função. Seu único lugar possível na sociedade é dentro do Estado, mas o Estado não tem lugar para eles. Eles são a classe revolucionária por excelência, o personagem central da aventura moderna. Não demorarão a sonhar com um Estado amoldado às suas necessidades. Enquanto não conseguem criá-lo, ocupam-se de tagarelar infindavelmente sobre todos os assuntos, espalhando por toda a sociedade seu rancor e suas frustrações e, sobretudo, adornando-se usurpatoriamente do prestígio dos antigos brâhmana, dos quais constituem a caricatura invertida. Os “intelectuais” são o clero leigo da Revolução. Se vocês já ouviram falar em PT, sabem do que estou falando. Mais adiante voltarei a isso. Por outro lado, o Estado aristocrático custa caro e não pode se manter indefinidamente com os recursos de uma economia agrária tradicional e simplória; a expansão econômica requer a mobilização de capacidades específicas que são as dos váishya. Os banqueiros e industriais fornecem a nova base econômica do Estado, arregimentando a mão-de-obra shudra em proporções jamais sonhadas antes e substituindo à antiga economia agrária o moderno capitalismo. É nesse momento – e só sob esse aspecto -- que a diferença entre dois sistemas de propriedade dos meios de produção se torna determinante historicamente, criando uma situação peculiar que Karl Marx projetará enganosamente sobre todo o curso da História. Mas também é claro que a ascensão do capitalismo, em si, não apresenta risco para a classe aristocrática, a qual facilmente se adapta aos novos modos de adquirir riqueza e integra nas suas fileiras, por meio de casamentos e da distribuição de títulos nobiliárquicos, os novos ricos ascendidos sem nobreza ancestral, sine nobilitate (abreviatura s. nob., donde o termo “esnobe”). A essa adaptação corresponde, politicamente, a passagem do Estado monárquico absoluto à moderna monarquia parlamentar, um processo que não tem por que ser violento ou traumático, só vindo a sê-lo na França porque o crescimento excessivo da burocracia estatal tinha ocasionado fatalmente um crescimento ainda maior da “burocracia virtual” e transformado em puro rancor revolucionário as ambições frustradas da intelectualidade. Foi esta que fez a revolução. Não havia um só capitalista entre os líderes revolucionários, e a burguesia, como se viu na Inglaterra, jamais precisou de revolução nenhuma para se elevar socialmente a um status ao qual a própria aristocracia a convidava insistentemente. O conceito de “revolução burguesa” é uma das maiores fraudes da história das ciências sociais. Os componentes da burocracia virtual, por sua vez, não podem ser definidos economicamente. Seu único traço em comum era a educação que os diferenciava da massa. Vinham de todas as classes – do campesinato, do antigo clero, da pequena burguesia, dos setores empobrecidos da própria aristocracia. Não tinham unidade de origem, mas de situação social e ambições. A fórmula verdadeira da sua unidade residia no futuro: na imagem do Estado perfeito, investido de todas as virtudes que eles próprios julgavam encarnar. Vivendo de fantasia autoglorificante, compensação psicológica de sua posição social vexatória, não é de estranhar que se concebessem como herdeiros da autoridade intelectual dos brâhmana mas também se imaginassem os sucessores naturais da Igreja como porta-vozes e protetores dos pobres e oprimidos, os shudra. Por toda parte falam em nome da “ciência”, mas também da “justiça social”. Imaginam encarnar ao mesmo tempo a autoridade espiritual mais alta e os direitos espezinhados da casta mais baixa. Mas assim como não houve burgueses na vanguarda da “revolução burguesa”, não haverá proletários entre os líderes da “revolução proletária”. Toda a sociologia revolucionária é uma fraude ideológica destinada a encobrir o poder dos “intelectuais”. Estes não são casta nenhuma. São uma interface nascida acidentalmente do inchaço canceroso da burocracia, e por isso mesmo lutarão para fazê-la crescer ainda mais onde quer que adquiram os meios para isso. São, a rigor, párias – uma mescla confusa e delirante de fragmentos de discursos das várias castas. São a pseudo-casta sem função nem eixo, sociopática por nascimento e vocação. A ascensão da burguesia capitalista não é um processo revolucionário. É um longo e complexo processo de incorporação e adaptação. O capitalismo francês nasceu e permaneceu raquítico por causa da Revolução, que veio com a expansão burocrática e continuou vivendo dela até hoje, numa nação que é, por excelência, o paraíso dos “intelectuais”. O capitalismo desenvolveu-se, isto sim, na Inglaterra, onde a aristocracia se adaptou suavemente às suas novas funções capitalistas, e na América, onde, sendo rala a presença da aristocracia de sangue, a própria burguesia capitalista se investiu do ethos heróico-aristocrático, gerando uma nova casta kshatryia. Observo, de passagem, que essa transfiguração da burguesia americana em aristocracia – o fenômeno mais importante e vigoroso da história moderna – jamais teria sido possível sem a profunda impregnação cristã da nova classe, que fazia dela, em contraste com a farsa dos “intelectuais”, a herdeira parcial e longínqua, mas autêntica, da autoridade brâhmana. Na doutrina hindu, não há jamais um governo shudra. Os shudra são, por definição, governados e não governantes. O sujeito pode nascer shudra mas ao ascender a funções de importância já é um “intelectual” (se Lula continuasse torneiro mecânico, seria apenas torneiro mecânico). O que pode haver é o governo dos intelectuais fazendo-se passar por vanguarda shudra e, é claro, oprimindo os shudra mais do que nunca, para que criem a base econômica de uma burocracia estatal ilimitadamente expansiva. Economicamente, o governo shudra, ou socialismo, só tem existência verbal. Em 1921, Ludwig von Mises deu a demonstração cabal de que a economia totalmente estatizada é inviável e de que, portanto, todo regime autonomeado socialista nunca passaria de um capitalismo disfarçado sob a carapaça de ferro da burocracia estatal. A história não cessou de lhe dar razão desde então. Dessa breve exposição é possível tirar algumas conclusões que a experiência histórica comprova abundantemente: 1. Onde quer que a burocracia estatal se torne a via predominante de ascensão social, como aconteceu na França do século XVIII ou na Rússia do século XIX, a burocracia virtual tende a crescer indefinidamente e a tornar-se geradora de pressões revolucionárias. Muitas nações modernas aliviam essas pressões criando um número indefinido de sinecuras culturais e universitárias para integrar e “oficializar” de algum modo a burocracia virtual, mas isso, por um lado, é um paliativo caríssimo, que só pode ser custeado por um capitalismo pujante, o que supõe, precisamente, que a Revolução seja abortada em tempo; por outro lado, a burocracia virtual oficializada pode se satisfazer por algum tempo com suas novas funções na sociedade capitalista, mas a ascensão social mesma acabará por torná-la ainda mais presunçosa e arrogante. Isso explica que precisamente nas nações onde os intelectuais têm as melhores condições de vida eles sejam os mais rancorosos inimigos da sociedade que os nutre e lisonjeia, mas em compensação não consigam ou talvez nem queiram desferir o golpe mortal nessa sociedade, limitando-se a constituir um fator de corrosão estrutural permanente, neutralizado, no conjunto, pelo progresso técnico e pelo crescimento capitalista. 2. Onde a burocracia virtual ainda não perfeitamente oficializada tenha como principal veículo de integração social um partido político, esse partido, encarnando a seus próprios olhos ao mesmo tempo a suprema autoridade intelectual e os direitos de todas as vítimas reais ou imaginárias da injustiça social, se colocará necessariamente acima das leis e instituições, arrogando-se todos os direitos e todas as virtudes e não reconhecendo julgamento superior ao seu. 3. Toda esperança de integrar esse partido no processo democrático normal será repetidamente frustrada, pois ele jamais entenderá sua participação nesse processo senão como concessão temporária – e, em si mesma, repugnante – às condições que impedem a consecução dos seus objetivos. 4. A consquista do poder total será sempre o objetivo e a única razão de ser desse partido, que tentará toda sorte de golpes de Estado e ao mesmo tempo verá como golpe de Estado qualquer tentativa, por mais tímida e limitada, de impedi-lo de chegar a seus objetivos. Exemplos não faltam no Brasil. O mais recente é aquele em que os líderes do partido dominante pregam abertamente a resistência violenta a uma possível derrota nas eleições, ao mesmo tempo que denunciam literalmente como “golpe de Estado” a simples revelação jornalística do dinheiro que usaram num truque sujo contra o adversário (vejam a maravilha de retórica invertida em http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/394501-395000/394778/394778_1.html). 5. Como a função primordial do partido revolucionário, por baixo dos mais variados pretextos ideológicos, é justamente criar um Estado burocrático para servir a seus próprios membros, é normal e inevitável que esse partido, uma vez investido do poder estatal, encare o Estado como sua propriedade, usando-o para seus próprios fins e não vendo nisso a menor imoralidade. A burocracia virtual é sociopática por nascimento e por definição; e sua forma de governo, tão logo tenha as condições de implantá-la, é e será sempre a sociopatia organizada. 6. A afinidade do partido revolucionário com o banditismo comum é algo mais que conjunção temporária de interesses. Na perspectiva da burocracia virtual, o único mal no mundo é ela não ter o poder absoluto, é existir uma sociedade que a transcende e não a obedece. Todos os outros males, se enfraquecem essa sociedade e favorecem a conquista do poder total pelo partido revolucionário, são bens. A auto-idolatria solipsística do chefe de gangue e a do líder revolucionário são exatamente a mesma, com a leve diferença do requinte intelectual um pouco maior a favor desta última. É ridículo dizer que um partido como o PT “se transformou” numa quadrilha de delinqüentes. Ele nasceu delinqüente. 7. A insistência dos adversários em fazer de conta que esse partido pode participar honradamente do processo político normal levará sempre a condições de “guerra assimétrica”, em que um dos lados terá todos os encargos, e o outro todos os direitos.
***
PS – Para aqueles que tiveram a infelicidade de nascer membros da burocracia virtual, só há três caminhos de vida possíveis: (1) integrar-se na farsa revolucionária e sair alardeando que são benfeitores da humanidade; (2) cair para a marginalidade, a doença mental, a autodestruição ou o banditismo; (3) compreender sua situação histórica, lutar para escapar a uma condição social essencialmente farsesca e para adquirir, por meio do estudo e da autodisciplina espiritual, a dignidade do verdadeiro estatuto brâhmana, o que implica renunciar a todo poder político e a todas as vantagens psico-sociais da participação na intelectualidade revolucionária. Economicamente, sobreviver da atividade intelectual fora do esquema revolucionário de proteção mútua é um desafio temível. Para os que nasceram váishyas, o desafio é resistir ao canto-de-sereia revolucionário e impor o capitalismo como modo de vida moralmente superior. Isto não é possível sem o cultivo da disciplina kshatryia e a aceitação dos encargos heróicos de uma nova casta nobre, o que implica a absorção, mesmo longínqua, do legado brâhmana. A luta no mundo moderno é entre os váishyia e os burocratas virtuais – isto é, entre aqueles que alimentam o Estado e aqueles que se alimentam dele. Se os primeiros se deixam hipnotizar pela cultura revolucionária, estão liquidados, e, com eles, os shudra, que perdem o estatuto de trabalhadores livres para ser escravos da burocracia comunista. http://www.olavodecarvalho.org/semana/061023dc.html
----------------------
Entradas com Etiqueta ‘sociopatia’
De sociopata todo creófilo tem um pouco… Observação: quando digo “sociopatia” ao falar de creófilos, me refiro ao contexto que coloquei no artigo Creofilia e sociopatia. Qualquer outra consideração que fuja a noção de que o especismo, enquanto desconsideração dos interesses dos seres sencientes, se configura num tipo vulgar de sociopatia, não são pertinentes a esta minha crítica dirigida, sobretudo, a platéia. Me digam uma coisa, especismo a parte, essa não é a descrição de três assassinatos?
Observe a piada alfascista de péssima qualidade do Jô Soares. Eu achei que eles já tinham superado o biocentrismo cômico, mas um dos maiores humoristas do país (sim, estou sendo irônico) não aprendeu ainda.
Creofilia e sociopatia
Uma refeição creófila com uma diversidade de espécies animais. Foto de lotusutol. Primeiramente, gostaria de destacar o fato de não ser psicólogo ou psiquiatra. Os conceitos de sociopatia aqui trazidos não são de caráter técnico, mas sim impressões do senso-comum social, e assim será aplicado. Em segundo lugar, aviso que esta postagem, como a maioria das minhas postagens, pode causar um desconforto para os creófilos. As comparações que se dará poderá ofender acima do comum os creófilos, visto que lida com a analogia do comportamento deles tido como normal com comportamento de outros tidos como monstros normais (“criminosos”). Naturalmente, não aceitarei comentários abusivos, como xingamentos e afins. Não vejo diferença ôntica (de espécie) entre o assassinato de um ser senciente e um ser sapiente. Tampouco vejo diferença ôntica na morte de um humano, não-humano, familiar meu ou do comentarista. O especismo, desde o princípio, não é norteador de meus artigos (tampouco de qualquer opinião que se diga vegana). Sua oposição que o é. Diz-se do sociopata aquele que comete coisas moralmente extremamente reprováveis (normalmente tidas como crimes, apesar da matança de animais sencientes não o ser) e não sente nem um pouco de remorso. Irei me centrar em construções abstratas, não tratando de humanos específicos, e desconsiderando outros traços de sociopatia que não sejam esses. Frente a opinião pública, muitos criminosos que matam a sangue frio suas numerosas vítimas (assassinos em série) ou uma vítima especialmente indefesa (normalmente, quem mata idoso ou infante), muitas vezes utilizando de meios cruéis e por motivos fúteis, sem demonstrar remorso, são tidos como sociopatas. Não é incomum a clamar pela eliminação física dos autores dessas atrocidades, especialmente no calor da indignação moral das pessoas que pedem mais uma morte. Algo corriqueiro, infelizmente. Porém, deixemos a questão legal e especista de lado. Vejamos casos similares a essas ocorrências, fora de nossa espécie. Os caçadores, abatedores, pescadores e outros ditos cidadãos de bem têm hábito de matar corriqueiramente, muitas vezes com requintes de crueldade (atirando no ser indefeso e o deixando sofrer, degolando-o e deixando morrer afogado em seu sangue, quebrando seu pescoço, matando por lenta asfixia, etc) numerosos seres sencientes de outras espécies. Sem remorso, naturalmente. Não seriam esses especistas diretos sociopatas? Se fizermos uma analogia com o caso do infanticida, onde o agravante é o estado de debilidade defensiva do sujeito da agressão gravíssima, (que é o atendado a seu bem mais importante, que condiciona a existência dos outros bens morais) a perfeição será grande. A vítima do caçador, do abatedor, do pescador é indefeso, é senciente e não tem como escapar de forma justa de seu algoz. E, no caso especial do abatedor e do pescador, o seu motivo é estupidamente fútil: o paladar (fora situações de risco e extremos, de onde não é honesto tomar como regra). Já o caçador esportivo, utilizando de uma retórica ecológica, sorri diante de suas atrocidades “ecologicamente correta”. Mais sociopata que o caçador esportivo, talvez somente o creófilo-padrão. O creófilo-padrão, aquele que é especista seletivo, que terceiriza sua crueldade talvez seja o mais cínico de todos os especistas. Ele não se reconhece como um agente ativo das atrocidades do qual é o corresponsável. Analogicamente, podemos vislumbrar o mandante de matança. Quem manda matar, pela lógica da irresponsabilidade do creófilo-padrão, não é responsável moralmente pela morte que mandou. Uma retórica tão falsa que soa simplesmente ridículo aos ouvidos treinados de um vegano. Há outro instrumento que creio que seja mais usado do que esse que é a afirmação de que a aquisição da carcaça não por encomenda (normalmente), mas sim ocorre depois da morte ter sido realizada. Uma franca desonestidade por parte dos creófilos, visto que sabemos que o produto existe para suprir as demandas que se tem por ele. Contudo, são os creófilos que se sentem os mais limpos e eticamente incontestáveis, ao mesmo passo que eles mesmos reconhecem os direitos que eles não respeitam dos animais. O cinismo e a falsidade, além da ausência de remorso, é bem manifestado neles. Não posso deixar de concluir que, nesse aspecto, eles são sociopatas. Outro fenômeno que vejo como relevante é a autoafirmação especista. Os creófilos tendem a não só praticarem atos especistas, mas também de se orgulharem de fazer isso. O antropocentrismo pautado na autoafirmação especista da violência, a exemplo de toda ideologia que sustenta a tese da superioridade de nossa espécie baseada em nossa capacidade de eliminar a vida alheia (de forma racional ou “natural”). Se faz o que se faz pois se pode, não havendo ponderação ética a cerca disso, num ato tremendamente sociopata. Assim, acredito que num futuro vegano (caso de fato ocorra), os poucos creófilos que restarão serão tratados tal como os infanticidas e homicidas em série o são hoje pela nossa sociedade. A sociopatia será a etiqueta que estará estampada nas testas deles, certamente, por motivos não menos justos quanto os que ditei acima. Samory Santos,http://opiniaovegana.sitenl.net/tag/sociopatia/
-------------------------------
PSICOPATAS
Algumas pessoas vão perguntar o motivo pelo qual vou colocar uma série de assuntos relacionados a isso: distúrbios de personalidade aqui neste Blog. Quero deixar claro aqui que dentre os assuntos holísticos que debatemos, estão as terapias complementares, e em suma, adentrados no aspecto mental e emocional damaior parte das pessoas. A maioria das doenças quando já estão no físico, provém da cristalização de problemas do mental e do emocinal. Sendo assim, vou colocar alguns dos que ocorrem desde tenra infancia:
A Psicopatia, também conhecida como Sociopatia, tem sido associada ao protótipo do assassino em série, porém, nem todos os assassinos são psicopatas e nem todos os psicopatas chegam a ser assassino, ou mesmo fisicamente violentos!
Importa desmistificar esta ideia, porque podemos estar a lidar diariamente com um psicopata, sem termos a noção que aquela pessoa está realmente doente e que afinal, todas as intrigas, confusões, desacatos, mentiras e mau-estar causados pelo mesmo, não são apenas fruto de “mau feitio”. Há pessoas que só se apercebem que têm lidado de perto com um psicopata, momentos antes de uma fatalidade lhes acontecer, nomeadamente o seu homicídio.
Em sua prineira infancia, a pessoa com uma estrutura deslocada teve um pai veladamente sedutor do sexo oposto. O pai queria alguma coisa do filho. O psicopata formava um triangulo com os pais, e achou dificil obter apoio com o pai do mesmo sexo. Colocou-se do lado do pai do sexo oposto, não conseguiu o que queria, sentiu-se traído e depois compensou tudo isso manipulando esse pai.
Sua resposta a essa situação foi tentar controlar os outros do jeito que pudesse. para fazê-lo, precisa expor-se e até mentir se for necessário. Exige que o apóiem e o estimulem. Na interação com outros, porém, prescreverá a manipualção direta, como: "Voce teve de..." para evocar a submissão. Isso não leva ao apoio.
No aspecto negativo, a pessoa com essa estrutura tem uma tremenda tendência para o poder e a necessidade de dominar os outros. Dispõe de duas maneiras para obter esse controle: intimidando e dominando ou solapando através da sedução. Muitas vezes sua sexualidade é hostil e tem muita fantasia. ela investiu na imagem ideal que faz de si mesma e tem sentimentos fortes de superioridade e desprezo, que encobrem sentimentos profundos de inferioridade.
Quando entra em terapia, queixa-se dos seus sentimentos de derrota. Quer vencer. mas ser apoiada significa render-se, e isso, no seu entender, quer dizer derrota. "Minha vontade será feita" E surge para ela o dilema: " tenho de estar certa ou morrer" . Para resolver o problema na terapia precisa aprender a confiar.
No processo terapêutico, a primeira camada da personalidade encontrada será a "máscara" . Diz ela: "Estou certa; e você esta errado." depois de escavar ainda mais fundo a personalidade, o eu inferior, ou da sombra, dirá: " Eu o controlarei." Quando principia a resolução, o ser superior da personalidade emerge para dizer: "Dou-me por vencido".
O indivíduo psicopático tem medo do fracasso e da derrota. Dividido entre sua dependência das pessoas e a necessidade de domina-las, receia ser dominado e usado por elas e colocado na posição de vítima, o que lhe é totalmente humilhante. usa a sexualidade no jogo do poder; o prazer é secundário em relação à conquista. Ele tenta não expressar suas necessidades fazendo que os outros precisem dele.
Muitas pessoas com este tipo de personalidade são geralmente frias, calculistas, não acreditam jamais no amor incondicional e nem simplesmente no amor carnal. Para elas as pessoas são falsas, o mundo é simplesmente mesquinho, egoísta, destrutivo, e ela não pode se entregar de jeito nenhum. Não confia nas pessoas, no mundo e nem em si mesmas. Vivem dentro de seu mundo de fantasia e sentem profunda tristeza de estar aqui neste planeta, pois aqui, na realidade tridimensional, precisam experimentar a condição de aprendizes, cedendo às vontades alheias e para elas isso é muito complicado, difícil e humilhante, são extremamente orgulhosas, por conta disso, preferem sair da realidade.
O Eu Superior do caráter psicopático liberto, traz-lhe sinceridade e integridade. Seu intelecto, altamente desenvolvido, pode ser utilizado para rsolver desavenças ajudando os outros a encontrarem sua verdade. Por meio de sua sinceridade, ele pode levar outros à sinceridade deles. Tornam-se excelentes pessoas no manejo de projeto complicados, e tem um grande coração cheio de amor.
Embora esta doença seja mais comum no homens, também é possível encontrar mulheres sociopatas.
Os primeiros sinais começam a tornar-se mais evidentes a partir dos 15 anos de idade, embora se possam reconhecer algumas atitudes que apontem neste sentido em idade mais tenra. Eis então os sintomas principais que um psicopata apresenta:
- Ausência de Culpa: Nunca sente arrependimento, nem remorsos. Os outros é que são os culpados de tudo o que acontece de mal e vive com a certeza absoluta que nunca erra, nem errou. Não teme a punição por ter a certeza que tudo o que faz tem um propósito benéfico, (para ele, claro!), embora tenha a noção de que os seus actos são anti-sociais.
Quando é denunciado, recusa a reabilitação ou qualquer tratamento e na impossibilidade de fugir, simula uma mudança de carácter, para mais tarde voltar aos padrões comportamentais que lhe são característicos e até, vingar-se de quem o tentou ajudar!
- Mestres da Mentira: Para eles a realidade e a ilusão fundem-se num só conceito pelo qual regem o seu mundo. São capazes de contar uma mentira como se estivessem a descrever detalhadamente uma situação real. Não mentem apenas para fugirem de uma situação constrangedora, mas pura e simplesmente porque não sabem viver sem mentir.
- Manipulação e Egoísmo: Não tem a noção de bem comum. Desde que ele esteja bem, o resto do mundo não lhe interessa. O psicopata é um indivíduo extremamente manipulador que usa o seu encanto para atingir os seus objectivos, nunca pensando nas emoções alheias. Não reconhece a dor que provoca nos outros e por isso, usa as pessoas como peões, objectos que pode pôr e dispor conforme lhe convêm. Manifesta facilidade em lidar com as palavras e convencer as pessoas mais vulneráveis a entrarem no “jogo” dele.
Querem controlar todos os relacionamentos, impedindo que familiares e amigos confraternizem paralelamente, sem a sua presença. Para tal recorrem as esquemas, intrigas e claro, ao seu charme para se fingir amigo.
- Inteligência: O QI costuma ser acima da média. Há casos de psicopatas que conseguem passar por médicos, advogados, professores, etc, sem nunca terem frequentado uma universidade! São peritos no disfarce, excelentes auto-didatas e fazem-no na perfeição.
- Ausência de Afeto: Não são pessoas afetuosas com o próximo e enquanto pais, não são do genero de “dar colo” aos filhos. Usam os filhos como “marionetas”, em função dos seus próprios interesses, não respeitando as suas escolhas, quer a nível pessoal, quer profissional! Baseia os seus “métodos educativos” na humilhação e chega a ser totalmente negligente para com os seus.
- Impulsivo: Devido ao deficit do superego, não consegue conter os seus impulsos, podendo cometer toda a espécie de crimes, friamente e sem noção de culpa. Costuma fintar até o teste do polígrafo, porque o seu ritmo cardíaco não se altera quando profere mentiras e nem quando comete crimes.
- Isolamento: Gostam de viver sós e quando vivem com outros, querem liderar o grupo, mesmo que para isso destrua uma família inteira.
Existem mais sintomas que denunciam a Psicopatia e, após a leitura deste texto, até pode ser que reconheça alguns destes sinais em familiares seus e pessoas que lhe são próximas.
Existem diversas manifestações de psicopatia, esta doença mental que se manifesta em cerca de dois por cento da população mundial e aparece de diversas formas no ser humano. Muitos não chegam a ser violentos ou a cometer crimes jurídicos, mas são amorais em maior ou menor grau, adquirem comportamentos dissimulados e andam na sociedade como predadores sociais provocando malefícios e opressões, aproveitando-se das pessoas facilmente manipuláveis.
Não há muita clareza científica sobre as causas que determinam o aparecimento dos psicopatas. O senso comum sugere as vezes que são inatas ou genéticas, outras vezes que são adquiridas no convívio social, resultado de carências afetivas ou traumas infantis. O mais provável é que sejam resultantes do entrelaçamento de todos estes fatores juntos. O certo é que eles podem ser encontrados em todos os cantos: nas empresas puxando o tapete dos colegas para chegar a onde querem; nos consultórios operando e receitando remédios sem se preocupar com a saúde e até mesmo a vida dos pacientes; nos Templos, nas ruas, nas Igrejas ou em programas de TV, gritando ou falando calmamente seus discursos com uma retórica bonita e fazendo exatamente o contrário em suas vidas particulares nababescas e luxuriosas; ou pode está do seu lado, tramando, fofocando e espalhando o seu veneno que contamina as relações sociais e causa sofrimento e injustiças entre as pessoas.
Segundo a REVISTA SUPERINTERESSANTE (Julho-2006.p.48), estas são as principais características de um psicopata:
1- CHARME- Tem facilidade em lidar com as palavras e convencer pessoas vulneráveis. Por isso, torna-se líder com freqüência. Seja na política, no trabalho ou na cadeia. 2- INTELIGÊNCIA- O QI costuma ser maior que o da média: alguns conseguem passar por médico ou advogado sem nunca ter acabado o Colegial. 3- AUSÊNCIA DE CULPA- Não se arrepende nem tem dor na consciência. É mestre em botar a culpa nos outros por qualquer coisa. Tem certeza que nunca erra. 4- ESPÍRITO SONHADOR- Vive com a cabeça nas nuvens. Mesmo se a situação do sujeito é miserável, ele só fala sobre as glórias que o futuro lhe reserva. 5- HABILIDADE PARA MENTIR- Não vê diferença entre sinceridade e falsidade. É capaz de contar qualquer lorota como se fosse a verdade mais cristalina. 6- EGOÍSMO- Faz suas próprias leis. Não entende o que significa “bem comum”. Se estiver tudo OK para ele, não interessa como está o resto do mundo. 7- FRIEZA- Não reage verdadeiramente ao ver alguém chorando ou sofrendo. 8- PARASITISMO- Quando consegue a amizade de alguém, suga até a medula. Dentre as variações da Psicopatia, o Psicopata Social é aquele que causa sofrimento a um grupo de pessoa, uma comunidade ou até mesmo a sociedade como um todo, sem esboçar qualquer arrependimento. Nada deixa esses indivíduos com peso na consciência. Não existe ramo de atuação humana onde se encontra mais esse tipo do que na política (com honradas exceções é claro). Estes manipuladores sociais roubam, mentem, trapaceiam, caluniam, e nunca acham que faz alguma coisa de errado; não estão nem aí para o sofrimento alheio. Geralmente possuem uma esperteza superior, uma inteligência acima da média e habilidade para manipular quem está a sua volta. Não são Sábios, são inteligentes, porque o sábio usa o seu raciocínio e o seu saber para a resolução dos problemas dele e de todos, pensando sempre no crescimento e na felicidade coletiva.
Justamente por achar que não faz nada de errado, o Psicopata Social repete seus erros e não conhece emoções e sentimentos nobres tais como o arrependimento, a solidariedade, o amor ao próximo e a compaixão. O país que se dane, a cidade que se dane, o povo que se dane! É assim que ele pensa no seu íntimo. A habilidade de mentir e manipular despudoradamente, muitas vezes sem levantar suspeitas, de hipinotizar platéias com sua lábia, seu dom de oratória, faz com que ele se saia bem na política e na liderança de grupos. Vide: Mussolini, Hitler, Nero, Átila, Collor, etc. são tecnicamente incapazes de frear seus impulsos sacanas e se munem de desculpas para justificar seu comportamento quando necessário, com a destreza e o talento de um brilhante ator.
Os Psiquiatras defendem que, apesar desta mentalidade doentia, eles devem ser responsabilizados pelos seus erros, porque possuem plena consciência de que seus atos não são corretos. E se cometem crimes, devem ir para cadeia como os outros criminosos por ameaçar a convivência sadia, justa e harmônica da sociedade.
Portanto, informe-se, questione, estude e conscientize-se; são as armas mais eficientes para se livrar destas verdadeiras pragas sociais. Não sigam líderes sem antes submetê-los a uma rigorosa análise crítica; pensem sobre seus atos, suas idéias, seus comportamentos. Questione-os de todos os ângulos possíveis, desconfie sempre para que você não corra o risco de ser manipulado como um cordeirinho. A desconfiança gera a reflexão. Inclusive este texto que você está lendo agora, desconfie dele, reflita sobre ele, analise-o com rigor sistemático e filosófico. Pense por se mesmo e jamais seja pensado por outros; principalmente se estes forem psicopatas sociais como certos políticos. Lembrem-se, muitos deles estão ao nosso redor em plena atividade, prontos para dar bote. http://www.amar-ela.com/
-------------------
Personalidade Patológica O que são os transtornos de personalidade? Os transtornos de personalidade afetam todas as áreas de influência da personalidade de um indivíduo, o modo como ele vê o mundo, a maneira como expressa as emoções, o comportamento social. Caracteriza um estilo pessoal de vida mal adaptado, inflexível e prejudicial a si próprio e/ou aos conviventes. Essas características, no entanto apesar de necessárias não são suficientes para identificação dos transtornos de personalidade, pois são muito vagas. A maneira mais clara como a classificação deste problema vem sendo tratada é através da subdivisão em tipos de personalidade patológica. Ao nosso ver, esta forma é bastante adequada, pois se verifica na prática manifestações diversas e até opostas para o mesmo problema. O leitor entenderá melhor a necessidade da subdivisão dos transtornos de personalidade lendo os textos abaixo.
Generalidades
Para se falar de personalidade é preciso entender o que vem a ser um traço de personalidade. O traço é um aspecto do comportamento duradouro da pessoa; é a sua tendência à sociabilidade ou ao isolamento; à desconfiança ou à confiança nos outros. Um exemplo: lavar as mãos é um hábito, a higiene é um traço, pois implica em manter-se limpo regularmente escovando os dentes, tomando banho, trocando as roupas, etc. Pode-se dizer que a higiene é um traço da personalidade de uma pessoa depois que os hábitos de limpeza se arraigaram. O comportamento final de uma pessoa é o resultado de todos os seus traços de personalidade. O que diferencia uma pessoa da outra é a amplitude e intensidade com que cada traço é vivido. Por convenção, o diagnóstico só deve ser dado a adultos, ou no final da adolescência, pois a personalidade só está completa nessa época, na maioria das vezes. Os diagnósticos de distúrbios de conduta na adolescência e pré-adolescência são outros.
Transtorno de Personalidade Anti-Social
Como se caracteriza ? Caracteriza-se pelo padrão social de comportamento irresponsável, explorador e insensível constatado pela ausência de remorsos. Essas pessoas não se ajustam às leis do Estado simplesmente por não quererem, riem-se delas, freqüentemente têm problemas legais e criminais por isso. Mesmo assim não se ajustam. Freqüentemente manipulam os outros em proveito próprio, dificilmente mantêm um emprego ou um casamento por muito tempo.
Aspectos essenciais Insensibilidade aos sentimentos alheios
Atitude aberta de desrespeito por normas, regras e obrigações sociais de forma persistente. Estabelece relacionamentos com facilidade, principalmente quando é do seu interesse, mas dificilmente é capaz de mantê-los. Baixa tolerância à frustração e facilmente explode em atitudes agressivas e violentas. Incapacidade de assumir a culpa do que fez de errado, ou de aprender com as punições. Tendência a culpar os outros ou defender-se com raciocínios lógicos, porém improváveis.
Transtorno de Personalidade Borderline (Limítrofe) Como se caracteriza ? Caracteriza-se por um padrão de relacionamento emocional intenso, porém confuso e desorganizado. A instabilidade das emoções é o traço marcante deste transtorno, que se apresenta por flutuações rápidas e variações no estado de humor de um momento para outro sem justificativa real. Essas pessoas reconhecem sua labilidade emocional, mas para tentar encobri-la justificam-nas geralmente com argumentos implausíveis. Seu comportamento impulsivo freqüentemente é autodestrutivo. Estes pacientes não possuem claramente uma identidade de si mesmos, com um projeto de vida ou uma escala de valores duradoura, até mesmo quanto à própria sexualidade. A instabilidade é tão intensa que acaba incomodando o próprio paciente que em dados momentos rejeita a si mesmo, por isso a insatisfação pessoal é constante.
Aspectos essenciais
Padrão de relacionamento instável variando rapidamente entre ter um grande apreço por certa pessoa para logo depois desprezá-la. Comportamento impulsivo principalmente quanto a gastos financeiros, sexual, abuso de substâncias psicoativas, pequenos furtos, dirigir irresponsavelmente. Rápida variação das emoções, passando de um estado de irritação para angustiado e depois para depressão (não necessariamente nesta ordem). Sentimento de raiva freqüente e falta de controle desses sentimentos chegando a lutas corporais. Comportamento suicida ou auto-mutilante. Sentimentos persistentes de vazio e tédio. Dúvidas a respeito de si mesmo, de sua identidade como pessoa, de seu comportamento sexual, de sua carreira profissional.
Transtorno de Personalidade Paranóide Como se caracteriza ? Caracteriza-se pela tendência à desconfiança de estar sendo explorado, passado para trás ou traído, mesmo que não haja motivos razoáveis para pensar assim. A expressividade afetiva é restrita e modulada, sendo considerado por muitos como um indivíduo frio. A hostilidade, irritabilidade e ansiedade são sentimentos freqüentes entre os paranóide. O paranóide dificilmente ri de si mesmo ou de seus defeitos, ao contrário ofende-se intensamente, geralmente por toda a vida quando alguém lhe aponta algum defeito.
Aspectos essenciais
Excessiva sensibilidade em ser desprezado. Tendência a guardar rancores recusando-se a perdoar insultos, injúrias ou injustiças cometidas. Interpretações errôneas de atitudes neutras ou amistosas de outras pessoas, tendo respostas hostis ou desdenhosas. Tendência a distorcer e interpretar maléficamente os atos dos outros. Combativo e obstinado senso de direitos pessoais em desproporção à situação real. Repetidas suspeitas injustificadas relativas à fidelidade do parceiro conjugal. Tendência a se autovalorizar excessivamente. Preocupações com fofocas, intrigas e conspirações infundadas a partir dos acontecimentos circundantes.
Transtorno de Personalidade Dependente Como se caracteriza ?
Caracterizam-se pelo excessivo grau de dependência e confiança nos outros. Estas pessoas precisam de outras para se apoiar emocionalmente e sentirem-se seguras. Permitem que os outros tomem decisões importantes a respeito de si mesmas. Sentem-se desamparadas quando sozinhas. Resignam-se e submetem-se com facilidade, chegando mesmo a tolerar maus tratos pelos outros. Quando postas em situação de comando e decisão essas pessoas não obtêm bons resultados, não superam seus limites.
Aspectos essenciais
É incapaz de tomar decisões do dia-a-dia sem uma excessiva quantidade de conselhos ou reafirmações de outras pessoas. Permite que outras pessoas decidam aspectos importantes de sua vida como onde morar, que profissão exercer. Submete suas próprias necessidades aos outros. Evita fazer exigências ainda que em seu direito. Sente-se desamparado quando sozinho, por medos infundados. Medo de ser abandonado por quem possui relacionamento íntimo. Facilmente é ferido por crítica ou desaprovação.
Transtorno de Personalidade Esquizóide Como se caracteriza ?
Primariamente pela dificuldade de formar relações pessoais ou de expressar as emoções. A indiferença é o aspecto básico, assim como o isolamento e o distanciamento sociais. A fraca expressividade emocional significa que estas pessoas não se perturbam com elogios ou críticas. Aquilo que na maioria das vezes desperta prazer nas pessoas, não diz nada a estas pessoas, como o sucesso no trabalho, no estudo ou uma conquista afetiva (namoro). Esses casos não devem ser confundidos com distimia.
Aspectos essenciais
Poucas ou nenhuma atividade produzem prazer. Frieza emocional, afetividade distante. Capacidade limitada de expressar sentimentos calorosos, ternos ou de raiva para como os outros. Indiferença a elogios ou críticas. Pouco interesse em ter relações sexuais. Preferência quase invariável por atividades solitárias. Tendência a voltar para sua vida introspectiva e fantasias pessoais. Falta de amigos íntimos e do interesse de fazer tais amizades. Insensibilidade a normas sociais predominantes como uma atitude respeitosa para com idosos ou àqueles que perderam uma pessoa querida recentemente.
Trantorno de Personalidade Ansiosa (evitação) Como se caracteriza ? Caracteriza-se pelo padrão de comportamento inibido e ansioso com auto-estima baixa. É um sujeito hipersensível a críticas e rejeições, apreensivo e desconfiado, com dificuldades sociais. É tímido e sente-se desconfortável em ambientes sociais. Tem medos infundados de agir tolamente perante os outros.
Aspectos essenciais
*É facilmente ferido por críticas e desaprovações. Não costuma ter amigos íntimos além dos parentes mais próximos. Só aceita um relacionamento quando tem certeza de que é querido. Evita atividades sociais ou profissionais onde o contato com outras pessoas seja intenso, mesmo que venha a ter benefícios com isso. Experimenta sentimentos de tensão e apreensão enquanto estiver exposto socialmente. Exagera nas dificuldades, nos perigos envolvidos em atividades comuns, porém fora de sua rotina. Por exemplo, cancela encontros sociais porque acha que antes de chegar lá já estará muito cansado.
Transtorno de Personalidade Histriônica Como se caracteriza ? Caracteriza-se pela tendência a ser dramático, buscar as atenções para si mesmo, ser um eterno "carente afetivo", comportamento sedutor e manipulador, exibicionista, fútil, exigente e lábil (que muda facilmente de atitude e de emoções). Aspectos essenciais
Busca freqüentemente elogios, aprovações e reafirmações dos outros em relação ao que faz ou pensa. Comportamento e aparência sedutores sexualmente, de forma inadequada. Abertamente preocupada com a aparência e atratividade físicas. Expressa as emoções com exagero inadequado, como ardor excessivo no trato com desconhecidos, acessos de raiva incontrolável, choro convulsivo em situações de pouco importância. Sente-se desconfortável nas situações onde não é o centro das atenções. Suas emoções apesar de intensamente expressadas são superficiais e mudam facilmente. É imediatista, tem baixa tolerância a adiamentos e atrasos. Estilo de conversa superficial e vago, tendo dificuldades de detalhar o que pensa.
Transtorno de Personalidade Obsessiva (anancástica) Como se caracteriza ? Tendência ao perfeccionismo, comportamento rigoroso e disciplinado consigo e exigente com os outros. Emocionalmente frio. É uma pessoa formal, intelectualizada, detalhista. Essas pessoas tendem a ser devotadas ao trabalho em detrimento da família e amigos, com quem costuma ser reservado, dominador e inflexível. Dificilmente está satisfeito com seu próprio desempenho, achando que deve melhorar sempre mais. Seu perfeccionismo o faz uma pessoa indecisa e cheia de dúvidas.
Aspectos essenciais
O perfeccionismo pode atrapalhar no cumprimento das tarefas, porque muitas vezes detém-se nos detalhes enquanto atrasa o essencial. Insistência em que as pessoas façam as coisas a seu modo ou querer fazer tudo por achar que os outros farão errado. Excessiva devoção ao trabalho em detrimento das atividades de lazer. Expressividade afetiva fria. Comportamento rígido (não se acomoda ao comportamento dos outros) e insistência irracional (teimosia). Excessivo apego a normas sociais em ocasiões de formalidade. Relutância em desfazer-se de objetos por achar que serão úteis algum dia (mesmo sem valor sentimental) Indecisão prejudicando seu próprio trabalho ou estudo. Excessivamente consciencioso e escrupuloso em relação às normas sociais.
http://psicosite.com.br/tra/out/personalidade.htm
-----------------------------
Frieza e ausência de sentimentos
Psicopatas são pessoas insensíveis, frias e com ausência de sentimentos genuínos para com outras pessoas. Eles parecem não sentir emoções calorosas entre os humanos, tais como o amor, compaixão e altruísmo. São vistos como indivíduos frios, que não demonstram amor, carinho e ternura, até mesmo com pessoas próximas, tais como familiares. Por mais que algumas pessoas acreditem inocentemente que um dia o psicopata poderá sentir algum tipo de sentimento altruísta, lamentavelmente ainda não se pode afirmar hipóteses do gênero. São pessoas sem nenhum tipo de sentimento bom para com os outros, apenas para si mesmo. Não amam, não sentem dó, não são humildes, nem generosos, muito menos carinhosos e afáveis. Esses individúos não sentem afeto algum por outros seres humanos; portanto, jamais sentirão do mesmo modo que pessoas "normais" sentem. Talvez nunca tenham sentido, contudo, aprenderam a imitá-las. Aprenderam a imitar a forma como duas pessoas se amam, se compreendem. Aprenderam a imitar o altruísmo, o carinho e a generosidade ao observarem e copiarem tais demonstrações vindas de outras pessoas, mas nunca advindas de si próprio. Por isso, demonstram superficialmente seus sentimentos e emoções, pois na realidade não passam cópias e imitações de sentimentos. Quando demonstram sentimentos bons, mais uma forma de manipular para conseguir algo com isso. Raramente dizem "eu te amo", ou então, mais frequentemente, quando dizem, demonstram o oposto. Dizem que amam mas suas ações e comportamentos demonstram o contrário. Na realidade, eles frequentemente tratam as pessoas como "coisas" ou "objetos". Exatamente por isso, o sociopata oscila entre períodos em que causa sofrimento às pessoas, e períodos em que demonstra afeto e consideração. Psicopatas são pessoas, acima de tudo, frias e insensíveis. Frias emocionalmente de tal forma que nada as faz se comoverem por algum tipo de dor ou sofrimento alheio. Via de regra, não demonstram qualquer tipo de afeto, amor ou carinho por outra pessoa, inclusive seus próprios familiares. Só o demonstram para conseguir algo. Não vão se importar se feriram ou não alguém, muito menos vão se chocar por algum acontecimento doloroso a outrem. Pelo contrário. Podem ver, ouvir e até mesmo cometer inúmeras crueldades sem ter a capacidade de sentir algum tipo de emoção com isso; qualquer tipo de sofrimento para outra pessoa, para eles, é simplesmente "normal". É exatamente por esta razão que muitos psicopatas assassinos são popularmente descritos como "sangue frio", sem emoção. Compaixão, dó, pena e altruísmo são palavras totalmente ausentes na área emocional do psicopata. Do ponto de vista emocional, nada os choca, nada os faz chorar por dó, tristeza ou compaixão em ver uma outra pessoa sofrer, seja da pior forma possível. É o caso do indivíduo que perde um irmão e apenas diz calmamente "que pena" e, logo em seguida, volta a fazer o que estava a fazer antes. São indivíduos excessivamente insensíveis. Nota-se nessas pessoas uma falta de sentimentos considerados receosos, tais como o medo, nojo e remorso. Na maioria das pessoas, essas emoções quando são confrontadas têm por definição impedir um aproximamento daquilo que causa o receio, ou se arrepender de alguma ação feita. No caso dos psicopatas, eles parecem sentir muito pouco, ou até mesmo serem ausentes de tais emoções. Consequentemente, o medo, pânico e remorso são muito pouco sentidos, ou inexistentes em psicopatas. Via de regra, o psicopata de grau leve tende a ainda ter indícios de sentir emoções receosas, entretanto, o psicopata considerado grave frequentemente é completamente ausente dessas emoções. O indivíduo antissocial também não teme porque não tem as emoções normais de um ser humano. Diante, por exemplo, questões ilegais em que estão envolvidos, eles assistem tais processos de forma indiferente, como se não estivessem envolvidos. Em geral, a impulsividade em busca de novos estímulos somada à ausência do medo e do remorso, os levam ao exibicionismo e a cometerem atitudes antissociais. O psicopata é visivelmente um indivíduo com uma grande falta de empatia, por isso apresenta um estilo de interação sadomasoquista. Geralmente ele é o que induz ao sofrimento, e o outro é o que recebe o sofrimento, embora o contrário também pode acontecer, pois o psicopata da mesma forma que não se preocupa com os outros, também não se preocupa muito consigo mesmo. É importante notar que, sendo uma das principais características da psicopatia, apesar disso tudo, o psicopata raramente demonstra sentir remorso ou culpa pelo o que faz. São pessoas que não sentem culpa ou sentem muito pouco, o que não faz com que impeçam-nos a evitar atitudes que causem sofrimento. Após cometer sofrimento a outras pessoas, eles podem se mostrar indiferentes, poucos preocupados com o ocorrido, ou então até rirem ou se orgulharem disto. Em alguns casos, teatralizam o arrependimento e o sentimento de remorso, chorando e alegando culpa, entretanto, isso não passa de mero drama que subitamente desaparece após algum tempo. http://vitimasdepsicopatasenarcisistas.blogspot.com.br/2011/04/frieza-e-ausencia-de-sentimentos.html
----------------------
Alexitimia Alexitimia é hoje um termo que diz respeito à marcante dificuldade em verbalizar emoções e descrever sentimentos, bem como sensações corporais.
A palavra provém do grego, onde A indica ausência, lexis é palavra e timia, emoção.
Um dos principais sintomas é a confusão entre sensações e sentimentos, e grande dificuldade em expressar os sentimentos através de palavras. O alexitímico costuma relacionar suas sensações físicas aos seus sentimentos. Por exemplo, após sofrer um duro golpe emocional, o alexitímico irá reclamar de dor de cabeça ou fadiga, mas não saberá relatar de forma clara o que realmente sentiu.
Atualmente, o método mais utilizado para diagnosticar e qualificar a alexitimia é a Escala de Alexitimia de Toronto (Toronto Alexithymia Scale ou TAS-20).
O conceito de Alexitimia é muito melhor conhecido hoje que há um quarto de século. Trata-se de uma marcante dificuldade para a expressão apropriada da língua, para descrever os sentimentos próprios e para relatar as sensações corporais, uma impressionante habilidade para fantasiar e uma maneira prática e utilitária de pensar (pensamento operante).
O conceito de Alexitimia foi formulado em conseqüência das observações clínicas em Paris e Boston nos anos 1960, sobre uma condição que resultava em certo deficit em pacientes que sofriam de alguma condição psicossomática. Alexitimia, é hoje um termo que diz respeito à marcante dificuldade para usar a comunicação verbal apropriada para expressar e descrever sentimentos, bem como das sensações corporais.
Depois das observações iniciais das características clínicas originais para a Alexitimia, mais duas foram acrescidas em 1972 e em 1976, em Londres e em Heidelberg respectivamente. A conferência de Londres afirmava uma hipótese de provável etiologia biológica para a Alexitimia, enquanto a conferência de Heidelberg classificou-a juntamente com os transtornos psicossomáticos.
Durante os 20 anos seguintes, um grande número de estudos clínicos constataram a presença de características alexitímica em porcentagens variadas nos pacientes que sofriam distúrbios clínicos e psiquiátricos diferentes, tais como, no abuso de substâncias, na dor psicogênica, nos transtornos alimentares, nas depressões típicas ou mascaradas, nos ataques do pânico, nos transtornos somatoformes, na personalidade borderline e transtornos sociopáticos da personalidade, bem como em indivíduos normais.
Alexitimia, resumindo, é uma marcante dificuldade para o uso apropriado da linguagem para expressar e descrever sentimentos, bem como a dificuldade para diferenciar com precisão as sensações corporais e uma impressionante capacidade para fantasias.
13 REGRAS PARA LIDAR COM OS SOCIOPATAS NA VIDA COTIDIANA
1 - Aceite a dura realidade de que algumas pessoas literalmente não tem consciência.
2 - Em caso de conflito entre os seus instintos e o que se espera de alguém no papel de educador, médico, líder, protetor dos animais, humanista, pai ou mãe, siga os seus instintos.
Seu instinto entende sem precisar que lhe digam, que rótulos imponentes e respeitáveis não conferem consciência a quem não a tem.
3 - Quando pensar em um novo relacionamento, seja de que natureza for, siga a Regra dos Três com relação às afirmações e promessas que outra pessoa fizer e às responsabilidades que ela tem. Transforme a regra dos três na sua política pessoal.
Uma mentira, uma política não cumprida ou uma unica responsabilidade negligenciada podem decorrer de um mal entendido. Duas talvez representem um erro grave. Mas três ocorrências indicam que você está lidando com um mentiroso, e o engôdo é a essência do comportamento de quem não tem consciência. reduza o seu prejuízo e se afaste o mais rapidamente possível. Por mais difícil que seja abandonar o relacionamento, será melhor fazer isso logo do que mais tarde, quando os danos forem maiores. Não entregue seu dinheiro, seu trabalho, seus segredos ou seu afeto a quem falhou três vezes. suas doações valiosas serão desperdiçadas.
4 - Questione a autoridade.
5 - Desconfie da bajulação.
Elogios são ótimos sobretudo quando sinceros. Por outro lado a bajulação é exagerada e agrada a nosso ego de uma forma irreal. É uma característica do charme fingido e quase sempre envolve uma tentativa de manipulação, que, às vezes, pode ser inofensiva e, outras vezes, sinistra. Vigie seu ego afagado e lembre-se de desconfiar da bajulação.
6- Se necessário redefina seu conceito de respeito.
Muitas vezes confundimos medo com respeito, e quanto mais tememos alguém, mais o vemos como merecedor de nosso respeito.
A decisão de separar o respeito do medo é ainda mais importante para as nações e grupos. O político mesquinho ou arrogante, que ameaça os povo com lembretes frequentes da possibilidade de crimes, violência ou terrorismo e que depois ganhe esse medo reforçado para ganhar apoio tem mais chance de ser um trapaceiro bem sucedido do que um líder legítimo.
7 - Não entre no jogo.
A intriga é uma ferramenta poderosa do sociopata. Resista à tentação de competir com um sociopata sedutor, de enganá-lo, de analisá-lo ou mesmo de enfrentá-lo.
8 - A melhor maneira de se proteger de um sociopata é evitá-lo, recusando-se a manter qualquer tipo de contato ou comunicação visual com ele.
O único método eficaz para lidar com um sociopata é impedir que ele tenha qualquer tipo de acesso à sua vida. Os sociopatas vivem totalmente à margem das regras da sociedade, e por isso é perigoso incluí-los em relacionamentos e círculos sociais.
9 - Questione a sua própria tendência a sentir pena.
O respeito deve ser reservado aos generosos e moralmente corajosos. A pena é outra reação socialmente valiosa e deve ser reservada para inocentes que estejam de fato sofrendo e enfrentando um revés na vida. Os sociopatas tiram grande proveito dessa cortesia (pena) para explorar os outros. Não tenha medo de fechar a cara e, com tranqüilidade, ser direto.
10 - Não tente recuperar os irrecuperaveis.
Uma segunda (terceira, quarta e quinta) chance deve ser dada aos indivíduos que tem consciência. Se você estiver lidando com alguém sem essa característica fndamental, aprenda a engolir em seco e reduzir seu prejuízo. A certa altura, a maioria de nós precisa aprender a lição importante, ainda que desanimadora, que, por melhores que sejam as nossas intenções, não podemos controlar o comportamento - e menos ainda o caráter - de outras pessoas. Aceite esse fato da vida e evite a ironia de nutrir a mesma ambição do sociopata - controlar. Se não é isso que você deseja, mas ajudar os outros, dedique-se apenas àqueles que realmente queiram ser ajudados. Acredito que você descobrirá que a pessoa sem consciência não está entre eles. Você não é, em absoluto, culpado pelo comportamento do sociopata. Da mesma forma ele não é responsabilidade sua. A sua responsabilidade é cuidar da sua própria vida.
11 - Nunca concorde por pena ou por qualquer outra razão, em ajudar um sociopata a esconder seu verdadeiro caráter.
O apelo "Por favor não conte", na verdade em tom choroso e rangendo os dentes, é uma marca registrada de ladrões, pedófilos e sociopatas. Não dê ouvidos a esse canto da sereia. Os outros merecem ser alertados, enquanto os sociopatas não merecem que você os proteja. Se alguém desprovido de consciência insistir que você lhe "deve" isso, lembre-se do seguinte: "Você me deve essa" tem sido o chavão dos sociopatas por mil anos e continuará sendo. Foi o que Rasputim disse à imperadora da Rússia. Costumamos ouvir "Você me deve essa" como uma cobrança da qual não podemos escapar, mas não é bem assim. Não o escute. Ignore também outro chavão: "Você é igualzinho a mim." Você não é.
12 - Defenda sua psique.
Não permita que uma pessoa sem consciência - ou várias - convençam você de que a humanidade é um fracasso. A maioria dos seres humanos tem consciência e é capaz de amar.
13 - Viver bem é a melhor vingança. Trechos extraídos do livro Meu Vizinho é um Psicopata, de Martha Stout, tradução de Regina Lyra, editado pela Sextante, em 2010, páginas 175 a 180. https://sites.google.com/site/anotacoesdiversas/regras-para-lidar-com-os-sociopatas
--------------------
Violência e Personalidade
Na realidade a Personalidade Anti-Social pode ser considerada, por alguns autores, como sinônimo da Sociopatia, visto imediatamente antes. Entretanto, preferimos discorrê-la separadamente. Isso facilitaria uma maior compreensão conceitual e a possibilidade do Transtorno Anti-social ser algo mais ameno que a Sociopatia, embora da mesma família. Veja a Personalidade Anti-Social nos Transtornos da Linhagem Sociopática da Personalidade.
Segundo o CID.10, Personalidade Anti-Social é um Transtorno de personalidade caracterizado por um desprezo das obrigações sociais e falta de empatia para com os outros. Haveria um desvio considerável entre o comportamento e as normas sociais estabelecidas, sendo que esse comportamento não seria modificado pelas experiências adversas, inclusive pelas correções e punições.
Existe uma baixa tolerância à frustração e um baixo limiar de descarga da agressividade, inclusive da violência. Existe também, na Personalidade Anti-Social, uma tendência a culpar os outros ou a fornecer racionalizações plausíveis para explicar um comportamento que leva o sujeito a entrar em conflito com a sociedade. O CID.10 considera a Personalidade Anti-Social como sinônimo de Transtorno Amoral da Personalidade, Transtorno Associal da Personalidade, Personalidade Psicopática ou Sociopatia.
Sendo assim, o tema é mais extenso e complexo do que refere o CID.10. Por isso preferimos subdividí-lo para melhor compreendê-lo.
Segundo o DSM.IV, a característica essencial do Transtorno da Personalidade Anti-Social é um padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros, que inicia na infância ou começo da adolescência e continua na idade adulta. Uma vez que o engodo e a manipulação são aspectos centrais do Transtorno da Personalidade Anti-Social, pode ser de especial utilidade integrar as informações adquiridas pela avaliação clínica sistemática com informações coletadas a partir de fontes colaterais.
Para receber este diagnóstico, o indivíduo deve ter pelo menos 18 anos e ter tido uma história de alguns sintomas de Transtorno da Conduta antes dos 15 anos. O Transtorno da Conduta envolve um padrão de comportamento repetitivo e persistente, no qual ocorre violação dos direitos básicos dos outros ou de normas ou regras sociais importantes e adequadas à idade.
Os comportamentos específicos característicos do Transtorno da Conduta ajustam-se a uma dentre quatro categorias: agressão a pessoas e animais, destruição de propriedade, defraudação ou furto, ou séria violação de regras.
O padrão de comportamento anti-social persiste pela idade adulta. Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Anti-Social não se conformam às normas pertinentes a um comportamento dentro de parâmetros legais. Eles podem realizar repetidos atos que constituem motivo de detenção (quer sejam presos ou não), tais como destruir propriedade alheia, importunar os outros, roubar ou dedicar-se à contravenção. As pessoas com este transtorno desrespeitam os desejos, direitos ou sentimentos alheios.
Esses pacientes freqüentemente enganam ou manipulam os outros, a fim de obter vantagens pessoais ou prazer, podem mentir repetidamente, usar nomes falsos, ludibriar ou fingir. As decisões são tomadas ao sabor do momento, de maneira impensada e sem considerar as conseqüências para si mesmo ou para outros, o que pode levar a mudanças súbitas de empregos, de residência ou de relacionamentos. Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Anti-Social tendem a ser irritáveis ou agressivos e podem repetidamente entrar em lutas corporais ou cometer atos de agressão física, incluindo espancamento do cônjuge ou dos filhos.
Os atos agressivos cometidos em defesa própria ou de outra pessoa não são considerados evidências para este quesito. Eles podem engajar-se em um comportamento sexual ou de uso de substâncias com alto risco de conseqüências danosas. Eles podem negligenciar ou deixar de cuidar de um filho, de modo a colocá-lo em perigo.
Por tudo isso, os indivíduos com Transtorno da Personalidade Anti-Social também tendem a ser consistente e extremamente irresponsáveis. O comportamento laboral irresponsável pode ser indicado por períodos significativos de desemprego apesar de oportunidades disponíveis, ou pelo abandono de vários empregos sem um plano realista de conseguir outra colocação. Pode também haver um padrão de faltas repetidas ao trabalho, não explicadas por doença própria ou na família. A irresponsabilidade financeira é indicada por atos tais como inadimplência e deixar regularmente de prover o sustento dos filhos ou de outros dependentes.
Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Anti-Social demonstram pouco remorso pelas conseqüências de seus atos. Eles podem mostrar-se indiferentes ou oferecer uma racionalização superficial para terem ferido, maltratado ou roubado alguém. Esses indivíduos podem culpar suas vítimas por serem tolas, impotentes ou por terem o destino que merecem; podem minimizar as conseqüências danosas de suas ações, ou simplesmente demonstrar completa indiferença. Estes indivíduos em geral não procuram compensar ou emendar sua conduta. Eles podem acreditar que todo mundo está aí para "ajudar o número um" e que não se deve respeitar nada nem ninguém, para não ser dominado.
Sociopatia Uma grande proporção, em torno de 25% dos prisioneiros, mostra muitas características do que a psiquiatria chama de Sociopatia. A DSM-IV (Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais), define esse quadro como Transtorno da Personalidade Anti-social. Também a Organização Mundial de Saúde (CID-10) classifica a sociopatia sob a denominação de Transtorno da Personalidade Dissocial. As características dos sociopatas engloba, principalmente, o desprezo pelas obrigações sociais e a falta de consideração com os sentimentos dos outros. Eles possuem um egocentrismo exageradamente patológico, emoções superficiais, teatrais e falsas, pobre ou nenhum controle da impulsividade, baixa tolerância para frustração, baixo limiar para descarga de agressão, irresponsabilidade, falta de empatia com outros seres humanos, ausência de sentimentos de remorso e de culpa em relação ao seu comportamento.
Essas pessoas geralmente são cínicas, incapazes de manter uma relação leal e duradoura, manipuladoras, e incapazes de amar. Eles mentem exageradamente sem constrangimento ou vergonha, subestimam a insensatez das mentiras, roubam, abusam, trapaceiam, manipulam dolosamente seus familiares e parentes, colocam em risco a vida de outras pessoas e, decididamente, nunca são capazes de se corrigirem. Esse conjunto de caracteres faz com que os sociopatas sejam incapazes de aprender com a punição ou incapazes de modificar suas atitudes.
Quando os sociopatas descobrem que seu teatro já está descoberto, eles são capazes de darem a falsa impressão de arrependimento, falseiam que mudarão "daqui para a frente", mas nunca serão capazes de suprimir sua índole maldosa. Não obstante eles são artistas na capacidade de disfarçar de forma inteligente suas características de personalidade.
Na vida social, o sociopata costuma ter um charme convincente e simpático para as outras pessoas e, não raramente, ele tem uma inteligência normal ou acima da média. Devido ao fato de não demonstrarem sintomas de outras doença mental qualquer, na década de 60 o movimento norte-americano chamado Anti-psiquiatria recomendou que os sociopatas fossem excluídos das classificações psiquiátricas. Dizia-se, na época, que a alteração do sociopata era de natureza moral e ética e, para problemas éticos, as soluções tinham que ser éticas (cadeia), não médicas.
A teatralidade e manipulação social dos sociopatas é tão convincente que poucas pessoas, após algum contato duradouro com os sociopatas, são capazes de imaginar o seu lado negro, mau e perverso. Esses atributos os sociopatas são capazes de esconder durante toda vida. Vítimas fatais de sociopatas violentos percebem seu verdadeiro lado apenas alguns momentos antes de sua morte.
Como a psiquiatria não tem uma avaliação unicamente binária da situação, como a obstetrícia que considera as grávidas e não grávidas, a sociopatia tem vários graus, desde simplesmente os socialmente perniciosos, passando pelas personalidade odiosas, até criminosos brutais do tipo "Silêncio dos Inocentes". Muitas personalidades conhecidas no campo da política, da polícia, das finanças e das empresas podem portar o caráter sociopático. Felizmente, apenas uma parte dos sociopatas se transforma em criminosos violentos, estupradores e assassinos seriais. Parece haver um amplo consenso entre os psiquiatras que a sociopatia é intratável.
A escala de valores do sociopata é tão precária (ou inexistente) que eles próprios sociopatas se consideram predadores sociais, e geralmente sentem expressivo orgulhosos disto. Normalmente eles não têm o tipo mais comum de comportamento agressivo explícito das pessoas comuns. Eles costumam dissimular perfeitamente a intenção agressiva e violenta, normalmente atendo-se à intimidade doméstica ou agindo sorrateiramente. Trata-se, de fato, de uma agressão predatória, comumente acompanhada por excitação mínima do sistema Nervoso Autônomo (são frios) bem planejadas, intencionais e pouco emocionais.
O diagnóstico da sociopatia pode ser feito ainda na infância ou adolescência. Inicialmente ela começa com delinqüência infanto-juvenil. No DSM.IV a sociopatia da infância e adolescência é classificado como Transtorno do Comportamento Disruptivo, no subtipo Transtorno da Conduta. Na CID-10 também aparece com o nome Transtornos de Conduta e está subdivididos nos seguintes tipos:
1- Transtorno de conduta restrito ao contexto familiar; 2- Transtorno de conduta não-socializado; 3- Transtorno de conduta socializado; 4- Transtorno desafiador de oposição; 5- outros e não especificado A característica essencial do Transtorno da Conduta é um padrão repetitivo e persistente de comportamento no qual são violados os direitos básicos dos outros ou normas ou regras sociais importantes apropriadas à idade.
O DSM-IV também subdivide o Transtorno de Conduta em alguns tipos principais:
1. a conduta agressiva, aquela capaz de causar ou mesmo ameaçar danos físicos a outras pessoas ou a animais; 2. a conduta não-agressiva, causadora de perdas ou danos a propriedades e; 3. a defraudação ou furto que reflete sérias violações de regras.
O padrão delinqüencial de comportamento costuma estar presente em varias circunstâncias, tais como em casa, na escola ou comunidade e as informações necessárias à anamnése devem ser colhidas com familiares ou outros informantes, tendo em vista o fato desses indivíduos tenderem a minimizar seus problemas de conduta. Esses pacientes infantis ou adolescentes costumam exibir um comportamento de provocação, ameaça ou intimidação, traduzindo um comportamento agressivo e reações também agressivas aos outros. Não é raro que eles provoquem lutas corporais, usem alguma arma capaz de causar sério dano físico (desde pedra, canivete, pedaços de pau até armas de fogo).
Outra característica dos delinqüentes é a capacidade de serem fisicamente cruéis com pessoas ou animais, de roubarem e de forçarem alguém a manter atividade sexual consigo. Desta forma, quando adolescentes, a violência física pode assumir a forma de estupro, agressão ou, em certos casos, até de homicídio. A destruição deliberada da propriedade alheia também é um aspecto característico do Transtorno de Conduta, assim como o incendiarismo, a depredação, a quebra de vidros de automóveis e o vandalismo. Mentir ou romper promessas para obter vantagens ou complacência do ambiente ou para evitar débitos ou obrigações também é freqüente.
O Transtorno de Conduta (que é o sociopata infantil) freqüentemente se inicia antes dos 13 anos e muitos pacientes começam o quadro permanecendo fora de casa até tarde da noite, apesar de proibições dos pais, fugindo de casa durante a noite ou outros tipos de desobediência às normas, sejam elas domésticas ou escolares. O DSM-IV é cauteloso quanto às fugas, não considerando para diagnóstico os episódios de fuga que ocorrem como conseqüência direta de abuso físico ou sexual contra o paciente.
Alguns autores preferem a denominação de Delinqüência para o Transtorno de Conduta, muito sugestiva, apesar de pouco honrosa. As condutas provenientes deste transtorno são normalmente mais graves que as travessuras comuns das crianças e adolescentes. Legalmente o termo "delinqüência" refere-se à transgressão das leis normativas de um determinado lugar por pessoa abaixo de determinada idade definida (16, 18 ou 21 anos). O mesmo ato praticado depois desta idade denomina-se crime. Percebe-se então, que o termo "delinqüência" pode não completar a idéia atrelada aos Transtornos de Conduta, já que muitos atos praticados têm apenas um caráter ético, não jurídico.
A CID-10 caracteriza os Transtornos de Conduta por um padrão repetitivo e persistente de conduta anti-social, agressiva ou desafiadora. Para o diagnóstico devemos levar em conta a época do desenvolvimento da criança. Crises de birra, por exemplo, são comuns até aos 3 anos e não devem servir de base para este diagnóstico. Como exemplos de comportamentos válidos para o diagnóstico temos o seguinte:
1 - níveis excessivos de brigas; 2 - crueldade com animais; 3 - mentiras repetidas; 4 - destruição de propriedades; 5 - comportamento desafiador e; 6 - desobediência persistente.
Crianças sociopatas manifestam tendências e comportamentos que são altamente indicativos de seu distúrbio. Por exemplo, eles são aparentemente imunes a punição dos pais, e não são afetados pela dor. Nada funciona para alterar seu comportamento indesejável, e conseqüentemente os pais geralmente desistem, o que faz a situação piorar. Os sociopatas violentos mostram uma história de torturar pequenos animais quando eles eram crianças e também vandalismo, mentiras sistemáticas, roubo, agressão aos colegas da escola e desafio à autoridade dos pais e professores.
Os critérios para diagnósticos do Transtorno de Conduta infanto-juvenil do DSM-IV são os seguintes:
A. Um padrão repetitivo e persistente de comportamento no qual são violados os direitos básicos dos outros ou normas ou regras sociais importantes apropriadas à idade, manifestado pela presença de três (ou mais) dos seguintes critérios nos últimos 12 meses, com pelo menos um critério presente nos últimos 6 meses:
Agressão a Pessoa e Animais (1) freqüentemente provoca, ameaça ou intimida outros (2) freqüentemente inicia lutas corporais (3) utilizou uma arma capaz de causar sério dano físico a outros (por ex., bastão, tijolo, garrafa quebrada, faca, arma de fogo) (4) foi fisicamente cruel com pessoas (5) foi fisicamente cruel com animais (6) roubou com confronto com a vítima (por ex., bater carteira, arrancar bolsa, extorsão, assalto à mão armada) (7) forçou alguém a ter atividade sexual consigo Destruição de Propriedade (8) envolveu-se deliberadamente na provocação de incêndio com a intenção de causar sérios danos (9) destruiu deliberadamente a propriedade alheia (diferente de provocação de incêndio) Defraudação ou furto (10) arrombou residência, prédio ou automóvel alheios (11) mente com freqüência para obter bens ou favores ou para evitar obrigações legais (isto é, ludibria outras pessoas) (12) roubou objetos de valor sem confronto com a vítima (por ex., furto em lojas, mas sem arrombar e invadir; falsificação) Sérias Violações de Regras (13) freqüentemente permanece na rua à noite, apesar de proibições dos pais, iniciando antes dos 13 anos de idade (14) fugiu de casa à noite pelo menos duas vezes, enquanto vivia na casa dos pais ou lar adotivo (ou uma vez, sem retornar por um extenso período) (15) freqüentemente gazeteia à escola, iniciando antes dos 13 anos de idade.
B. A perturbação no comportamento causa prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.
C. Se o indivíduo tem 18 anos ou mais, não são satisfeitos os critérios para o Transtorno da Personalidade Anti-Social.
Quanto a gravidade o Transtorno de Conduta pode ser: 1 - Leve: poucos problemas de conduta, se existem, além daqueles exigidos para fazer o diagnóstico e os problemas de conduta causam apenas um dano pequeno a outros. 2 - Moderado: número de problemas de conduta e efeito sobre outros são intermediários, entre "leve" e "severo". 3 - Severo: muitos problemas de conduta além daqueles exigidos para fazer o diagnóstico ou problemas de conduta que causam dano considerável a outros.
Transtornos de Conduta O Transtorno de Conduta, típico de crianças, adolescentes e jovens, se caracteriza por um padrão repetitivo e persistente de conduta anti-social, agressiva ou desafiadora, por no mínimo seis meses (CID10). Esse transtorno, quando em seu maior extremo, produz violações importantes das expectativas sociais apropriadas à idade do indivíduo e, portanto, é mais grave que as tradicionais travessuras infantis ou rebeldia normal de um adolescente.
O Transtorno de Conduta parece preocupar mais os outros do que a própria criança que sofre da perturbação e, nestes, são comuns o uso regular do fumo, bebidas alcoólicas ou drogas e comportamento sexual precoce.
O portador do Transtorno de Conduta pode não ter consideração pelos sentimentos, desejos e bem estar dos outros, demonstrando isso através de comportamento insensível, faltando-lhe um sentimento apropriado de culpa e remorso. Na realidade, conceitualmente, devemos ter em mente que o Transtorno de Conduta é o correspondente infantil daquilo que aprendemos como sociopatia ou Transtorno Anti-Social.
Os pacientes com esse transtorno podem viver acusando seus companheiros, tentando culpá-los por suas ações. A auto-estima está usualmente baixa, embora a pessoa possa projetar uma imagem de dureza. Pouca tolerância à frustração, irritabilidade, explosões temperamentais e negligência provocativa são também características freqüentes. Outros sintomas de ansiedade e depressão, além da redução da auto-estima, são comuns e podem justificar o diagnóstico adicional desses estados. Anteriormente, antes dessa febre demagógica do politicamente correto, essas crianças e adolescentes eram diagnosticados como Delinqüentes.
O Transtorno de Conduta tem importância clínica, devido ao grande número de encaminhamentos psiquiátricos, intercorrências judiciais, policiais e sociais motivados por comportamentos anti-sociais e agressivos. Normalmente o comportamento anti-social da infância costuma ser precursor de comportamento anti-social no adulto. É incomum encontrar comportamento anti-social adulto na ausência de uma história de transtorno semelhante ou delinqüência na infância. A não diminuição destes comportamentos problemáticos à medida em que o tempo passa tem sido visto como um mau prognóstico para a socialização adulta normal.
Embora algum comportamento delinqüencial e rebelde seja relativamente comum durante a adolescência, trata-se de um modismo ou ocorrência própria da faixa etária. Felizmente, apenas um pequeno percentual desses jovens se tornará infrator crônico depois de adulto. Para o diagnóstico do Transtorno de Conduta, recomenda-se a ocorrência persistente e repetitiva de um número variável das características abaixo:
1. Roubo sem confrontação com a vítima em mais de uma ocasião (incluindo falsificação). 2. Fuga de casa durante a noite, pelo menos duas vezes enquanto vivendo na casa dos pais (ou em um lar adotivo) ou uma vez sem retornar. 3. Mentira freqüente (por motivo que não para evitar abuso físico ou sexual). 4. Envolvimento deliberadamente em provocações de incêndio. 5. Gazetas freqüentemente na escola (para pessoa mais velha, ausência ao trabalho). 6. Violação de casa, edifício ou carro de uma outra pessoa. 7. Destruição deliberadamente de propriedade alheia (que não por provocação de incêndio). 8. Crueldade fisica com animais. 9. Forçar alguma atividade sexual com ele ou ela. 10. Uso de arma em mais de uma briga. 11. Freqüentemente inicia lutas físicas. 12. Roubo com confrontação da vítima (por exemplo: assalto, roubo de carteira, extorsão, roubo à mão armada). 13. Crueldade física com pessoas.
Quanto a classificação do grau de gravidade os critérios são:
Leve - poucos ou nenhum problema de conduta a mais daqueles exigidos para o diagnóstico, e os problemas de conduta apenas causam pequenos danos aos outros. Moderado - número de problemas de conduta e efeito nos outros, intermediário entre leve e grave. Grave - Os problemas de conduta causam danos consideráveis a outros, p.ex.: graves lesões corporais às vítimas, amplo vandalismo ou roubo, ausência prolongada de casa.
Existem estudos que mostram evidências de que certos tipos de violência episódica podem estar associados à alguns transtornos do sistema nervoso central. Muitos jovens seriamente perturbados podem revelar alterações disrítmicas do sistema nervoso central. Uma das ocorrências co-mórbidas ao Transtorno de Conduta mais comumente encontradas é a chamada Hiperatividade com Déficit de Atenção.
O quadro de Transtorno de Conduta tem sido considerado de mau prognóstico, tendo em vista não haver tratamento efetivo especifico para ele.
Episódio Maníaco Um Episódio Maníaco é uma das fases do Transtorno Afetivo Bipolar, durante a qual existe um humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável. A perturbação do humor deve ser acompanhada por pelo menos três sintomas adicionais de uma lista que inclui:
auto-estima inflada ou grandiosidade necessidade de sono diminuída, pressão por falar fuga de idéias distratibilidade maior envolvimento em atividades agitação psicomotora envolvimento excessivo em atividades prazerosas
O humor no Episódio Maníaco pode ser irritável, ao invés de elevado ou expansivo. Essa perturbação afetiva costuma ser suficientemente severa para causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou ocupacional ou para exigir a hospitalização, ou é marcada pela presença de aspectos psicóticos.
O Episódio Maníaco não deve decorrer dos efeitos fisiológicos diretos de uma droga de abuso, como por exemplo a cocaíma, álcool ou maconha, de um medicamento, como por exemplo os redutores do apetite ou outros tratamentos somáticos para a depressão.
O humor elevado de um Episódio Maníaco pode ser descrito como eufórico, incomumente bom, alegre ou excitado. A qualidade expansiva do humor é caracterizada por entusiasmo incessante e indiscriminado por interações interpessoais, sexuais ou profissionais. Embora esse humor elevado seja considerado o sintoma prototípico, a perturbação predominante do humor pode ser irritabilidade, particularmente quando os desejos da pessoa são frustrados. Aí é que entra o potencial agressivo e violento do maníaco.
A auto-estima inflada tipicamente está presente, indo desde uma autoconfiança sem crítica até uma acentuada grandiosidade que pode alcançar proporções delirantes. Os delírios grandiosos no Episódio Maníaco são comuns, como por exemplo, ter um relacionamento especial com Deus ou com alguma figura pública do mundo político, religioso ou artístico).
A fala maníaca é tipicamente pressionada, alta, rápida e difícil de interromper. Esses pacientes podem falar ininterruptamente, às vezes por horas a fio, sem consideração para com o desejo de comunicação de outras pessoas. A fala por vezes se caracteriza por trocadilhos, piadas e bobagens divertidas. O indivíduo pode tornar-se teatral, apresentando maneirismos dramáticos e cantando. Os sons podem governar a escolha de palavras mais do que os nexos contextuais significativos (reverberação). Se o humor da pessoa for mais irritável do que expansivo, a fala pode ser marcada por queixas, comentários hostis ou tiradas coléricas.
O aumento da atividade dirigida a objetivos freqüentemente envolve excessivo planejamento e participação de múltiplas atividades, como por exemplo, atividades sexuais, profissionais, políticas e religiosas. Um aumento do impulso, fantasias e comportamento sexual em geral está presente. A pessoa pode assumir simultaneamente múltiplos novos empreendimentos profissionais, sem levar em consideração possíveis riscos ou a necessidade de completar cada uma dessas investidas a contento.
Expansividade, otimismo injustificado, grandiosidade e fraco julgamento freqüentemente levam o paciente com Episódio Maníaco envolver-se imprudentemente em atividades prazerosas tais como surtos de compras, direção imprudente, investimentos financeiros tolos e comportamento sexual incomum para a pessoa, apesar das possíveis conseqüências dolorosas destas atividades.
O comprometimento resultante da perturbação pode ser suficientemente severo para causar acentuado prejuízo no funcionamento ou para exigir a hospitalização, com o fim de proteger o indivíduo das conseqüências negativas das ações resultantes do fraco julgamento. Essas conseqüências envolvem perdas financeiras, atividades ilegais, perda do emprego e, inclusive, comportamento agressivo.
Transtorno Psicótico (e violência) Um dos sintomas mais exuberante e característico dos Transtornos Psicóticos é o Delírio. Há, normalmente, alguma relação entre a psicose franca atual e algum tipo característico de personalidade pré-mórbida. Essa personalidade pré-mórbida problemática dos psicóticos costuma ser do tipo Transtorno Paranóide ou Esquizóide da Personalidade. Esses transtornos de personalidade se caracterizam com acentuado traço de desconfiança, ressentimento, frigidez no relacionamento interpessoal, conforme se pode ver no capítulo dos Transtornos de Psicóticos.
Um dos sintomas mais exuberante e característico dos Transtornos Psicóticos é o Delírio. Há, normalmente, alguma relação entre a psicose franca atual e algum tipo característico de personalidade pré-mórbida. Essa personalidade pré-mórbida problemática dos psicóticos costuma ser do tipo Transtorno Paranóide ou Esquizóide da Personalidade. Esses transtornos de personalidade se caracterizam com acentuado traço de desconfiança, ressentimento, frigidez no relacionamento interpessoal, conforme se pode ver no capítulo dos Transtornos de Psicóticos.
Os delírios nas Psicoses são normalmente de cunho persecutório (de perseguição), ou seja, giram em torno de uma temática de prejuízo, perseguição e referência à pessoa do paciente, são também sistematizados e bem organizados. A idéia de referência do paranóide diz respeito à crença de que o mundo e os acontecimentos têm-no como um ponto de referência, ou seja, ele é observado, ele é perseguido por complôs misteriosos, ele é predestinado a executar um plano de salvação da humanidade, ele detém a capacidade de percepção extra-sensorial, ele é o mais prejudicado, etc.
Desta forma, o paciente edifica sua realidade particular e assume neste seu mundo uma posição central servindo de referência aos eventos que se sucedem, como se seu Ego sofresse uma gigantesca hipertrofia.
As manifestações de agressividade do paciente paranóide, ainda que incomuns, têm para ele um caráter eminentemente defensivo, contra um sistema que deseja prejudicá-lo, influir sobre ele, roubar seu pensamento, matá-lo através de influências estranhas. Pode haver a sensação de que algo suga suas idéias, bombardeia seus pensamentos com irradiações mágicas ou torna-o vulnerável à espíritos safadinhos.
Como exemplo de agressividade na Psicose, pode-se citar um paciente o qual, mediante seu delírio, sentia-se muito perseguido e prejudicado pelo seu vizinho. Este, segundo o delírio, durante o dia tinha uma corporeidade normal como qualquer pessoa mas, à noite, tomado por um poder sobrenatural, assumia uma forma quase imaterial para poder entrar na casa do paciente por debaixo da porta ou qualquer outro orifício. Neste estado fluido o vizinho entrava em sua casa e se dirigia ao quarto onde o paciente dormia com sua esposa.
Uma vez no quarto, o vizinho reassumia sua forma material e mantinha relações sexuais com a esposa do paciente enquanto ela dormia. Além disso, durante o dia, este mesmo vizinho influía na mente do paciente através de uma espécie de telepatia e, desta forma, descrevia mentalmente ao paciente todos os detalhes eróticos do relacionamento com sua esposa na noite anterior.
Tendo em vista esta tramóia toda, o paciente começou a perceber que todos os moradores da rua já estavam sabendo das peripécias noturnas do seu vizinho e, conforme transitava pelas imediações, percebia os cochichos pouco lisonjeiros da vizinhança a seu respeito.
A mansidão conjugal e apatia de marido traído era pouco tolerada pelos valores culturais de seu meio, despertando no ambiente social à sua volta uma grande animosidade e, conseqüentemente, por onde passava ouvia vozes lhe dizendo: "temos que matar o corno manso". Por causa disso a vizinhança, lideradas pelo vizinho, estava planejando envenená-lo. Caso eles conseguissem matá-lo, aí sim seu vizinho ficaria "numa boa". Portanto, o paciente antecipa-se e agride o vizinho com um machado.
Vê-se aí um delírio tipicamente sistematizado, de cunho francamente persecutório e de referência, próprios da esquizofrenia paranóide o qual gerou agressividade entretanto, mais como uma atitude defensiva que ofensiva.
Ballone GJ - Violência e Personalidade - in. PsiqWeb, Internet, disponível em http://www.psiqweb.med.br/ http://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php?art=164&sec=99
- Psicopatia E Sociopatia
Psicopatia e Sociopatia Na teoria Comportamental Para a teoria comportamental a psicopatia e a sociopatia são denominadas como transtorno de personalidade anti-social (TPA). Sendo esta denominação a mais usada nos textos científicos. O conceito...
- SÍndrome De Burnout
É um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso, definido como " um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional". Não há dados sobre a incidência...
- Estigmas Sociais
Estigma social é uma forte desaprovação de características ou crenças pessoais que vão contra normas culturais. Estigmas sociais freqüentemente levam à marginalização. Exemplos de estigmas sociais históricos ou existentes podem ser deficiências...
- Co-dependÊncia
Earnie Larsen, especialista em co-dependência define como sendo aqueles comportamentos apreendidos e derrotistas ou defeitos de caráter que resultam numa reduzida capacidade de iniciar ou participar de relacionamentos de afeto. Uma co-dependente definiu...
- Ansiedade
Vamos relatar aqui, alguns fatos, exemplos e frases de uma pessoa com distúrbio da Ansiedade. Quero ajudá-los a identificar um amigo, colega, parente ou qualquer pessoa que esteja convivendo conosco e que esteja com essa aflição. Também abordei...